"Não sou gajo de fazer balanços do ano que passou no fim do ano, até porque seria muito optimista da minha parte acreditar que apenas o que se passou nos últimos 365 dias faz com que esteja onde estou neste preciso momento. Mas às vezes há pequenas coisas que mudam radicalmente a vida dum gajo. É o caso da supra enunciada pergunta.
Somos gente de hábitos profundamente enraizados. Hábitos que só mudam por força da adversidade das circunstâncias.
Levar no saco é um desses hábitos. Enraizou-se em tempos de abundância e nem o melhor pacote dispensava a sua utilização. O pretérito do verbo dispensar foi intencional visto que agora temos que preterir uma das opções, temos que optar entre levar no pacote e levar no saco. A escolha até parece simples mas tem consequências cuja profundidade desafia os limites da imaginação do comum dos mortais.
É certo que esta a tendência pela opção já vinha ganhando terreno na nossa rotina diária e nós, conscientes disso, sabíamos de antemão quando é que a opção de levar no pacote se impunha e fazíamos os preparativos em função dessa circunstância.
Acontece que a partir do momento em que as rolhas das garrafas de espumante comecem a saltar para dar as boas vindas ao ano que entra, entra com ele a opção levar no pacote e a opção levar no saco, que não desaparece, passará a ser equivalente a levar no pacote mas de forma nada erótica pois perderá a graciosidade de outrora passando a fazer parte do buraco que nos acompanha na nossa rotina diária que já é em larga medida dedicada à sua contenção. É ser como fodido sem a devida provocação.
Como na vida nem tudo São Rosas, às vezes vêm só os limões sem a Rosinha (a dos limões), temos que fazer como a Rosinha (a do pacote): levar no pacote com a mesma satisfação com que ela o faz, pegar nos limões e transformá-los numa bela limonada.
Um Bom Ano e, como alguém disse e muito bem, Fodamos! com a devida provocação"
Paulo Freitas
Cu_laborador da nossa página no Facebook (que já tem 2.346 gostos)
31 dezembro 2014
Boas entradas... e saídas!
Olás...
Desejo a todos muitos orgasmos, seja usando as mãos, os pés, a língua, viagra, catuaba...mas que tenham prazer. Ambos. Ou mais do que ambos, para quem gosta de sexo grupal.
Que os preconceitos e tabus sejam deixados no lixo, naqueles vasilhames que não serão reciclados.
Desejo aos homens muito tesão, para aguentarem as fêmeas fogosas. Desejo às fogosas múltiplos orgasmos, porque isso, sim, é um tipo de droga que é bom se viciar.
Desejo que as mulheres se descubram enquanto há tempo. Que se toquem, que se masturbem, que sintam estarem nas nuvens, ou subindo paredes. Não importa o lugar. Só importará com quem.
Precisamos de saúde para gozarmos esses prazeres da vida. Nada de sexo irresponsável, portanto.
Mas, quando na cama, no chão, no sofá, no mato, no mar, no rio, na areia, o tesão chegar... não adie esse momento. Não tenham pudores de experimentar todos os sentidos na hora do amor.
Sintam o cheiro. Sintam o toque. Lamentem, somente, quando o tempo para isso terminar.
Peçam, implorem, gemam, gritem. Tudo é permitido e nada há para se envergonhar. Importante é gostar. Ter prazer. Gozar.
Mas se o gozo não chegar... que importa? As carícias, os beijos, as lambidas, chupadas... conversas, risadas...bom humor...Caramba! Isso também é pleno gozo.
Deem-se ao prazer de conversarem sacanagens na cama, ou fora dela. Chamem-se de adjetivos que gostariam de serem chamados, mas têm medo de ofender. Caralho! Isso tudo é tempero para uma boa "comida".
Esperem o namorado, marido, o amante, o vizinho sem a peça íntima, alguma vez. Surpreendam-o sempre. Saiam da rotina chata das coisas certinhas, das regras, dos padrões. Isso faz brochar!
Conduzam as mãos, a boca... digam como e onde querem. Vergonha? Ah! Vergonha é passar uma vida inteira sem ter tido coragem de confessar que nunca sentiu um orgasmo.
Na verdade, em 2015 e sempre... eu quero mais é que todo mundo se foda, da melhor maneira possível.
Mamãe Coruja
«Living bodies» (corpos vivos)
Solène trabalha como modelo de nu para diversas escolas de arte. As suas palavras ajudam-nos a entender o que é posar e como um modelo participa na criação artística, simplesmente estando parado.
Grafitti galego pintado a spray
Na simpática cidade galega de Lugo, há quem acredite que a Lua tem um forte efeito sobre os indivíduos do sexo masculino e faça questão de o exprimir numa pintura a spray. Só não consegui perceber se o guarda-chuva se destina a dar tridimensionalidade à pintura ou se foi abandonado por alguém mais púdico que deu de caras com esta obra e se retirou do local de forma apressada.
"Onte comprobei que afetoume a Lúa"
30 dezembro 2014
Olééééééé!...
Podemos sempre criar um clube do piropo, só para associados/as apreciadores/as do género.
Para defender a tradição, claro. Como com a tourada.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Para defender a tradição, claro. Como com a tourada.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Blue girls sing alone» - Susana Duarte
pois as raparigas azuis são seres cálidos,
outrora abraçadas por Neptuno. são azuis
e etéreas como a massa dos sonhos. cantam
sós, as raparigas azuis, volteando palavras
onde os sonhos não morrem. são assim:
maravilhosas e estranhas mulheres, confim
de si próprias, gravíticas-iluminadas onde
o céu termina e o sol é uma voz distante
no calor que imaginaram. sonham, apenas.
por isso cantam sós: a matéria dos sonhos
é falha de contingência, e de pele. é uma voz
sem eco. uma falhas no movimento perpétuo.
a irrazoabilidade das estrelas, que brilham
mais quando empurram a massa para fora.
para viver, é preciso expulsar o sonho azul
da rapariga que, todavia, canta só. a rapariga azul.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Imagem: pintura de Saatchi
outrora abraçadas por Neptuno. são azuis
e etéreas como a massa dos sonhos. cantam
sós, as raparigas azuis, volteando palavras
onde os sonhos não morrem. são assim:
maravilhosas e estranhas mulheres, confim
de si próprias, gravíticas-iluminadas onde
o céu termina e o sol é uma voz distante
no calor que imaginaram. sonham, apenas.
por isso cantam sós: a matéria dos sonhos
é falha de contingência, e de pele. é uma voz
sem eco. uma falhas no movimento perpétuo.
a irrazoabilidade das estrelas, que brilham
mais quando empurram a massa para fora.
para viver, é preciso expulsar o sonho azul
da rapariga que, todavia, canta só. a rapariga azul.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Imagem: pintura de Saatchi
Baralho de cartas com figuras eróticas
Réplica da Asescoin (Espanha) de um baralho de cartas do Museo Fournier.
Junta-se a muitos outros baralhos da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Junta-se a muitos outros baralhos da minha colecção.
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29 dezembro 2014
«O Pêndulo de Foucault» - João
"Aproximaram-se os dois de um corrimão circular que os afastava de um grande pêndulo, seguro de uma abóbada bastante alta, que oscilava e ia traçando linhas imaginárias contidas num círculo desenhado no chão. De corpos muito juntos, e mãos dadas, observaram o pêndulo por algum tempo, em silêncio, vendo-o afastar-se e depois aproximar-se, num movimento aparentemente perpétuo – assim se esquecessem eles do atrito do ar. A vida parece que é assim, disse ela, sempre às voltas, sempre aos círculos. Ele sorriu e disse-lhe que não. Não querida, não é assim. Vê bem este pêndulo de Foucault. Imagina que na ponta do pêndulo está um lápis que vai desenhando o chão quando passa. Repara como ele vai traçando elipses, fazem lembrar as órbitas dos electrões em torno de um núcleo. Vês querida? O pêndulo de Focault é muito bom a demonstrar a rotação da Terra, mas também nos fala das vidas. Nunca se vivem em círculos, isso não existe. Pensa no tempo. O tempo por exemplo, meu amor. Vai passando, vai construindo em nós as experiências, o que somos, e nunca podemos voltar atrás, não sabemos como o fazer. Não conseguimos voltar à escola primária, ao primeiro beijo ou à primeira grande asneira. Estamos sempre a evoluir, como a Terra sempre a girar, e este pêndulo a oscilar fazendo estas elipses. E ela apertou-o ainda mais, apertou-lhe ainda mais as mãos, és tu a minha constante, amor? A constante é o ponto central, respondeu-lhe, é como o vejo. É o ponto que nos define, o pêndulo passa lá sempre, e nós também. E se o teu ponto central é igual ao meu, então sim, eu sou a tua constante e tu és a minha. Voltaram ao silêncio, escutando o barulho que o pêndulo fazia ao cortar o ar no seu movimento, respirando ao mesmo ritmo, sentindo as suas constantes unir-se."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«os meus sapatos estão rotos» - bagaço amarelo
Estão mesmo, e ainda não tinha reparado, apesar de os calçar e descalçar quase todos os dias (às vezes uso outros). Quando olho para eles dentro do meu próprio quotidiano, os meus olhos não são capazes de analisar nada. Sabem que eles estão ali para serem calçados e me protegerem os pés enquanto caminho e são incapazes de alcançar seja o que for para além disso. Só em momentos como o de hoje, em que tento parar e quebrar a rotina do mundo, é que consigo perceber que os meus sapatos estão rotos.
Por qualquer motivo, sempre achei que é uma capacidade mais feminina do que masculina, esta de perceber que os sapatos estão rotos. Acho que é por isso que os divórcios e as separações partem quase sempre delas e não deles. Não são um fim em si mesmo. São uma tentativa de calçar outra coisa qualquer.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
28 dezembro 2014
Postalinho de Sangalhos (4)
"Esta , pode ser considerada provocatória por alguns!
Instalação composta por símbolos masculinos e femininos da Cultura Bura-Asinda-Sika, do Niger, de há cerca de 1500 anos, intitulada “Última Ceia”. Parte da colecção Berardo no Underground Museum das Caves Aliança."
Daisy Moreirinhas
Instalação composta por símbolos masculinos e femininos da Cultura Bura-Asinda-Sika, do Niger, de há cerca de 1500 anos, intitulada “Última Ceia”. Parte da colecção Berardo no Underground Museum das Caves Aliança."
Daisy Moreirinhas
Luís Gaspar lê «Romance do terceiro…» de Manuel da Fonseca
Romance do terceiro oficial de Finanças
Ah! As coisas incríveis que eu te contava
assim misturadas com luas e
estrelas e a voz vagarosa como o andar da noite!
As coisas incríveis que eu te contava
e me deixavam hirto de surpresa
na solidão da vila quieta!…
Que eu vinha alta noite
como quem vem de longe
e sabe o segredo dos grandes silêncios
– os meus braços no jeito de pedir
e os meus olhos pedindo
o corpo que tu mal debruçavas da varanda!…
(As coisas incríveis eu só as contava
depois de as ouvir do teu corpo, da noite
e da estrela, por cima dos teus cabelos.
Aquela estrela que parecia de propósito para enfeitar os teus
cabelos quando eu ia namorar-te…)
Mas tudo isso, que era tudo para nós,
não era nada da vida!…
Da vida é isto que a vida faz.
Ah! sim, isto que a vida faz!…
– isto de tu seres a esposa séria e triste
de um terceiro oficial de finanças da Câmara Municipal!…
Manuel da Fonseca
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Da arte de bem cavalgar
Eu cá sou mais bolos e por isso digo que ele é uma queca de comer e chorar por mais que só de falar nisto até já me estou a babar. É que aquilo era logo ali hirto desde o primeiro instante dos beijinhos e coiso e tal de roçar os sexos um no outro como se fosse uma kizomba mesmo sem tirar a roupa até experimentar todas as posições do chão à cama sem esquecer a mesa de cozinha que até se me acaba o fôlego. Ai!...
Diga-se que como primogénito era um mestre de bem cavalgar toda a sela como el-rei D. Duarte. Mulheres, entenda-se. Que nem o seu pai lhe permitiria outra coisa sob pena de lhe encher a cara de chapadas ainda hoje que uma coisa é mostrar algum polimento a tolerar maricas e outra como bom macho tuga é fazer que eles que vão para longe que não há cá pão para malucos.
Só que a acompanhar esta dieta calórica e rica em proteínas naturais vinha a melhor tradição clássica do benfiquista bom chefe de família não me tratar pelo nome próprio mas por substitutos fofinhos como menina, linda, querida, fosse na hora de montar como se não houvesse amanhã fosse no dia a dia e o Senhor Doutor sabe que isso é que me deixa completamente fodida.
27 dezembro 2014
«Colo» - por Rui Felício
Do regaço da Rainha
O suave milagre brotou
O teu túgido colo
A criança alimentou
Oculto pela blusa se adivinha
Me embriaga, me desperta
O seu calor me incendeia
Como fogo em palha seca
Na volupia do desejo
No mar do teu colo mergulho
Aos pináculos ascendo...
Exausto de lá me despenho
E em teu regaço soçobro
Mas é no meu colo e não no teu
Onde no fim te acolhes, saciada
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Revista Esquire (UK) de Agosto 2014 - especial «Sex and the British man»
Vários artigos com o tema de capa nas páginas 76 a 129.
Mais uma revista a juntar-se às edições especiais sobre sexo e erotismo da minha colecção.
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Mais uma revista a juntar-se às edições especiais sobre sexo e erotismo da minha colecção.
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26 dezembro 2014
Elas têm um pacto com o diabo!
O apurado olfacto feminino constituiu desde sempre uma das maiores ameaças para o adúltero comum.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
«Animais» - João
"O problema foi termos demorado demasiado tempo a negociar os termos do tratado. Isolados no meio de nenhures, em campo quase neutro, um calor imenso e tu a provocar-me, assim vestida de escuro, essa saia acima do joelho e as pernas que ora se aproximavam de mim, ora recuavam, e um acumulado de impasses, vem que te mimo, não vou que te parto, e nisto o tempo a passar, e as tuas mãos a sentir o meu caralho, e eu a tocar-te as costas e a puxar-te a mim, e tu que não, que não podia ser que o memorando não estava terminado, e o calor, tanto calor, a poeira, a brisa nas árvores, e nós a negociar, a negociar a tesão como se a tesão tivesse cláusulas para acertar, como se existissem artigos, pontos e alíneas para definir, e eu já te desapertava a roupa, e tu já te encostavas a mim, já se vencia a formalidade e por fim estávamos de novo colados, lanço as mãos às tuas coxas que fervem, toco a tua lingerie que parece uma esponja de tão molhada que estavas, beijo os teus mamilos, e fodes-me por fim, que sim, que parecemos uns animais, sim, racionais mas animais ainda assim, e tu fodes-me tão bem, e eu fodo-te tão bem que isto chega a ser mais que sublime, é para lá da foda, que a foda é coisa quase rude, boçal, quando comparada ao que fazemos, que está tanto para lá da foda. Redefinimos a foda, e quando fodemos deixamos de foder, damos o passo que ultrapassa a foda, e quando os nossos corpos se deslizam é como ver o que está para lá da morte, ou ver o que existe para lá do universo que expande, é ignorar o limite e ir além, ir longe. E o fim é sempre isto, é o teu corpo a vir-se como só tu te vens, e o meu a ficar molhado de ti, e um lamento de termos perdido tanto tempo a negociar o que não tem negociação, o lamento de não termos partido mais depressa para o ringue, porque te tinha bebido o sumo, porque me tinhas lambido o corpo, porque havia sempre algo mais para fazer, e nenhum contrato resolvia isso, só as nossas cabeças a pensar em simultâneo, processadores paralelos de foda de fazer corar puritanos. Foda-se, parecemos uns animais, tens razão. Mas então, dirias, não tens tu sempre razão?"
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
25 dezembro 2014
Malandrice natalícia
Anão com barba e barrete vermelho que, visto por trás, parece um pénis.
Mais uma das peças da minha colecção que fazem parte da «sexão» do que não era suposto ser erótico.
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Mais uma das peças da minha colecção que fazem parte da «sexão» do que não era suposto ser erótico.
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24 dezembro 2014
Postalinho de Sangalhos (3)
"Símbolos masculinos e femininos em terracota da antiga cultura Bura-Asinda-Sika do Niger, parte da colecção Berardo no Underground Museum das Caves Aliança."
Daisy Moreirinhas
Daisy Moreirinhas
Literatura de bordel - crowdfunding (não, não é crowdfucking!)
Uma iniciativa, dois projetos, 3 metas
Não há melhor época do que o Natal para pedir aos amigos, e a todos que conhecem (ou não) o meu trabalho, uma ajuda solidária para realizar um sonho. Publicar meu segundo livro de poemas eróticos: Literatura de Bordel.
Ter um livro aceito por uma editora é muito difícil, ainda mais se for de poesia. E muito mais difícil quando a linguagem é erótica explícita, por mero preconceito. Mas consegui uma chance de publicar por uma importante editora e agora tenho a oportunidade de lançar o Literatura de Bordel no Brasil e em Portugal.
E o melhor! A sua doação será convertida em excitantes recompensas, para que você não saia com a mão abanando dentro do banheiro. Entre no espírito natalino e me dê este presente. Use o seu 13º, não vai deixar você duro, ainda que seja esta a intenção do livro em algumas pessoas.
A Fresta Literária - sarau de poesia erótica - é uma ação não só de incentivo à literatura libertina, mas, sobretudo, ao movimento libertário em prol dos valores de liberdade de expressão artística, sexual e política. A proposta surge como oposição aos crescentes movimentos retrógrados como a homofobia, o racismo, o machismo, o conservadorismo e tantos outros que tentam cercear a nossa liberdade.
Apenas 180 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a primeira etapa!
Apenas 230 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a segunda etapa!
Apenas 300 pessoas apoiando com valores entre R$35 e R$74 são suficientes para financiar a terceira etapa!
Viu? Basta você ajudar! http://catarse.me/pt/literaturadebordel?ref=user_projects
O que é o livro?
Literatura de Bordel reúne quase cem trovas de Vinni Corrêa com conteúdo erótico explícito e requintado de humor e jogos de palavras, estilo usado pelo autor para atrair leitores a este universo ainda cheio de tabus. O erotismo na literatura tem conquistados novos fãs a cada dia. Em Literatura de Bordel, Vinni Corrêa traz sua influência de grandes poetas como Bocage, Pietro Aretino, Pierre Louys e Hilda Hilst para a atualidade e com um linguajar popular, como no trabalho do poeta Cairo Trindade. Na obra, o autor questiona valores morais da etiqueta conservadora brasileira brincando com as palavras e seus sentidos reais estabelecidos pela sociedade e os sentidos figurados, quebrando paradigmas sobre determinados temas.
23 dezembro 2014
Vindima
Morde-me os mamilos como quem toca dois bagos de uvas.
A minha vagina pode esperar velada por renda da cor de vindimas que tu a pises com a melodia das canções bêbedas de esperma.
«vives entre a alma e o que não sei» - Susana Duarte
vives entre a alma e o sol,
deitado entre ti e ti,
de ti perdido,
de ti ali,
onde
as nuvens soltas
navegam delírios vestidos
de noite. vives entre a alma e
o que não sei. vives, em mim, noite
tempestuosa de olhos desassossegados.
inertes.
vives entre a alma e os dedos,
florescendo mágoas
e solidões
por entre
medos.
de ti perdido,
imaginas encontros de mãos
e sussurrares de aves finalmente tocadas
pelas primaveras do tempo. vives entre a alma,
e o que não sei. vives nas ondas submarinas do ventre
sôfrego.
vives onde não sabes,
e não vives nada, perdido de ti,
entre ti e as névoas das tuas dúvidas.
vives na sombra
do limbo das folhas,
onde a seiva segrega
o amarelecer dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
A malta não pode ler odes que ode também:
Mamãe:
Esse "ti" precisa vir a mim...muito perdido ele está.
Bartolomeu:
Já tás a querer sacar o chavalo à Susy, Chaminha?
Eu não te chego, Índia?
Quando te ponho louca na minha caminha
E te sussurro ao ouvido, liiiindaaa.
Quando vou contigo ver as colmeias
E tu, encostada ao embondeiro
Começando a tirar as meias
Me suplicas: me come o pandeiro!
Não te chego Índia, Ímpia?
Quando o teu corpo ardente
Me pede que te toque a fimbria
Desse teu mundo ausente
E derrame entre os teus dedos
Este meu líquido precioso
Minha criança sem medos
Meu campo maravilhoso
Mamãe:
Não te convenci que não gosto de cona?
Prefiro leite derramando, como o óleo da mamona
Óleo vegetal naturalmente hidroxilado,
Gosto é de homem. Não, do outro lado.
Se podes comigo, não sei.
Ainda só fiquei na promessa.
Se comeres primeiro a São
Pergunto a ela se vales à beça.
Sou índia, que o cupido flechou,
Mas ímpia, de todo, não!
Tenho Fé que ainda sejas
Ferrado por um zangão.
Minhas fímbrias sexuais são tratadas
À base de mel em floral.
Se pensas nelas tocá-las...
Estás em perigo letal.
Assim estarás derrotado,
Feito toureiro chifrado na arena,
Mas já me disse o poeta:
Vale toda forma de amor,
Se a alma não for pequena.
Aproveito este ensejo
Para só o bem alcançares.
Deixa de comer as burras,
E com a bicicleta trepares.
Por aqui me despeço,
Lembrando que no Nepal
Tem caralho pra todo lado
Em cima, embaixo e o escambau.
Para ti, aqui em algum lugar,
Um beijo, em tua boca permear.
Com gosto de açaí e mel de abelha.
Mas com burras não
Bartolomeu:
Tem burra qu'é bem legau
E de pêlo bem macio
E este meu carapau
Come tudo o que tá co cio
Até come cu de onça
Ou um broche de leão
Come no meio de bagunça
Quando lhe chega o tesão
E a ti, minha Índia, tão fogosa
Tão ardente e destemida
Também te dou a ranhosa
da minha piça erguida
E fica assim bem alerta
Que vou atravessar o mar
Bota já a perna aberta
Está pronta p'a quando eu chegar
deitado entre ti e ti,
de ti perdido,
de ti ali,
onde
as nuvens soltas
navegam delírios vestidos
de noite. vives entre a alma e
o que não sei. vives, em mim, noite
tempestuosa de olhos desassossegados.
inertes.
vives entre a alma e os dedos,
florescendo mágoas
e solidões
por entre
medos.
de ti perdido,
imaginas encontros de mãos
e sussurrares de aves finalmente tocadas
pelas primaveras do tempo. vives entre a alma,
e o que não sei. vives nas ondas submarinas do ventre
sôfrego.
vives onde não sabes,
e não vives nada, perdido de ti,
entre ti e as névoas das tuas dúvidas.
vives na sombra
do limbo das folhas,
onde a seiva segrega
o amarelecer dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
A malta não pode ler odes que ode também:
Mamãe:
Bartolomeu:
Eu não te chego, Índia?
Quando te ponho louca na minha caminha
E te sussurro ao ouvido, liiiindaaa.
Quando vou contigo ver as colmeias
E tu, encostada ao embondeiro
Começando a tirar as meias
Me suplicas: me come o pandeiro!
Não te chego Índia, Ímpia?
Quando o teu corpo ardente
Me pede que te toque a fimbria
Desse teu mundo ausente
E derrame entre os teus dedos
Este meu líquido precioso
Minha criança sem medos
Meu campo maravilhoso
Mamãe:
Prefiro leite derramando, como o óleo da mamona
Óleo vegetal naturalmente hidroxilado,
Gosto é de homem. Não, do outro lado.
Se podes comigo, não sei.
Ainda só fiquei na promessa.
Se comeres primeiro a São
Pergunto a ela se vales à beça.
Sou índia, que o cupido flechou,
Mas ímpia, de todo, não!
Tenho Fé que ainda sejas
Ferrado por um zangão.
Minhas fímbrias sexuais são tratadas
À base de mel em floral.
Se pensas nelas tocá-las...
Estás em perigo letal.
Assim estarás derrotado,
Feito toureiro chifrado na arena,
Mas já me disse o poeta:
Vale toda forma de amor,
Se a alma não for pequena.
Aproveito este ensejo
Para só o bem alcançares.
Deixa de comer as burras,
E com a bicicleta trepares.
Por aqui me despeço,
Lembrando que no Nepal
Tem caralho pra todo lado
Em cima, embaixo e o escambau.
Para ti, aqui em algum lugar,
Um beijo, em tua boca permear.
Com gosto de açaí e mel de abelha.
Mas com burras não
Bartolomeu:
E de pêlo bem macio
E este meu carapau
Come tudo o que tá co cio
Até come cu de onça
Ou um broche de leão
Come no meio de bagunça
Quando lhe chega o tesão
E a ti, minha Índia, tão fogosa
Tão ardente e destemida
Também te dou a ranhosa
da minha piça erguida
E fica assim bem alerta
Que vou atravessar o mar
Bota já a perna aberta
Está pronta p'a quando eu chegar
Bengala em madeira com casal a copular na pega
Bengala africana em madeira trabalhada à mão em toda a sua extensão.
Junta-se às outras bengalas da minha colecção.
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22 dezembro 2014
«Foder e rir» - João
"O sexo é uma coisa séria. Ou, preferiria dizer, uma coisa para levar a sério. Que exige empenho, saber-fazer, que exige atenção, cuidado, a entrega a uma forma de “nós”, a nossa entrega a alguém. Sem isso, o sexo é porventura uma banalidade mecânica, de despejar tomates e invadir o corpo com a electricidade de um orgasmo, um pouco como beber água quando há sede, sabendo nós que a água, ou o copo, se deixam para lá depois da sede resolvida. O sexo, o bom sexo, deve ser diferente disso, ao bom sexo sempre se regressa, nunca se viram as costas. O bom sexo é água que jorra de nascente fresca. Mas se isto é assim, há algo que o sexo não precisa e não deve nunca ser: demasiado sério. Que sério é este? O sério de seráfico. De tão exageradamente praticado como um desporto de alta competição que as pessoas se esqueçam de se olhar nos olhos, dizer coisas, e rir a bandeiras despregadas enquanto o fazem. Porque não? Porque não podemos salpicar o sexo com piadas que fazem dois amantes rir-se enquanto os caralhos se afeiçoam às conas? Porque terão as pessoas de estar sempre caladas, sérias, ou senão caladas, apenas a foder com o linguajar do Cais do Sodré? Notem que nada tenho contra isto. Calem-se quando for de calar, concentrem-se em silêncio quando assim tiver de ser, e digam todas as caralhadas e demais impropérios que sintam querer dizer quando vos apetecer, que um bom impropério no sexo sabe a rebuçado, mas não sintam ter de ser sempre sérios. Não sintam ter de evitar uma piada. Uma expressão engraçada que faça a outra pessoa rir. Sexo também é riso. Sexo também é divertimento. Sexo também é virmo-nos e rebentarmo-nos a rir na cara um do outro. Qualquer que seja a razão. Porque estamos rotos, porque nos aconteceu qualquer coisa que podemos julgar embaraçosa, porque a incredulidade pode dar para tudo e desse tudo o riso é o melhor. Foder e rir, malta. Foder e rir. Muito. Só assim vale mesmo a pena."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
«conversa 2114» - bagaço amarelo
Eu - Estás em paz?
Ela - Sim, é isso. Estou em paz comigo mesma...
Eu - Fixe, então.
Ela - Na verdade...
Eu - Na verdade o quê?
Ela - Na verdade estar em paz é a única coisa que me chateia um bocado e que me pode vir a fazer envolver com alguém.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
21 dezembro 2014
Luís Gaspar lê «Os olhos rasos de água» de Eugénio de Andrade
Cansado de ser homem durante o dia inteiro
chego à noite com os olhos rasos de água.
Posso então deitar-me ao pé do teu retrato,
entrar dentro de ti como num bosque.
É a hora de fazer milagres: posso ressuscitar os
mortos e trazê-los a este quarto branco e
despovoado, onde entro sempre pela primeira
vez, para falarmos das grandes searas de trigo
afogadas na luz do amanhecer.
Posso prometer uma viagem ao paraíso a
quem se estender ao pé de mim, ou deixar
uma lágrima nos meus olhos ser toda a
nostalgia das areias.
É a hora de adormecer na tua boca,
como um marinheiro num barco naufragado,
o vento na margem das espigas.
[Póvoa de Atalaia, Fundão, 1923]
Eugénio de Andrade
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
Troca de pen
Grande poeta é o povo!
Patife
@FF_Patife no Twitter
20 dezembro 2014
«Inatingível» - por Rui Felício
Ao alvorecer, no cimo daquele monte, o sol rompia. Mesmo por cima dos pinheiros. Cá em baixo, parecia-me ao alcance da mão. Se eu lá estivesse...
Ainda pensei em subir o monte para lhe tocar, para sentir o seu calor a aquecer-me a ponta dos dedos, mas percebi que não ia ter tempo porque quando atingisse o cume já a estrela solar iria alta.
Decidi que, na madrugada seguinte, estaria no alto daquele monte, oculto entre os pinheiros, esperando que ela aparecesse. Então sim, poderia tocá-la e sentir a carícia dos seus raios na minha pele, no meu corpo todo...
Levantei-me cedo, ainda de noite, subi o monte e esperei pela alvorada, no exacto local em que a tinha visto aparecer na manhã anterior. Arrepiei-me, ansioso, com a claridade da manhã que anunciava a sua vinda, imaginando e deleitando-me com a antecipação do nosso contacto.
Minutos volvidos vejo romper a fascinante bola dourada. Mas, nesse dia, apareceu na cumeeira do outro monte à minha frente.
Fixei o local e, na madrugada seguinte, lá estava eu, no cimo do outro monte, esperando aquela estrela, cuja luz e calor me fascinavam...
Repeti estas minhas alvoradas vezes em conta, procurando o calor da minha vida cada vez mais longe, cada vez mais inacessível.
Convenço-me que há sonhos inatingíveis...
Rui Felício
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