....pegou no meu pénis hirto e a sensação maravilhosa da doçura toda no poema duma mão feminina....
Durante um breve segundo, um curto sermão passara-me pela ideia.
Ela tinha-me confidenciado as suas tentações em confissão, agora que o seu namorado se encontrava ausente e na aldeia alguém chegara que fizera despertar-lhe as inquietações do coração.
Pensei nos ensinamentos sobre as virtudes da pureza e da castidade, no conselho subsequente que lhe daria como sacerdote, mas calei tudo perante a imensa erecção que me tomara, alimentada pelo decote que observava através do rendilhado do separador em madeira.
Calei o conselho que me aflorara por instantes.
Queria sim que ela continuasse, que me excitasse mais e mais.
Bem no meu recinto escuro, interior do confessionário, sentia-me na posição confortável do voyeur que sabe não poder ser visto enquanto ele tudo devassa com o olhar que lhe alimenta a tempestade interior.
Olhei mais uma vez para o seu decote, para os seus lábios e fechando os olhos afaguei o pénis.
Estremeci!
- Continue por favor. - Disse-lhe com a voz mal disfarçada pela excitação que dum todo me tomava e fechei os olhos. Esperei um pouco enquanto me acariciava de olhos fechados, e quando ia repetir o pedido, abri-os bruscamente ao ruído da cortina a afastar-se. Perante mim, toda rodeada de luz, estava ela.
Mirava-me mordendo levemente o lábio inferior, o rosto ruborizado e os olhos resplandecentes de brilho.
Deixei o olhar percorrer-lhe o corpo, fixei um instante as pernas espreitando por entre a rede fina das meias, e regressei ao brilho que do seu rosto me incendiava.
Durante um curto lapso de tempo os olhares fecharam-se. Depois, lenta mas resolutamente, penetrou no espaço que me era reservado e encostou-se toda a mim.
Não tive qualquer reacção. Nem consegui dizer uma única palavra.
Dentro de mim os pensamentos rodopiavam soltos sem nexo, fragmentos de sermões e retóricas cruzavam-se com o tesão que me tomava todo o corpo. As lições profundas em sabedoria do meu mestre eram de repente palavras tontas perante aquela beleza toda junto a mim, odores de mulher em chamas e que me incendiava toda a alma.
Aproximou-se mais, as roupas a sibilar suavemente à passagem pelas guarnições de madeira do confessionário. Sentou-se no meu colo e puxou o cortinado. Pôs os braços à volta do meu pescoço e beijou-me. Não sei como reagi. Certamente com toda a atrapalhação e nervosismo. Mas ela riu-se docemente e disse pondo-me à vontade:
- O senhor padre nunca beijou uma mulher, não é?...-
Não esperou pela resposta. Encostou suavemente os seus lábios aos meus e enfiou-me a língua na boca explorando-lhe o céu, procurando a minha em voltas e rodopios. Senti-me a levantar voo, a corresponder-lhe, seguindo-a como um vento de repente liberto do peso da gravidade e do espartilho do pecado.
Senti como a mão dela me procurou. Como pegou no meu pénis hirto e da sensação maravilhosa da doçura toda no poema duma mão feminina. Procurei-lhe os peitos, e o corpo dela apertou-se mais contra o meu.
Meu Deus, eu estava completamente louco!
Que coisa tão boa!
Puxei-a contra mim todo perdido em desejos, mas num relance de consciência acordei em sobressalto
- Saia. – Disse-lhe de repente.
Perante o seu olhar de espanto e incredulidade atalhei, com a voz afogueada:
- Vamos para os meus aposentos…-
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia