Tudo o que existe em mim de grave e carinhoso
Te digo aqui como se fosse o teu ouvido…
Só tu mesma ouvirás o que aos outros não ouso
Contar do meu tormento obscuro e impressentido.
Em tuas mãos de morte, ó minha Noite escura!
Aperta as minhas mãos geladas. E em repouso
Eu te direi no ouvido a minha desventura
E tudo o que em mim há de grave e carinhoso.
Manuel Bandeira
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa