Sempre que o imagino, pontiagudo, com a dureza necessária para cumprir com a sua função, tenho um desejo crescente de lhe pegar para colorir o meu mundo. Agarrá-lo firmemente e ao impulso da minha mão conduzi-lo a traçar emoções fundas, vincadas, que espelhem as minhas sensações.
E o deleite infantil de me tingir a língua quando restrinjo o meu desejo de o roer, de trincar de mansinho aquele acre sabor. Ou espargir em mim as lascas que dele se desprendem depois de devidamente rodado.
Agrada-me encontrá-lo no estudante, no marceneiro, no arquitecto ou no engenheiro, no sapateiro que resiste no vão de escada, tal e qual como no merceeiro da minha infância.
É que é difícil apagar que Viarco foi o meu primeiro lápis.
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Uma por dia tira a azia