21 julho 2004

Morada

Dou-te todas as chaves. Abro-te todas as portas. Entra dentro de mim. Vê como sou. Olha-me como ninguém me olhou. Ama-me como ninguém me amou.
E ele deu-lhe as chaves.
E ela entrou em todos os recantos.

E fez dele a sua morada.

Dou-te o meu corpo. Entrego-me a ti como nunca me entreguei. Ama-o como ninguém o amou.
E ela amou-o. E ousou todas as fantasias.
Descobriu o prazer nele. E descobrindo-o descobriu o dela.
Fez do corpo instrumento usou-o, superou-o quando o cansaço o limitava.

E fez do corpo dele a sua morada.

Dou-te a minha mão. Guardo-te nela. Irás comigo onde eu for. Estarás sempre aqui guardada na minha mão.
E ela fechou-se na mão dele.
E fez da mão morada.
E a morada dela era uma mão.
E o medo que se abrisse.

E o medo foi morada...

Poema de
(para se deliciarem com este e outros poemas dela, visitem o blog)

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