31 maio 2013

«O Canhão» - por Quito Pereira


Antes que o preclaro António Dias, venha para aqui dizer que já pôs um penedo de Monsanto em cima da guerra, eu começo por avisar que este canhão não é um canhão. Era um homem, que tinha uma alcunha bélica – Canhão. Um militar africano, de etnia fula. Lembro-me dele, como se estivesse aqui à minha frente. Alto, quase dois metros de estatura, olhos grandes e inquietos, uma barba branca e rala e uns pés onde moravam umas botas número 48. Usava calções de Janeiro a Dezembro e nunca o vi que não fosse a rir. Um riso largo, que lhe ocupava a cara toda e uma forma muito peculiar de ver a vida. Tratava-a com desdém e dizia que era na morte que começava tudo. Talvez uma crença religiosa, que o levava a afirmar que nunca virava o peito às balas. Se lhe acertassem, era o Destino.

Como todos os homens, o Canhão tinha qualidades e defeitos. Gostava de gastronomia, por exemplo. Uma qualidade. Mas era louco por carne de macaco. Um defeito. Um clamoroso defeito. Defeito, porque não se coibia de, nas colunas militares, atirar rajadas de metralhadora para as árvores, na expectativa de ver derramados pelo chão, meia dúzia de infelizes. Era como andar a varejar azeitona num chão de oliveiras, no Alentejo. Um dia, subi ao rodado de um camião, para ficar de olhos nos olhos com ele e gritei-lhe furioso: “… ó Canhão, queres matar-nos a todos?!… Não vês que estás a denunciar a nossa posição ao inimigo…?!”. O Canhão descansou então os braços sobre o cano da arma, compôs o boné militar, deu um suspiro fundo e disse-me com os olhos no horizonte: “… mas ó furriel, aquele macaco era tão tenrinho…”. Nada a fazer…

Uma noite, ligámos a máquina do Melgueira e projetámos um filme contra a parede branca da caserna. O filme era o delírio para quem já andava meio louco. O documentário, já um tanto queimado e deteriorado de tantas vezes ser visto, mais não era que uma loira escultural, como Nosso Senhor a pôs no Mundo, a lavar um carro com uma mangueira. Lavava bem, admito. E estávamos nós a ver a esguichadela de mangueira pela centésima vez, quando entrou no abrigo o Canhão. Ao ver a preciosidade, que o mesmo é dizer, a bela “ragazza”, encostou-se a uma parede assombrado, de olhos arregalados e respiração ofegante. E riu. Riu muito e bateu palmas. A plateia acompanhava-o, metendo os dedos na boca e soltando assobios estridentes. E quando o filme acabou, depois de repetido mais dez vezes, a pedido do culto Conclave, o Canhão partiu, entusiasmado.

No dia seguinte, ao passar por ele na parada, perguntei-lhe quais tinham sido as suas impressões, sobre aquela fantástica noite de «cinema». Então, olhou para mim, voltou a rir até se engasgar e disse-me em apoteose: “ó furriel, estive toda a noite sem dormir, com a cabeça cheia de pensamentos abandalhados”. Uma qualidade…

Quito Pereira
Blog Encontro de Gerações

Prostituição - a minha história (XV)

Outono de 1999... (...) Se eu estivesse louca, pensava, ela havia de me dizer. No dia seguinte, entre chamadas, fui-lhe relatando a minha experiência e os meus pensamentos. As primeiras frases que lhe disse pareciam pesar chumbo e saírem arrastadas da minha garganta. Não conseguia interpretar bem o olhar dela mas conseguia perceber a curiosidade a crescer-lhe. Fui descontraindo no avançar da conversa e ela foi oscilando entre a estupefacção completa e a curiosidade enorme. A única prostituição de que ela tinha conhecimento era a de rua portanto imaginava que eu lhe ía relatar algo degradante, humilhante e em que as mulheres estavam completamente mal tratadas pelos proxenetas e expostas a quem quisesse ver. Colocou-me várias perguntas e fez várias exclamações revoltadas quando imaginava algo como estarmos expostas a todas as doenças, eu explicava-lhe que era com protecção, que ninguém me tinha tratado mal, que estávamos protegidas pela casa, que espreitávamos os homens antes da apresentação para vermos se não era ninguém conhecido. Depois começou a colocar-me questões práticas, quanto se ganhava, em que horário, onde... E eu percebi, percebi que ela estava a tentar convencer-se a... Percebi que não me ía dizer que eu estava louca. Percebi que é um risco contar estas coisas a uma pessoa com uma vida ainda mais complicada que a nossa, percebi que, se eu tinha do que me queixar, ela, com filhos, ainda mais teria, percebi que, maior que o risco do julgamento ou de me chamar louca, era este risco imprevisto: o de convencer alguém a alinhar na minha loucura. Mas já estava feito e ela fazia planos, já lhe tinha aberto a porta e não sabia como e se haveria de a fechar: se nós entrássemos podíamos melhorar muito a nossa vida, ela poderia dar imensas coisas aos filhos, já se considerava uma pessoa com uma liberdade sexual grande, embora não tanta, mas era apenas juntar a liberdade sexual à vida financeira, imaginava que também podíamos aprender como se faz e, depois, quando tivéssemos dinheiro suficiente, poderíamos também abrir uma casa daquelas e ganhar uma fortuna. E imaginou, imaginou, imaginou... No fim de toda a imaginação, só nos sobrou uma questão: onde? (Continua)

Creme de la creme

Quando era adolescente apaixonava-me por todas as miúdas que me pediam para lhes aplicar o bronzeador.

Ninfomaníaca



Testosterona

30 maio 2013

«Ceci n'est pas mon corps» (isto não é o meu corpo) - Dries Verhoeven

"O corpo humano começa a mostrar sinais de envelhecimento após os 20 anos de idade. A degeneração ocorre como resultado de radicais livres que atacam o corpo, os quais danificam a estrutura de ADN. As rugas são causadas por movimentos repetitivos da pele, como o acto de sorrir. O nível reduzido de elastina provoca uma maior superfície da pele (por exemplo, sob o queixo).
Os holandeses têm em média 39 anos e esta idade está a aumentar. Os modelos fotográficos profissionais mantêm-se cada vez mais jovens. Idealmente, começam as suas carreiras quando estão entre os 14 e os 19 anos de idade."


Ceci n'est pas mon corps | Dries Verhoeven from THR Visuals on Vimeo.

5ª lição

A quinta lição não é a última. Apenas se refere a uma prática, entre muitas outras, que exige treino constante e conhecimento completo dos corpos.
A vagina está predisposta a acolher qualquer pénis e desenhada de forma a proporcionar as mais perversas, deleitosas e magníficas experiências de que há memória e receber idênticos prazeres. A descida e a subida húmida e suculenta da vagina sobre o pénis é agora compassada, acelerando o ritmo de entrada e saída do pénis de acordo com o egoísmo e a urgência dos envolvidos. No entanto, a mulher não deve deixar de sentir os batimentos do órgão que tem encravado no sexo. Tem de usufruir do fogo da glande e da rigidez do corpo que a invade.
A inclinação sobre o peito masculino favorece o encontro do clítoris com os pelos púbicos do homem a que é permitido jogar com o anûs da fêmea que o cavalga. O pénis pode ser retirado, ensopado, e friccionado contra o anûs de modo a lubrificar o local interdito até ao momento.
O descontrolo masculino tem de ser previsto. Afagar, friccionar, roçar e massajar o anûs com a rigidez desesperada do pénis, não implica forçar uma entrada intempestiva (trataremos deste caso numa lição posterior). A expressão verbal do sentido (não esqueçamos que o sexo não é apenas a verbalização de onomatopeias, urros, guinchos, gemidos ou vagidos) é afrodisíaca e, ao contrário de algumas mulheres, sou de opinião que deve ser quase narrado, descrito e enunciado, toda a movimentação que se opera. - Sinto-te a latejar e a escaldar-me o corpo todo e sei que te aperto e estrangulo a vida. – Para além de vagamente poético, contrabalança a verborreia que nestes momentos somos capazes de desatar a rugir.
O sexo não tem de ser uma colecção de calões ou de pregões vociferados. O platô, quando se manifesta, é perfeitamente reconhecido.
Entranhemos o pénis, fundo, na vagina e cerremos os músculos em redor da base. Os jactos de esperma terão de rebentar o anel que aperta e o prazer é redobrado sendo redobrada a força com que são projectados na vagina. Em alternativa, mais contida, a mulher pode desembainhar o pénis e abrindo o sexo com os dedos da mão liberta, deixar que a lava embata no clítoris, friccionando o cone vulcânico de encontro ao expectante e ávido pequeno colosso. A lição está completa.
O que se vai seguir não pertence ao sumário desta aula. É bom deixar agora o improviso tomar conta do suor e do cansaço.
Camille

«Bate-papo: O Retorno» - Patife

Eu tentei. Não podem dizer que não tentei. Mas as palavras fazem-me formigueiro nos dedos e nas margens ordinárias do cérebro. O tempo, esse, é «um crime premeditado». Por isso será apenas de quando em vez e sem a fantástica interacção masturbatória que decorria nos comentários. O tempo queima tudo em nossa volta. Mas não se iludam. As palavras continuam gastas. Completamente gastas. Mais não digo, pois vocês sabem bem o que a casa gasta. Tal como eu sei o que a chacha gasta: o meu pincel. Sem mais demoras, e antes que fique com um esquentamento na gaita de tanto esfregar o besugo em vez de vos escrever porcalhices, cá vai disto, a anunciar o retorno:

Bate-papo

Isto é capaz de vos chocar, mas vou dizê-lo na mesma: aprecio mulheres tagarelas. A sério que sim. Relaxam-me. Gosto muito de as ver conversar. Umas com as outras, entenda-se. Isto a propósito de duas gajas bi-curiosas que engatei ontem à noite. Não sei se alguma vez vos disse que danço como o Fred Astaire, coisa que aparentemente deixa as mulheres à beira de um ataque de líbido. Engatei duas simultaneamente com os meus passos de dança, mas antes de sairmos do clube nocturno desataram as duas à conversa. Eu deixei-as falar, até porque assim conversam uma com a outra e sossegam-me os cornos. Fazem os preliminares da palratória e quando acharem que já chega de conversa vêm comigo para casa. E, acreditem, muito tagarelaram aquelas duas. Mas depois de as ter levado para casa e de as despir é que começaram no verdadeiro bate-papo.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

Há emoções e... emoções

Crica para veres toda a história
A haste dramática


1 página

29 maio 2013

A Primeira Afunda São de Sempre... (versão oficial)

interpretação livre do Livro de Gênesis e em oposição
à versão da teoria evolucionista (apresentada anteriormente)
Raim on Facebook

«A arte da foda» - João

"As mulheres sabem sempre. Foder é uma arte e as mulheres sabem sempre quem está a entrar nelas. Sabem sempre se estão a fazer amor com elas, ou se as estão a foder, mesmo quando estão a foder fazendo amor. A arte da foda não é para quem quer, é para quem pode, quem consegue, quem sente. A arte da foda não é para os grandes pénis, para os musculados, para os elegantes. A arte da foda não é para o macho comum, vulgar de Lineu. Para o bárbaro, a herança do macho que perseguia bisontes. A arte da foda é para o macho que se distancia dos raciocínios da matilha, que corre e concorre para esvaziar os tomates e a seguir partir para outra. A arte da foda é para o macho que se funde nas fêmeas, que as ama nos seus detalhes, nos pequenos odores, nos pequenos toques, nas palavras cuidadas que passam dos lábios às orelhas como brisas quentes que confortam em dias frios.

A arte da foda não é foder e partir. É amar e ficar, tapar, aconchegar. É cuidar. A arte da foda é fazer vir, com mãos quentes, com corpo quente, com olhar penetrante que fala melhor e mais fundo do que o mais prolixo dos escritores. A arte da foda é soltar os corpos sem lugares comuns nem receios, ir ao encontro do que se gosta e quer, despir a máscara com que se sai da cama de manhã assim que se acorda. A arte da foda é ignorar tudo e ceder ao prazer em qualquer lugar, passe gente ou não, haja cama, mesa ou chão. Correr riscos, ficar-se ofegante, dizer-se que não se tem juízo nenhum, que se é louco, que nunca se sentiu nada assim. A arte da foda é explodir, ficar-se mais molhado do que num dia de chuva. A arte da foda é não temer o cansaço que vem depois, é antecipá-lo e sorrir, com vontade de repetir. A arte da foda é amar. Amar foder e ser fodido amando."

João
Geografia das Curvas

«conversa 1980» - bagaço amarelo

Ela - Não te sei explicar muito bem o que sinto. Estou mesmo cansada de viver com o meu marido e já não o posso ver, mas ao mesmo tempo tenho um carinho muito especial por ele e não ganho coragem para o deixar...
Eu - E umas férias sozinha, já pensaste nisso?
Ela - Já pensei... mas não sei se ele vai gostar da ideia...
Eu - Tu é que sabes. Eu acho que é sempre bom falar nessas coisas. Pôr tudo em cima da mesa, amigavelmente, e discutir. Já falaste com ele sobre isso?
Ela - Não consigo falar com ele sobre isso.
Eu - Tens que ganhar coragem...
Ela - Não é bem uma questão de coragem, é mais uma questão de oportunidade.
Eu - De oportunidade?! Vocês vivem juntos...
Ela - Vivemos... mas ele está sempre a jogar Playstation 3 na sala e eu a ver televisão no quarto...


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Palavras para quê?

Olho nos olhos das palavras, atrevido. E elas punem-me pelo arrojo, conscientes do quanto não possuo aquilo, seja o que for, que me conceda o direito de olhá-las assim. Sorriem com desdém, fazem troça do meu atrevimento e ignoram em absoluto a minha veleidade de escriba amador e amante inferior das suas tentações demoníacas, das ilusões que estendem como um falso tapete vermelho neste branco imenso que desafia os atrevidos como eu.
Olho-as com respeito e tento usá-las a preceito mas as palavras jamais se deixam usar, rebeldes por natureza, independentes da vontade de quem se arvora capaz de as manobrar a seu bel-prazer, superiores a todas as vaidades humanas.
E a minha, ridícula aos seus olhos de fêmeas bem rodadas, de palavras muito usadas, experientes, apenas belisca ao de leve a fina cútis que as protege dos arremedos de insignificantes prosadores, elas que já serviram para descrever intensos amores ou prodígios da inteligência.

Olho nos olhos as palavras e esboço um sorriso patético, ciente da sua incomensurável superioridade que me esmaga mas não me impede de as confrontar. Absurdo, entrego-me às palavras e ofereço-lhes a rendição.

A Primeira Afunda São de Sempre...

Não foi apenas a feitura do fogo que foi descoberta por acidente..


28 maio 2013

«Tô de Pauduro» - Paródia à Danza Kuduro

Eva portuguesa - «A mulher do cliente»

Há pouco tempo aconteceu-me algo no mínimo curioso.
Tocou o telefone - um número identificado - e eu atendo.
Oiço uma voz de mulher dizer: "olhe, bom dia, pode-me dizer por que o meu marido comunica tantas vezes consigo?"
Como devem imaginar, fiquei momentaneamente sem resposta... 

Depois pensei para mim: OK, vai haver merda... mas tens que manter a calma.
Respondi-lhe que não sabia quem era o marido.
Disse-me um nome e eu mantive (porque até era verdade) que continuava sem saber quem era a pessoa em questão.
A senhora pergunta-me se o meu nome não é Mariana, se o meu apartamento não e na alta de Lisboa (e deu a morada correcta e completa) e aí eu começo a ficar verdadeiramente preocupada, com receio que a senhora me viesse fazer um escândalo à porta de casa...
Pergunta-me porque ando eu atras do marido dela e aí, alto e pára o baile, pois isso eu não faço!
E expliquei-lhe quem era e o que fazia, e que o marido dela, para estar comigo, só se pagasse. E que eram os homens que me procuravam e não ao contrário.
Contra tudo o que eu esperava, a senhora foi realmente isso: uma 
senhora!  Pediu-me desculpa por me estar a abordar assim, não sabia da situação e compreendia que esta era a minha profissão. Pasmei!
Se fosse ao contrário, eu não seria tão racional...
Chorou, pediu-me desculpa, perguntou-me o que havia de fazer, perguntou-me o que procurava ele... enfim, de repente já estava a ser a sua confidente... e
u, a prostituta a cujos serviços o marido recorria frequentemente!
Fiquei impressionada... com a situação e, sobretudo, com a atitude correcta da mulher do meu cliente...
Foi mais uma lição de vida para mim.


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Verbo» - Susana Duarte

Sobre uma foto de Michel Debruille

um dia, saberei conjugar todos os verbos
-mesmo os verbos de ser arriba
escarpada
sobranceira-
e, ao conjugá-los, saberei onde estás:

manhã orvalhada de todas as palavras
de antes, desfloradas em neblinas
onde gotas de geada quebram folhas
suaves, lentas folhas
de chuva antiga
que me acende (caminhos?)

conjugo o verbo-palavra mitigada
pelo bater de asas suave
da leve
ondulação das águas
e, ao dizer da eloquência
dos sons, procuro ainda.

procuro o abrigo das asas

rectrizes de todos os uivos,

voos lentos dos meus braços curvos.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

O feijão tímido

É das peças mais pequenas da minha colecção e uma das que eu mais gosto.
Foi-me oferecida, já há alguns anos, pelo meu amigo Tony Costa.
Os dois braços, que levantam e baixam, seguram um chapéu. As três pernas (sim, três) são também articuladas.
Se um dia a minha exposição estiver exposta ao público, o feijão tímido poderá proporcionar um excelente passatempo, se for colocado num sítio diferente em cada dia e os visitantes forem convidados a encontrá-lo.




27 maio 2013

«Ladies Open» (em português, «mulheres, abram!»)

Há dois anos, fizemos uma reportagem do torneio de ténis feminino «Cantanhede Ladies Open».
Na altura, sugeri que organizassem também uma prova de ténis feminino «Ladies Naked». Ficaram de estudar o assunto... só que ainda não foi desta.
Mas não se perde nada, pois o cartaz do evento é extremamente apelativo...


... com esta simpática tenista a ser atacada por bolas por todos os lados...


... bolas com excelente bom gosto, diga-se de passagem...


... e com olho para a coisa!


O ténis feminino é um regalo!

Peta - «Faz como eles»

«respostas a perguntas inexistentes (241)» - bagaço amarelo

- Um dia destes ainda havemos de jantar os dois! - disse-me ela.

Fiquei a pensar naquela fracção de tempo, "um dia destes", tão pequena quando comparada com a minha vontade estar com ela. Mais pequena ainda do que isso, já que nesse dia se reduziria a um jantar. Lembrei-me duma música que ouvira no carro uns minutos antes, numa rádio que só passa canções dos anos oitenta, e que dizia que "a culpa é da vontade que vive dentro de mim e só morre com a idade, a idade do meu fim".

- Um ano destes ainda havemos de nos Amar os dois! - respondi-lhe.

A partir desse momento perdi a coragem de a fitar nos olhos. Não porque me apetecesse fugir, mas sim porque passei a sentir-me um invasor. Estávamos a lanchar e ela escondera o sorriso tímido por trás duma chávena de chá fumegante. Esperei um pouco e passeei o meu olhar por todos as coisas desinteressantes daquele café de esquina até a ouvir dar sinal de vida.

- Uma vida destas ainda havemos de nos Amar os dois! - insistiu ela.

Foi a primeira vez que demos as mãos um ao outro e durante dois meses vivemos um Amor eterno.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Requiem a um sentimento”» de Gigi Manzarra

Jogo através do vento, as dúvidas secretas do meu destino e como sombra sorrateira, procuro nelas a sina escrita do meu amor. Atravesso a ilusão da eternidade e descubro que a labareda ardente que nos consumia, não me queima mais.
 Metamorfose lenta e imperceptível de um sentimento quente embalado nos braços de uma amizade morna, que o reduziu a uma pequena brasa que agora agoniza chorando dentro do meu peito.
 Sopro com força a brasa incolor que ruboriza tímida, sem ter a certeza se quer acender.
 No espelho da alma, a saudade me culpa o coração inconstante de vontade rebelde que não sabe amar. 
Olhando o teu rosto, mergulho neste sentimento tépido e questiono o porquê da minha quente paixão ter-se esvaecido no balanço monótono do tempo.
 Sobressalto o meu coração para acordá-lo, mas é tarde demais e me rendo sem luta a esse sono profundo de um sentimento morno a que o condenei!

Gigi Manzarra

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Cuidado com a bebida alcóolica

Ela pode fazer você desenhar linhas tortas.



Moral da história: transaram.

Capinaremos.com

26 maio 2013

Antigamente, as fitas eram más mas as cenas eram boas

Stripper masculino com uma toalha de praia da Marylin Monroe



Via Pornography as art

Gustavo







A inundação começou com o seu sorriso de olhos cúmplices, avolumou-se com os gostos comuns por letras e imagens e as suas histórias cheias de descobertas nas rotinas citadinas a impregnar a minha alma de mata-borrão e foi às apalpadelas na cheia que me pareceu natural como a minha sede que após diversas tentativas de localização ele me sentasse na rocha do aparador da entrada e então ao mesmo nível, fizesse canoagem nos meus rápidos vaginais que nunca fui moça de ficar quieta.

Mas adiante que além das diárias mãos dadas também recordo os primeiros raios de sol a enfeitarem o quarto como serpentinas em cada manhã que me arrebitavam para a festa de lhe beijar cada milímetro desde as ramelas ao Everest privativo. E os finais da tarde na banheira onde largávamos as canseiras do dia para emergirmos na comunicação dos corpos, no morse de tocar os pontos de cada vértebra do pescoço e coluna em escala descendente fazendo a electricidade estática que torna urgente entrar no sistema. E a moleza do final da digestão do jantar que nos aninhava no sofá numa sôfrega sobremesa de sucção mútua que me encavalitava nas suas ancas, mãos esborrachadas nas suas nádegas, num trote seguro até ao galope final emitido em onomatopeias.

Nem me incomodava a tampa da sanita sempre levantada, um pormenor de somenos perante a sua perfeição a bailar a casa de aspirador na mão e gostava que tivesse durado o resto dos dias da minha vida.

Traição



Dançando sem César

25 maio 2013

Cena de «Gia» com Angelina Jolie e Elizabeth Mitchell nuas


Angelina Jolie + Elizabeth Mitchell Nude... por n00db1tch3s

«pensamentos catatónicos (290)» - bagaço amarelo

preguiça

Sempre imaginei que as tardes de preguiça são o melhor para quem está apaixonado. Passar o tempo todo a deambular pela casa, acumulando louça suja na banca da cozinha, vendo filmes de histórias fáceis, lendo livros aos bocados e espreguiçando-me de tempos a tempos, ora na cama ora no sofá. A preguiça é excelente, mas regada com beijos espaçados é ainda melhor.
Assim, quando me apaixonei pela Cristina esperei ansiosamente pela primeira tarde de preguiça a dois. Lembro-me que acordei por volta do meio-dia com uma vontade enorme de sentir o aroma dum café quente. Ela já não estava na cama. Deambulava pela sala com ar de poucos amigos e, mal me viu entrar na cozinha, perguntou-me se eu ia passar o dia naquela ronha. Estava impaciente.
Uma semana depois já não estávamos juntos. Não se pode Amar quem não partilha a preguiça.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

69 lésbico

Caixa em resina pintada, tendo na tampa duas meninas a divertirem-se reciprocamente.
Esta peça veio dos Estados Unidos da América, já há alguns anos, para a minha colecção.


Um sábado qualquer... - «Adão continua em depressão»



Um sábado qualquer...

24 maio 2013

«Fertilizantes Papagaio» (Tailândia?) - dão tusa às plantas

Prostituição - a minha história (XIV)

Outono de 1999... A rua estava praticamente deserta e as poucas personagens que passavam pareciam tão perdidas quanto eu. Muitas vezes os meus turnos no call center terminavam a meio da noite, tinha que esperar na rua pelo primeiro transporte da manhã para voltar a casa, dinheiro para gasolina ou táxi não chegava, o cansaço abundava, aceitava vários turnos seguidos para ganhar o suficiente para estudar. Não sei se a falta de dinheiro, por si só, me traria as memórias de um tempo em que a carteira estava sempre cheia, mas, certamente, o enorme cansaço e aquelas longas esperas no escuro pelo primeiro transporte matinal, faziam-me ruminar o desconforto, ruminar todas as coisas pequenas que não tinha e que se tornavam maiores no silêncio, ruminar até à revolta, ruminar a imbecilidade de um esforço diário que não me permitia mais do que sobreviver. Ruminar um somatório de instantes não mostra o resultado do somatório, o caminho que se constrói. O processo de percorrer as memórias de dias cheios das liberdades do dinheiro estava a ser lento, tinha começado fazia poucos meses, mas as memórias pareciam-me cada vez mais agradáveis, os detalhes menos agradáveis começavam a entrar na penumbra do pouco importante. Quando se pondera algo que se quer fazer e já se fez, a memória é mesmo assim, tem os seus caprichos, sublinha o bom e empurra o mau para um canto mais escuro e os passeios a esse canto mais escuro que sabemos bem existir tornam-se cada vez mais raros e mais curtos. Ali, sentada, à espera, pensava e pensava e pensava, tanto pensamento leva fazer o impensável! Nessa noite perguntei-me se estaria louca e não estaria a ver que o que considerava fazer era uma loucura. Como avaliar? Resolvi que, no dia seguinte, se tivesse coragem, falaria com uma grande amiga que trabalhava comigo e passava pelas mesmas dificuldades, confessar-lhe-ia o que tinha feito em tempos e o que me passava pela cabeça fazer. Se eu estivesse louca, pensava, ela havia de me dizer. (Continua)

Faz de conta que um dia

Faz de conta que um dia sentiste na pele o toque dos dedos que te escrevem agora uma prosa ficcionada, uma história construída sobre os alicerces de memórias como peças de lego num puzzle que alinhamos a dois em quartos separados, tira e põe, põe e tira, pedaços de fantasia encaixados em retalhos de vida conversada como ela também se faz.
Imagina um enredo e transforma-o num segredo que tencionas soprar, palavras confiadas ao vento que as carregue para só eu as ouvir, murmuradas lá fora na dança das folhas que se sonham páginas de um livro ainda por escrever, para só eu as ouvir e assim quase me poder sentir especial, quase protagonista.

Faz de conta, numa espécie de fogo de vista capaz de me incendiar ilusões, que um dia te despertei emoções proibidas, sensações vividas numa assoalhada clandestina da tua imaginação, como se alguém abrisse um alçapão no tecto dessa casa assombrada por fantasmas a fingir, o som distante de pessoas a rir das palavras oferecidas apenas porque sim, num dia em que fizeste de conta que pretendias ouvir contar uma história com sentimentos de brincar, beijos de encantar num guião improvisado sem um príncipe encantado que te pudesse fazer sentir na pele, faz de conta, o sopro quente da brisa de uma respiração carregada de palavras doces, clandestinas, levadas até ti pelo vento suão.

Manual do abraço masculino

Aprendam como um abraço másculo deve ocorrer.



O abraço não pode durar mais que 5 segundos.

Capinaremos.com

23 maio 2013

O que tem a ver um arcebispo alemão com um burro de Coimbra?

Na minha página no Facebook (que cada vez mais é onde se concentram os comentários e as partilhas, tendo já à volta de 700 "gostos"), além de divulgar o que é publicado aqui, pomos (eu e mais malta da fundiSão, mas tudo como São Rosas) conteúdos exclusivos. E, como é natural, de vez em quando surgem pérolas. Como esta, que tenho de partilhar convosco aqui.
A Carla Guerra (uma das que São Rosas no Facebook) encontrou uma imagem de uma estátua de "Konrad Von Hochstaden - Arcebispo muito flexível de Colónia 1238-1261".
Fiz umas pesquisas e descobri que esta estátua está no meio de outras, na fachada da torre da Kölner Rathaus, edifício do município da cidade de Köln (Colónia - Alemanha). Vamos fazer uma abordagem de aproximação à... coisa:








Pelo que li na internet, "a figura de um homem a puxar as calças para baixo e a mostrar o rabo tem sido uma parte da história de Colónia desde a Idade Média". Só que esta figura vai mais longe. E não é, nem por sombras, um exclusivo da cidade de Colónia. Em Portugal também há gárgulas da Idade Média com figuras de falos erectos (como esta entesoada criatura do castelo de Sabugal), rabos de fora (como o cu da Guarda, virado deliberadamente para Espanha) e, para a estocada final, gárgulas de homens a fazerem um broche a si próprios, idênticas à figura de Colónia (como uma gárgula da igreja de Nossa Senhora da Oliveira, virada para a Praça da Oliveira, bem no centro histórico da cidade de Guimarães... ou a gárgula de uma casa em Miranda do Douro, a que até chamámos «69 mirandês» quando a descobrimos mas que é, vendo bem, um auto-suficiente e invejável mestre do contorcionismo).

Então... e o burro de Coimbra? - perguntais vós, que estais atentos...

Esta alegre figura aos pés do arcebispo relembrou uma história à Teresa B., que aqui partilho, tal como apareceu na minha página do Facebook:
Teresa B. - Jasus, Maria e José! Até parece o burro do Loreto, que quando a ferramenta o atrapalhava, dava impulso e enfiava-a na boca...
São Rosas - Credo, Teresa!... Tu conheces cada burro!...
Teresa B. - Meus deuses! Eu não conheço. O feliz animal existiu antes de eu ser gente... mas a minha Tia conta muitas vezes as aventuras e desventuras desse burro que, pelos vistos, tinha muitos espectadores...
São Rosas - Não seria lenda? É que eu não acredito se ler no Facebook...
Teresa B. - Menina, a minha Tia tem muita idade, mas uma memória prodigiosa...e quando as memórias são de 'malandrices', é especialmente refinada! Parece que as senhoras, depois dos maridos saírem para os empregos, arranjavam um tempinho para, em grupo, ir ver o espectáculo do burro, que naquele tempo não havia muitas distracções...
Seria isto nos anos 40/50 e o burro estava nuns terrenos adjacentes à LUFAPO...
São Rosas - Esse burro merecia ser beatificado!
_________________________
E o OrCa ode isto tudo:

"ai, arcebispo, arcebispo,
a teus pés um tal deboche
já nem sei se és arcebispo
ou serás mais arcebroche..."

4ª lição

Após praticar com afinco a terceira lição, a mulher está quase apta a permitir que o macho conduza os movimentos de penetração. Não pode, no entanto, facilitar a aceleração que tendencialmente o homem vai impor.

A atenção deve centrar-se no entranhar do pénis na vagina. Os músculos devem comprimir o corpo do falo, apertando-o espaçadamente. O rodar ligeiro das ancas, quando o pénis está inserido por completo, possibilita a fricção do clítoris encostado aos pelos púbicos do macho e, no interior encharcado da vagina, a movimentação da glande pelas paredes que a acolhem.

A subida do pénis deve ser acompanhada pelo distender e relaxar vaginal. O homem deve sentir a brutalidade do abandono e a urgência de refúgio. A vagina é a caverna que Platão não referiu como local do mais perfeito egoísmo e insaciabilidade.

A introdução e a saída do falo devem agora variar de intensidade. A mulher reconhece facilmente o ritmo que deve aplicar, avaliando a respiração que se torna mais rápida, a frequência com que o “coração” que nos lateja dentro da vagina, o peso e o volume dos testículos e a dureza do pénis que se torna granítico quando se aproxima o apelidado platô.
Os gemidos, os ganidos, os vagidos, os murmúrios e os sussurros, são para ignorar durante esta fase, embora a audição seja afrodisíaca.

Entretenha-se a mulher a oscilar no tempo e no templo do prazer de modo eficaz e dominado até à quinta lição que se aproxima.


Camille

Vestiário masculino

E sua variação de acordo com a idade de seus utilizadores.



Eca, não quero entrar num vestiário de velhos.

Capinaremos.com

22 maio 2013

«Anda cá» - João

"Anda cá. Disseste. Anda cá, vá, e viraste-te de costas para mim ao mesmo tempo que te encostavas e deixavas o corpo ondular, mordendo lábios. Anda cá, vá, disseste, vem passar a noite comigo, vem aquecer-te junto a mim debaixo destes lençóis. Vem servir-me o teu peito para te escutar o coração bater. Vem dar-me vida, vem dar-me as tuas pernas para eu sobre elas lançar as minhas. Anda cá, vá. Avançando sobre as horas da noite, sob os pingos grossos da chuva que cai lá fora quando a madrugada se recolhe e o dia preguiçoso começa a leste. Sempre mais a leste. Anda cá, esgueirar-te, anda cá beijar-me, anda cá cansar-me os músculos. Anda cá, já, depressa, enfia-te aqui. Entra em mim. Fundo, sempre mais fundo. Agarra-me os cabelos, bate-me, morde-me. Anda cá depressa amor, que te vou cravar as unhas, que te vou massacrar, que vais sair daqui dorido, partido, sofrido.
Anda cá, sem apelo nem agravo. Utterly sim, with no recourse to appeal, ontem, antes disso, anda cá que vens tarde, que te vou comer, com requinte ou sem requinte, tanto faz, desde que depois tenhas peito com coração lá dentro, que bata para mim, desde que depois tenhas braços para me segurar, desde que me ampares, que não me deixes descontrolar, que não me abandones quando a madrugada se recolhe e o dia preguiçoso começa a leste. Porque há sempre mais leste. Mais sol. Mais dia. Somos o que somos, sem apelo nem agravo. Sempre assim, anda cá. Vem a pé. Vem como quiseres, desde que venhas. Sete, setenta, todas as vezes, vem.
Não me digas que fique quieta. Não me digas que não me mexa. Não me digas nada que não seja o meu nome, não me digas nada que não seja fode-me, ama-me, segura-me. Anda cá, disseste. Anda cá."

João
Geografia das Curvas

«conversa 1979» - bagaço amarelo

Ela - Tenho que me deixar de bananas.
Eu - Vais deixar o teu namorado?
Ela - Credo! Achas que o meu namorado é um banana?
Eu - Não é bem isso. Desculpa, saiu-me.
Ela - Estava a falar do fruto chamado banana.
Eu - Ah! E porque é que tens que deixar as bananas?
Ela - Por causa dos meus intestinos...
Eu (silêncio)
Ela - Que cara é essa?!
Eu - Preferia não saber isso...
Ela - Não saber o quê?
Eu - Que tens que te deixar de bananas por causa dos intestinos...
Ela - Mas o que é que raio estás a pensar? Não sabes que as bananas prendem os intestinos?! Estou a falar de prisão de ventre, homem.
Eu - Ah!
Ela - Ah?!?! Mas o que é que tu estavas a pensar?
Eu - Em nada de especial. Mudemos de assunto.
Ela - Temos que voltar a essa de achares que o meu namorado é um banana.
Eu - Não acho nada disso. Foi apenas a primeira hipótese que pus, tu achares que ele é um banana. Eu cá não acho nada. Nem o conheço bem...
Ela - Não acredito em ti.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Prioridades

Eu gosto do meu pénis, mas confesso que não lhe atribuo uma importância por aí além.
Bem vistas as coisas, dou mais pela falta dos polegares.

Há coisas que nunca se esquecem

Crica para veres toda a história
Tíbia


1 página

21 maio 2013

Monarchy & Dita Von Teese - «Disintegration»


Monarchy & Dita Von Teese -Disintegration from Roy Raz on Vimeo.

Eva portuguesa - «Dia da mulher»

[8 de Março de 2013]
Sim, comemoro o dia da mulher!
Sim, porque nós, putas, também somos mulheres!
E também somos seres humanos e mães e filhas e irmãs...
E porque, como toda a gente de bem, tentamos sustentar-nos e aos nossos sem fazer mal a ninguém.
E sim, também sonhamos, rimos, choramos e sangramos...
E sim, também, como todas as outras mulheres, sonhamos com o príncipe encantado e com o final das histórias de fadas "e foram felizes para sempre".
E sim, como as outras mulheres, lutamos da melhor forma que podemos com aquilo que temos, para realizarmos os nossos sonhos e objectivos.
Sim, somos frágeis, guerreiras, fortes, sonhadoras, amantes, amigas, bonitas, feias, felizes ou sós....
Somos mulheres....
E hoje é o nosso dia!
Não o estraguem por favor!...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

«Caminho» - Susana Duarte

caminho costeira
por onde passam gritos,
através das rochas, areias e granitos
e das conchas despegadas de sonhos e madrugadas.

caminho sobrevoando rios, onde
confluem ritos de primaveras floridas,
rosas-chá do deserto do vento, cantando gotas
de suor sobranceiras, caindo sobre ombros escondidos

do mar.

caminho navegando as ondas
da tua serenidade alada, seda lavrada das noites
e dos olhares marginais das borboletas. sobre as asas
caminho, e sobre o caminho, perpetuo imagens de urdiduras

de mãos que se tocam.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

A espargata

Esta pequena estatueta em bronze (20 cm de pé a pé) encontra-se com alguma facilidade mas a preços que não se coadunam com o meu salário português.
Mas desta vez não me escapou. E agora faz esta acrobacia na minha colecção.


Depois do adeus



HenriCartoon

20 maio 2013

Belo é seres quem és! - Campanha da Dove pela auto-estima

Anúncio com papel químico, feito em Portugal

Agência de Publicidade: TORKE + CC, Lisboa, Portugal
Directores de criação: André Rabanéa, Hugo Tornelo, Pedro Alegria
Directores de arte: Daniel Machado, João Pereira, Rui Pica e Rui Santos
Redacção: Nuno Trindade, Zeynep Rabanéa
Planeamento: Diogo Teixeira, Mariana Figueiredo, Frederico Ferreira
Produtor: Soraia Silva

"O Projecto Auto-estima da Dove tem vindo a trabalhar há vários anos na promoção da auto-estima das mulheres e para desmistificar o mito da beleza. Recentemente, esta missão foi estendida às crianças. De acordo com a pesquisa da marca, 6 em cada 10 meninas pararam de fazer algo de que gostam, porque se sentiram desconfortáveis com a sua aparência.
Fomos convidados para apresentar o Projecto de Auto-estima Dove em Portugal pela primeira vez para despertar as consciências entre os adultos sobre o impacto que o seu comportamento pode ter sobre a auto-estima das crianças.
Criámos o anúncio de papel químico, um anúncio de imprensa numa revista especializada para pais. O anúncio desafiou os leitores a testar a sua memória escrevendo a pior coisa que se lembravam de lhes terem chamado na sua infância. Para facilitar, também incluía uma caneta. O que eles não sabiam era que se tinha colocado um pedaço de papel químico do outro lado da página, e a palavra que escreveram no teste de memória era impressa na camisa de uma criança na página seguinte, com o texto "As palavras marcam as crianças para sempre".
Os leitores que brincaram (principalmente os pais) viram o resultado de sua acção impresso numa criança, tal como as palavras que podem "simplesmente" dizer às crianças podem ficar com elas, para a vida. Nós fomos capazes de introduzir as metas do projecto Auto-estima da Dove em Portugal de uma forma mais interactiva, através de um anúncio impresso, que realmente encarnou a principal preocupação do projecto.

«conversa 1978» - bagaço amarelo

Ela - Tenho alguns amigos que fazem uma festa sempre que me vêem, a não ser que estejam com as respectivas namoradas ou mulheres. Aí, cumprimentam-me discretamente ou nem reparam em mim. Nunca percebi porque é que há tantos homens assim...
Eu - Não há muitos, de certeza. Tu é que deves ter amigos fora do normal.
Ela - É o que eu estou a dizer. Os homens são todos igualmente fora do normal.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Luís Gaspar lê «Sonho...» de Helena Maltez

"a noite entrou, encantada
adormeceu-me o corpo
envolveu-se nos meus sonhos
fez-me sentir-te em ti
tremer junto ao teu corpo
beijar teus lábios demoradamente
descobrir o teu gosto
com meu corpo inteiro
fomos sombras ocultas
cheias de movimento
desejos penetrantes e agitados
fomos nós num momento
da duvida que sonha a certeza
o desequilíbrio na infame consciência
a noite fez-nos sentir
o silêncio vestido de branco
a ausência irreal
em forma de sonho
viajámos juntos em sentimentos
e o teu corpo fundiu no meu
de alto a baixo
o suspiro violento
numa voraz paixão
que nos alimentou as veias
da noite que cresceu como louca,
brotavam palavras, nas entrelinhas
um intenso amo-te
no duelo de quem ama
a noite acordou-me
abandonou-me sem sonhos
tu não te encontravas lá
só a cama, branca, amarrotada…"

Helena Maltez

Ouçam este poema na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Guardiões das fronteiras

Todo mundo merece relaxar.



Deve ser legal ser um coelho…

Capinaremos.com

19 maio 2013

O que eu tenho perdido por não me meter nestas andanças do futebol...

Imagem há poucochinho na SIC.
Nem sei que vos diga...
Que percebo a legenda "bicampeão"?
Que ricas medalhas!
Que o futebol assim é lindo e eu gosto?
E a t-shirt da menina a pedir para lhe Ligar...

A malta antigamente divertia-se...

69 escalado




Gordon Denman - via Danish Principle

Alzheimer


O quarto dele era muito luminoso e estava pejado de molduras com as imagens dos filhos e dos netos. Ela sentou-se na bordinha da cama de corpo e meio e ajeitou a saia a tapar mais os joelhos como rotineiramente fazia e ele logo se sentou a seu lado, com vista próxima sem ter de ajeitar os óculos para um amplo busto cujo silicone mantinha firme e quase fazia saltar os botões da blusa e uma pele quase juvenil esticada pelo botox de outros tempos.

Abriu então a sua caixinha de comprimidos e exibiu todos os que tinha. Grandes e pequenos, redondos ou cápsulas e numa variedade de cores que ia do branco ao rosa, do amarelo ao azul. Ela retirou a sua de um bolsinho da saia e com um ligeiro rubor na face abriu-a e estendeu-lha nas mãos. Com um sorriso rasgado ele elogiou os compartimentos funcionais. E ali ficaram alguns instantes agradados por ter nas mãos o cofrezinho do outro.

Ela gabou-lhe a claridade do quarto em comparação com o dela com vista para as traseiras e sol de pouca dura. Recordava-lhe a sua casa que deixara há anos, talvez em 2007, quando entrara ali no lar. Ele sorriu, emudeceu e acabou por lhe confidenciar que havia outra razão porque lhe quisera mostrar o quarto mas já não fazia a mais pálida ideia do que era.

Casar com o par ideal



Adam West, personagem da série «Family Guy»

«Falo no Beco» - evento da Confraria do Príapo

Tenho orgulho de fazer parte da Confraria da Príapo desde a sua fundação (não confundir com a funda São).
Apreciem esta reportagem da TV Caldas sobre o evento «Falo no Beco» realizado pela Confraria do Príapo no passado dia 11 de Maio, nas Caldas da Rainha:

18 maio 2013

Robin Thicke - «Blurred Lines (Dirty Version)»


Robin Thicke 'Blurred Lines' (Dirty Version) from OB MANAGEMENT on Vimeo.

«conversa 1973» - bagaço amarelo

(em minha casa)

Ela - Tu não ligas o televisor?
Eu - Não tenho a antena ligada. Só vejo filmes em dvd...
Ela - Mas não gostas mesmo de televisão?
Eu - Há canais que gostava de ter, mas é muito caro. Mas quando estou na casa da minha namorada gosto de ver algumas coisas... ainda ontem vi um filme de boches.
Ela - Também só pensas em sexo...
Eu - Boches! Eu disse boches.
Ela - Boches?!
Eu - Sim. Não sabes o que é um boche?
Ela - Se não for sexo oral com papas de Nestum na boca, não sei.
Eu - Um boche é um militar alemão nazi... estava a falar de um documentário da segunda guerra mundial.
Ela - Ah! Nunca me passou pela cabeça que um nazi pudesse ter um nome tão... sei lá... tão apetitoso.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Tees» de golfe

Uma das muitas coisas que gosto na minha colecção é a sua diversidade.
Estes «tees» vieram de Espanha, para a sexão de jogos da minha colecção.