Ó espírito de inquietos e cândidos sonhos
que buscas na intemperança e volúpia do desejo
o calor da alma pressentida no júbilo da razão.
Deitas-te na terra húmida entre musgo verde e
adormeces na tempestade que o céu serenou.
Na terra orvalhada em chão de prata
onde o amor lavra e a chuva perdura
em palavras amenas que o coração dita
embarcas no sonho e na magia
que a neve da frieza em rocha dura não matou.
Não iludas o que aprouvera dos teus sonhos.
Falsa a magia do momento.
Na natureza nunca nasce a mesma água de parecida fonte.
Otília Martel
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa