o mundo é um lugar longe,
onde as mulheres são feiticeiras
e os poetas, a alma ferida
das brumas.
o mundo é um lugar longe,
tão longe quanto as lágrimas e o medo,
tão fundo quanto as lágrimas e o medo
de amar.
amar é um lugar longe,
onde as mulheres são aves que voam
um voo estranho de derivas
anteriores.
a dor é um lugar solitário,
tão longe como os poetas.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
31 julho 2018
Deserto por fugir
Como posso chamar cobarde a quem reúne a coragem necessária para a deserção irreversível a meio de uma intensa história de amor?
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
"Cuando estou lonje de ti…"
Lenço dos namorados bordado pela Hardcore Fofo com uma quadra adaptada por Paulo Moura: "Cuando estou lonje de ti/ O meu curação até ferve/ Ançiando por um bêijo…/ mas um broxe também çerve"
Mais uma peça criada especialmente para a minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Mais uma peça criada especialmente para a minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
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30 julho 2018
Trilogia de contos (3/3) - «Como Nossenhor as deitou ao mundo» - Teresa B.
Conheci dois casais muito amigos, que passavam férias juntos e tudo.
Um ano, começaram a estranhar a insistência das mulheres: todas as tardes os mandavam para a pesca para, segundo elas, deixarem as crianças fazer a sesta descansadas.
Num dos dias, eles prepararam tudo e foram 'pescar'; pouco depois regressaram e tiveram a surpresa das vidas deles... As duas enroladas numa das tendas, como Nossenhor as deitou ao mundo!
E foi assim que foram expulsas do 'paraíso', para espanto dos campistas (e acredito que alegria de alguns)...
Teresa B.
Blog Encontro de Gerações
Um ano, começaram a estranhar a insistência das mulheres: todas as tardes os mandavam para a pesca para, segundo elas, deixarem as crianças fazer a sesta descansadas.
Num dos dias, eles prepararam tudo e foram 'pescar'; pouco depois regressaram e tiveram a surpresa das vidas deles... As duas enroladas numa das tendas, como Nossenhor as deitou ao mundo!
E foi assim que foram expulsas do 'paraíso', para espanto dos campistas (e acredito que alegria de alguns)...
Teresa B.
Blog Encontro de Gerações
29 julho 2018
Postalinho da arte sacra malandreca
"Anjinho (bem) papudo em S. João de Tarouca"
Carlos Martins
"Sei que já tens, mas fica outra perspectiva."
Vicentezão
Carlos Martins
"Sei que já tens, mas fica outra perspectiva."
Vicentezão
Definição de amor
Saberemos o que é o amor quando, ao falarem-nos dele, pensarmos obstinadamente no nome de uma pessoa e nunca numa definição.
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
28 julho 2018
«Escrita» - Susana Duarte
escrevo suor em folhas de papel
e detenho as cores nos olhos de mar
derreto águas sobre o papel dos sonhos
e reajo ante a sonora invasão
dos rios agitados
onde a alma se revê,
renasce,
escreve,
habita,
é.
derreto as névoas intemporais do sonho
e habito-te, na serena calada da noite,
véspera de todas as manhãs, amplitude
de todas as cores
que me serás no peito.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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e detenho as cores nos olhos de mar
derreto águas sobre o papel dos sonhos
e reajo ante a sonora invasão
dos rios agitados
onde a alma se revê,
renasce,
escreve,
habita,
é.
derreto as névoas intemporais do sonho
e habito-te, na serena calada da noite,
véspera de todas as manhãs, amplitude
de todas as cores
que me serás no peito.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
The Strip Poker Kit
Jogo de mesa com cartas e livro de instruções, num estojo.
Mais um jogo de mesa para a minha colecção.
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Mais um jogo de mesa para a minha colecção.
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> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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27 julho 2018
Cláudia de Marchi na televisão
Programa brasileiro SuperPop, apresentado por Luciana Gimenez.
Em 23 de Maio de 2018, recebeu várias convidadas, entre as quais a advogada e acompanhante de luxo Cláudia de Marchi, para abordarem o tema da prostituição.
Claúdia de Marchi, de quem temos publicado neste blog as suas crónicas, com sua autorização (obrigada, Cláudia!), desde Julho de 2016, explica a actividade de acompanhante de luxo.
Em 23 de Maio de 2018, recebeu várias convidadas, entre as quais a advogada e acompanhante de luxo Cláudia de Marchi, para abordarem o tema da prostituição.
Claúdia de Marchi, de quem temos publicado neste blog as suas crónicas, com sua autorização (obrigada, Cláudia!), desde Julho de 2016, explica a actividade de acompanhante de luxo.
DiciOrdinário - vamos à terceira?
A primeira edição do DiciOrdinário resultou de muitas ideias lançadas pelas visitas e pelos visitos do blog «a funda São».
Esta segunda edição tem mais 314 entradas... e não queremos ficar por aqui. Venham-se sugestões para a terceira!
Podes encomendar o DiciOrdinário aqui:
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(com direito a dedicatória personalizada pela São Rosas)
#fosguismo - Ruim
"Fosga-se". Não há expressão mais conas. Nem conas é tão conas como "fosga-se". É a desvirtuação do foda-se (assim, sem #), f#da-se. É pôr uns sapatos de vela e um polo no foda-se, f#da-se. O "fosga-se" tem como intenção suavizar um foda-se. Ora, um foda-se, tem de ser bem dado (como o verbo) e "fosga-se" é uma rapidinha mal dada de foda-se. "Fosga-se" é um foda-se de contrafacção. "Vai-te fosguer!". Que bonito, sim senhor.
Nem quando se deixa cair uma mola da roupa se diz "fosga-se!". "Puta das molas, mais o caralho!" é o mais correcto. O "fosga-se" é parente próximo do "filha da porta", porque uma merda nunca vem só. Mas que caralho de foda-se é uma "filha da porta", caralho? Se estão a falar da filha da Júlia Peixeira da porta número 28 do Intendente, eu até percebo. Nem se atrevam a concatenar esta merda em "filha da porta, fosga-se" ou podem abrir uma fenda no tecido do espaço-tempo e são sugados para um universo em que todas as pessoas falam assim.
É aceitável dizer "fosga-se" em que situação? Nenhuma. Mas se não resistirem a essa vontade imensa de foder a língua portuguesa de missionário, dedos entrelaçados e olhos nos olhos, façam-no nas seguintes situações:
"Não trouxe sacos de plástico. Vou ter de os pagar, fosga-se!"
"Acabou-se o leite de amêndoa, fosga-se."
"Pedi à filha da porta da Cláudia para trazer rúcula e ela esqueceu-se, fosga-se!"
Porque um gajo dizer "dei com os cornos no bico do exaustor, fosga-se" não é nada. É menos de nada, foda-se.
Foda-se.
Ruim
no facebook
Nem quando se deixa cair uma mola da roupa se diz "fosga-se!". "Puta das molas, mais o caralho!" é o mais correcto. O "fosga-se" é parente próximo do "filha da porta", porque uma merda nunca vem só. Mas que caralho de foda-se é uma "filha da porta", caralho? Se estão a falar da filha da Júlia Peixeira da porta número 28 do Intendente, eu até percebo. Nem se atrevam a concatenar esta merda em "filha da porta, fosga-se" ou podem abrir uma fenda no tecido do espaço-tempo e são sugados para um universo em que todas as pessoas falam assim.
É aceitável dizer "fosga-se" em que situação? Nenhuma. Mas se não resistirem a essa vontade imensa de foder a língua portuguesa de missionário, dedos entrelaçados e olhos nos olhos, façam-no nas seguintes situações:
"Não trouxe sacos de plástico. Vou ter de os pagar, fosga-se!"
"Acabou-se o leite de amêndoa, fosga-se."
"Pedi à filha da porta da Cláudia para trazer rúcula e ela esqueceu-se, fosga-se!"
Porque um gajo dizer "dei com os cornos no bico do exaustor, fosga-se" não é nada. É menos de nada, foda-se.
Foda-se.
Ruim
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26 julho 2018
Amor Ímpossível
Hoje acordei, com uma sede insaciável
Não de água, mas de ti e do teu corpo
Preciso,
Necessito,
Que me rasgues a pele, ou que me toques suave,
Preciso,
Que beijes meus lábios, num novo encontro,
Preciso,
Ver teus olhos brilhar, piscar e reluzir
Ver de novo, esse sorriso, que amo, e me faz sorrir
Por isso vem, pois eu sinto-te a cada momento,
Não precisas de fazer loucuras, sê apenas minha no momento
Eu e tu, princesa e príncipe, sem castelo encantado
Juntos num sonho, que lutamos para se manter na realidade
Lutarei,
Lutarás,
E só assim poderemos vencer,
Porque um amor assim, é perfeito demais, para morrer.
(há 5 anos alguém que me amou, escreveu isto e desapareceu)
Da nem sempre, mas às vezes, vossa Pink Poison
A sétima posição
Ampola de vidro da Marinha Grande com um casal no interior, que se junta às 6 ampolas que deram início à colecção.
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25 julho 2018
Orgasmos cerebrais
ASMR – Autonomous Sensory Meridian Response, ou em português, Resposta Sensorial Autónoma do Meridiano – é o termo que se refere a um fenómeno biológico caracterizado por uma agradável sensação de formigamento, geralmente sentida na cabeça, couro cabeludo ou regiões periféricas do corpo em resposta a vários estímulos visuais, auditivos e cognitivos. Segundo alguns pesquisadores da Universidade de Sheffield, em South Yorkshire, o ASMR pode causar um “orgasmo cerebral”.
Via Sweetlicious
Via Sweetlicious
24 julho 2018
«quando chegares» - Susana Duarte
quando chegares, não acendas a luz:
ilumina-me com o futuro liquefeito dos teus dedos
e olha-me, com a vertente solar
dos teus olhos.
quando chegares, avisa as aves:
soletra cada uma das plúmulas com que desenhaste
as ausências, essas, que fizeram de ti
o sonho apátrida
das noites.
ilumina-me, então, com o voo abrupto
dos desejos sobre os lábios;
com a sombra ambígua
das manhãs
e com o eco vago das quimeras.
quando chegares, não acendas senão o peito,
e olha em redor das mágoas:
saberás que as noites
apátridas
têm recantos onde as aves
se iluminam; onde as plúmulas desenham círculos
na madrugada, e as mulheres se entregam às brumas.
talvez saibas, então, qual dos caminhos
trilhar. no voo abrupto das aves
sem nome.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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ilumina-me com o futuro liquefeito dos teus dedos
e olha-me, com a vertente solar
dos teus olhos.
quando chegares, avisa as aves:
soletra cada uma das plúmulas com que desenhaste
as ausências, essas, que fizeram de ti
o sonho apátrida
das noites.
ilumina-me, então, com o voo abrupto
dos desejos sobre os lábios;
com a sombra ambígua
das manhãs
e com o eco vago das quimeras.
quando chegares, não acendas senão o peito,
e olha em redor das mágoas:
saberás que as noites
apátridas
têm recantos onde as aves
se iluminam; onde as plúmulas desenham círculos
na madrugada, e as mulheres se entregam às brumas.
talvez saibas, então, qual dos caminhos
trilhar. no voo abrupto das aves
sem nome.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Rica fruta!
Jovem desempregada expõe a sua fruta, tentando reunir uns trocos para a compra de vestuário.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Phile nº 2 - Winter 2018
Revista sobre a sexualidade - "Jornal internacional do desejo e da curiosidade - Phile é uma revista semestral que explora subculturas, tendências e comunidades sexuais obscuras e bem conhecidas de um ponto de vista sociológico abrangente."
Junta-se a muitas centenas de revistas da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Junta-se a muitas centenas de revistas da minha colecção.
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> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
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23 julho 2018
Trilogia de contos (2/3) - «Rosalva e Cornélio» - Chama a Mamãe
A Rosalva, trintona, toda em forma de violão, morava na pacata cidadezinha de Belterra (aliás, nem cidade ainda era, mas sim um município da Cidade de Santarém, no Estado do Pará). Casada com (predestinado) Cornélio, adorava as músicas e cantores da Jovem Guarda, especialmente do Erasmo Carlos e Roberto Carlos.
Cornélio cercava a Rosalva como galo quando está querendo meter o esporão na galinha. Um ciúme exacerbado. Incontrolável. Via, em qualquer pessoa do sexo masculino, um rival em potencial. E nem precisava que o pretenso rival tivesse um corpo esculpido em academia. Para Cornélio, um homem era um homem e, portanto, perigo iminente de perder a amada Rosalva para algum concorrente.
A mente do Cornélio vivia em polvorosa. Quando saiam, seja para passearem ou irem a missa, até o assobio de um passarinho ele já cogitava ser alguém assobiando para a Rosalva. Afinal, ela chamava a atenção (e inveja) até da mulherada, com aquele corpo todo enrijecido, pernas alongadas e um bumbum que parecia “moldado” para a esposa do Cornélio.
Quando Cornélio não podia acompanhar Rosalva, não permitia que ela fosse sozinha a qualquer lugar, ainda que a companhia fosse filha da vizinha, a Nanda, por quem o Cornélio não tinha muita simpatia. Mas, afinal, era mulher.
Na cabeça do Cornélio, mulher não era perigo.
E a Rosalva? Como ela mesma se intitulava, uma “santa”! Só se fazia acompanhar, para qualquer lugar, com o marido ou com a Nanda, amiga desde sempre.
Cornélio, casado há quase 15 anos com Rosalva, não teve um emprego seguro, em que precisasse ter um horário definido para labutar. Por conta disso, ausentava-se de casa conforme a necessidade do serviço que se lhe aparecia. Não saia de casa, porém, sem antes se certificar de que Rosalva iria permanecer em casa, e, caso saísse, já deixava negociado com Nanda para acompanhar a mulher.
E Nanda nunca recusou ou se fez de rogada, quando necessária (e desnecessária!) sua companhia à Rosalva. Em muitas das vezes, até se oferecia para tal “serviço”, embora não cobrasse do Cornélio absolutamente valor algum para a “função”. Era tudo por prazer, como ela costumava dizer.
E Cornélio, nessas ocasiões, sentia-se inteiramente tranquilo. E até arriscava dizer aos amigos o quanto cuidava de sua esposa, e criticava aqueles que permitiam que estas saíssem desacompanhadas.
Certo dia, Cornélio, chegando do serviço, foi dar uma incerta na bolsa da Rosalva, dizendo a si mesmo: “O seguro morreu de velho”. Já estava aliviado e quase arrependido de vasculhar as coisas da amada, quando percebeu um pedaço de papel, na cor vermelha, com muitas dobraduras, parecendo um origami, o que logo lhe chamou à atenção e acionou o “desconfiômetro”.
Foi desdobrando o minúsculo papel, e, à medida que seus dedos trêmulos abriam mais uma dobra, da sua testa caiam gotas de um suor quente, como se algo na cabeça estivesse a queimar.
“Meu amor, quando seu marido estará ausente, para termos mais horas, loucas e apaixonadas, para nós? Espero ansiosa por sua resposta. Beijos, amor. Assinado: Nanda”.
Tinha tanto medo de perder a amada, que aceitou a sugestão de ambas para morarem juntos, os três.
Acabou por se gabar aos amigos e vizinhança, que era o tal, que dava conta de duas mulheres. Essa foi a "negociação" com Rosalva e Nanda, para que ninguém soubesse que perdera a mulher para quem menos ele temia: outra mulher.
E viveram felizes por um bom tempo.
Quito Pereira
Blog Encontro de Gerações
Cornélio cercava a Rosalva como galo quando está querendo meter o esporão na galinha. Um ciúme exacerbado. Incontrolável. Via, em qualquer pessoa do sexo masculino, um rival em potencial. E nem precisava que o pretenso rival tivesse um corpo esculpido em academia. Para Cornélio, um homem era um homem e, portanto, perigo iminente de perder a amada Rosalva para algum concorrente.
A mente do Cornélio vivia em polvorosa. Quando saiam, seja para passearem ou irem a missa, até o assobio de um passarinho ele já cogitava ser alguém assobiando para a Rosalva. Afinal, ela chamava a atenção (e inveja) até da mulherada, com aquele corpo todo enrijecido, pernas alongadas e um bumbum que parecia “moldado” para a esposa do Cornélio.
Quando Cornélio não podia acompanhar Rosalva, não permitia que ela fosse sozinha a qualquer lugar, ainda que a companhia fosse filha da vizinha, a Nanda, por quem o Cornélio não tinha muita simpatia. Mas, afinal, era mulher.
Na cabeça do Cornélio, mulher não era perigo.
E a Rosalva? Como ela mesma se intitulava, uma “santa”! Só se fazia acompanhar, para qualquer lugar, com o marido ou com a Nanda, amiga desde sempre.
Cornélio, casado há quase 15 anos com Rosalva, não teve um emprego seguro, em que precisasse ter um horário definido para labutar. Por conta disso, ausentava-se de casa conforme a necessidade do serviço que se lhe aparecia. Não saia de casa, porém, sem antes se certificar de que Rosalva iria permanecer em casa, e, caso saísse, já deixava negociado com Nanda para acompanhar a mulher.
E Nanda nunca recusou ou se fez de rogada, quando necessária (e desnecessária!) sua companhia à Rosalva. Em muitas das vezes, até se oferecia para tal “serviço”, embora não cobrasse do Cornélio absolutamente valor algum para a “função”. Era tudo por prazer, como ela costumava dizer.
E Cornélio, nessas ocasiões, sentia-se inteiramente tranquilo. E até arriscava dizer aos amigos o quanto cuidava de sua esposa, e criticava aqueles que permitiam que estas saíssem desacompanhadas.
Certo dia, Cornélio, chegando do serviço, foi dar uma incerta na bolsa da Rosalva, dizendo a si mesmo: “O seguro morreu de velho”. Já estava aliviado e quase arrependido de vasculhar as coisas da amada, quando percebeu um pedaço de papel, na cor vermelha, com muitas dobraduras, parecendo um origami, o que logo lhe chamou à atenção e acionou o “desconfiômetro”.
Foi desdobrando o minúsculo papel, e, à medida que seus dedos trêmulos abriam mais uma dobra, da sua testa caiam gotas de um suor quente, como se algo na cabeça estivesse a queimar.
“Meu amor, quando seu marido estará ausente, para termos mais horas, loucas e apaixonadas, para nós? Espero ansiosa por sua resposta. Beijos, amor. Assinado: Nanda”.
Tinha tanto medo de perder a amada, que aceitou a sugestão de ambas para morarem juntos, os três.
Acabou por se gabar aos amigos e vizinhança, que era o tal, que dava conta de duas mulheres. Essa foi a "negociação" com Rosalva e Nanda, para que ninguém soubesse que perdera a mulher para quem menos ele temia: outra mulher.
E viveram felizes por um bom tempo.
Quito Pereira
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22 julho 2018
Postalinho do Douro
"Só não tive tempo de perceber se os habitantes desta localidade são coitados ou felizardos..."
Egídio Santos
Egídio Santos
DiciOrdinário - é rata!
Assim, ninguém pode dizer que errámos... ihihih...
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