Dou por mim sentada numa cadeira, as mãos unidas no colo, os olhos fechados e o sono quase me leva; assim acontece quando os pensamentos são quase sonhos; reinvento e acrescento; daqui, nada quereria subtrair.
Ontem não dormi, estou cansada, tenho sono, não faz mal, ouvi-te sonhar acordado a noite inteira, o teu sonho era - sou - eu.
Olho para ti, não sei o que dizer, o laço da ternura na língua e nada chega; tiro a camisola e mostro-te o peito, podes ler-me com o teu corpo, ouvir-me com as tuas mãos sobre mim; faz muito tempo que foste escrito, inscrito, pintado na minha pele, tudo ficou aqui, saberás entender todas estas linhas, elas continuavam a perguntar-se por ti; podes sonhar mais e mais e acordar, todos os dias, sem medo de deixar o sonho no sono, eu acordo também, eu também sonho, eu também acordo aqui.
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Uma por dia tira a azia