– Hum… Já não nos encontrávamos desde o ano passado, David.
– Pois não. Bom ano, Lucília!
– Obrigado, bom ano para ti também.
– Ah!... Muito obrigado.
– Estás bom?
– Bom?! Bom?! Tu estás a gozar comigo, não estás?... Só podes!
– Não… eu…
– Como é que queres que eu esteja bom, Lucília? Como?... Eu não posso estar bom!...
– Não sabia… Desculpa.
– A gaja não te disse nada?
– Quem, a Cristina?
– Sim, essa gaja cujo o nome eu não vou repetir, não te disse nada?
– Não, acho que não.
– A gaja não te contou nada?!...
– Não. O quê?
– A gaja pôs-me fora de casa…
– Não posso… Quando?
– Na semana passada…
– A Cristina pôs-te fora de casa na semana passada?!
– Foi. A seguir à passagem de ano.
– Porquê?
– Sei lá porquê!... Porque é doida!
– Hum… Alguma coisa deves ter feito.
– Qual feito, qual carapuça. A gaja é doida. Não estás bem a ver…
– Doida?
– Sim, completamente doidinha.
– E pôs-te fora de casa?
– Foi mas eu voltei.
– Voltaste?
– Sim, dois dias depois.
– E não me disseste nada?
– Achei melhor não. E tu tinhas ido com o Leandro à terra.
– Pois foi, e ela?
– Ela não.
– Ela não, o quê?
– Não foi à terra contigo e com o Leandro.
– Isso sei eu, parvo!... O que é que ela fez?
– Não fez nada. É doida!
– Mas ela acusou-te de alguma coisa?
– A mim?
– Não, a mim!...Ó David, toda a gente sabe que tu não és nenhum santo…
– Eu nunca disse que sou!
– E até te digo mais, se eu fosse a ela já te tinha posto na alheta ao tempo.
– Mas eu não fiz nada, foi tudo um mal-entendido!
– Ah!... Sempre houve alguma coisa.
– Houve que a gaja é doida.
– E que mal-entendido foi esse?
– O mal-entendido é que a gaja é doida!
– Isso não é um mal-entendido, ou é ou não é.
– É!
– É a tua opinião e olha que eu trabalho com ela quase todos os dias e não me parece.
– Ela disfarça.
– E, afinal, do que é que ela te acusou?
– Que eu andava metido com uma gaja na fisioterapia.
– Tu andas na fisioterapia?!
– Não te disse?
– Não.
– Ando.
– Andas?
– Ando.
– A fazer o quê?
– Ando lá.
– Sim, isso já me disseste, mas andas lá exactamente para quê?
– Por causa da baixa. O seguro mandou-me e eu ando lá.
– E a gaja?
– Qual gaja?
– A gaja que a Cristina diz que tu andas metido.
– Deslocou um ombro.
– Um ombro?
– Sim, teve um acidente e deslocou um ombro, uma coisa simples mas depois imobilizaram-na como se tivesse partido e a seguir tiveram de partir para que ficasse deslocado e se pudesse curar. E agora tem de andar na fisioterapia…
– Coitadinha… Olha que, para quem não anda metido com ela, tu sabes muito sobre a gaja com quem não andas metido.
– A fisioterapeuta é a mesma.
– Sim, claro e foi ela que te contou.
– Foi.
– Porque tu não andas metido com ela.
– Eu não ando metido com ninguém, Lucília! Também tu, bolas?!
– Andas metido comigo.
– Mas tu não andas na fisioterapia.
– Pois não.
– E a Cris... E a gaja não sabe, nem desconfia.
– Esperemos que não. E a da fisioterapia sabe que tu andas comigo?
– Bolas, Lucília! Não há ninguém na fisioterapia! A gaja é doida, já te disse.
– Deixa lá, eu depois esclareço isso com a Cristina. Agora chega aqui, para eu ver se a fisioterapia te tem feito bem.
– Pois não. Bom ano, Lucília!
– Obrigado, bom ano para ti também.
– Ah!... Muito obrigado.
– Estás bom?
– Bom?! Bom?! Tu estás a gozar comigo, não estás?... Só podes!
– Não… eu…
– Como é que queres que eu esteja bom, Lucília? Como?... Eu não posso estar bom!...
– Não sabia… Desculpa.
– A gaja não te disse nada?
– Quem, a Cristina?
– Sim, essa gaja cujo o nome eu não vou repetir, não te disse nada?
– Não, acho que não.
– A gaja não te contou nada?!...
– Não. O quê?
– A gaja pôs-me fora de casa…
– Não posso… Quando?
– Na semana passada…
– A Cristina pôs-te fora de casa na semana passada?!
– Foi. A seguir à passagem de ano.
– Porquê?
– Sei lá porquê!... Porque é doida!
– Hum… Alguma coisa deves ter feito.
– Qual feito, qual carapuça. A gaja é doida. Não estás bem a ver…
– Doida?
– Sim, completamente doidinha.
– E pôs-te fora de casa?
– Foi mas eu voltei.
– Voltaste?
– Sim, dois dias depois.
– E não me disseste nada?
– Achei melhor não. E tu tinhas ido com o Leandro à terra.
– Pois foi, e ela?
– Ela não.
– Ela não, o quê?
– Não foi à terra contigo e com o Leandro.
– Isso sei eu, parvo!... O que é que ela fez?
– Não fez nada. É doida!
– Mas ela acusou-te de alguma coisa?
– A mim?
– Não, a mim!...Ó David, toda a gente sabe que tu não és nenhum santo…
– Eu nunca disse que sou!
– E até te digo mais, se eu fosse a ela já te tinha posto na alheta ao tempo.
– Mas eu não fiz nada, foi tudo um mal-entendido!
– Ah!... Sempre houve alguma coisa.
– Houve que a gaja é doida.
– E que mal-entendido foi esse?
– O mal-entendido é que a gaja é doida!
– Isso não é um mal-entendido, ou é ou não é.
– É!
– É a tua opinião e olha que eu trabalho com ela quase todos os dias e não me parece.
– Ela disfarça.
– E, afinal, do que é que ela te acusou?
– Que eu andava metido com uma gaja na fisioterapia.
– Tu andas na fisioterapia?!
– Não te disse?
– Não.
– Ando.
– Andas?
– Ando.
– A fazer o quê?
– Ando lá.
– Sim, isso já me disseste, mas andas lá exactamente para quê?
– Por causa da baixa. O seguro mandou-me e eu ando lá.
– E a gaja?
– Qual gaja?
– A gaja que a Cristina diz que tu andas metido.
– Deslocou um ombro.
– Um ombro?
– Sim, teve um acidente e deslocou um ombro, uma coisa simples mas depois imobilizaram-na como se tivesse partido e a seguir tiveram de partir para que ficasse deslocado e se pudesse curar. E agora tem de andar na fisioterapia…
– Coitadinha… Olha que, para quem não anda metido com ela, tu sabes muito sobre a gaja com quem não andas metido.
– A fisioterapeuta é a mesma.
– Sim, claro e foi ela que te contou.
– Foi.
– Porque tu não andas metido com ela.
– Eu não ando metido com ninguém, Lucília! Também tu, bolas?!
– Andas metido comigo.
– Mas tu não andas na fisioterapia.
– Pois não.
– E a Cris... E a gaja não sabe, nem desconfia.
– Esperemos que não. E a da fisioterapia sabe que tu andas comigo?
– Bolas, Lucília! Não há ninguém na fisioterapia! A gaja é doida, já te disse.
– Deixa lá, eu depois esclareço isso com a Cristina. Agora chega aqui, para eu ver se a fisioterapia te tem feito bem.