vives entre a alma e o sol,
deitado entre ti e ti,
de ti perdido,
de ti ali,
onde
as nuvens soltas
navegam delírios vestidos
de noite. vives entre a alma e
o que não sei. vives, em mim, noite
tempestuosa de olhos desassossegados.
inertes.
vives entre a alma e os dedos,
florescendo mágoas
e solidões
por entre
medos.
de ti perdido,
imaginas encontros de mãos
e sussurrares de aves finalmente tocadas
pelas primaveras do tempo. vives entre a alma,
e o que não sei. vives nas ondas submarinas do ventre
sôfrego.
vives onde não sabes,
e não vives nada, perdido de ti,
entre ti e as névoas das tuas dúvidas.
vives na sombra
do limbo das folhas,
onde a seiva segrega
o amarelecer dos dias.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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