09 fevereiro 2007

A Isabelinha.

De seu nome Isabel.
Não era particularmente bonita. Mas não era feia. Nada disso.
Mas era nova e namoradeira.
Saltitava ao ritmo duns lanches e duns bilhetes de cinema.
Até que chegou a vez dele, de a levar a lanchar.
Conversa daqui e dali e lá se foi para casa dele, aproveitando a ausência dos locatários que, por acaso, até eram os pais dele.
Claro que tinha a coisa preparada. As sandes, as gasosas, as laranjinas C e, se bem ainda se lembra, gelados de groselha feitos nas cuvetes do congelador e ainda escondido algures que ele já não lembra onde... um pedacinho de madeira que lhe tinham juramentado ser "pau de Cabinda"!
Na altura, só havia a mira técnica na TV, às partes de tarde. E o gira-discos rafeirito com música mais que pirosa, era a safa.
Os sofás não eram o que são hoje, mas... havia sofás!
Uma sandosca agora, um beijito mais que inocente logo e a coisa lá se ia desenrolando.
No "centro cultural de todas as actividades" é que não se passava nada. Acho que só com muitos lanches e com muitos bilhetes de cinema!
Mas nem pão, para outro dia, quanto mais 25 tostões para outra sessão.
A coisa estava a ficar difícil.
Sei que ele me disse que era lá pelas alturas do verão.
E daí a fazer um refresco de groselha bem fresquinho, foi uma pressinha.
Claro! Se não ia a bem... foi a pau.
Pegou no tal pedacinho afiançado e desatou a raspar o mais que pôde da madeira para dentro do refresco. O diabo da groselha encobria o pó todo. Na altura as águas não eram filtradas e encobria tudo. Não havia problema. Se aquilo dava "calores" neles... que diabo, também deveria dar "calores" nelas!
Deu o tanas.
Deu nada.
Nadinha!
A Isabelinha lá emborcou o refresco com pó de madeira (às tantas era um pedaço de alguma ripa de soalho!...) e por ali se ficou.
Ele bem esperava efeitos devastadores. Um afogueamento qualquer ou coisa que o valesse.
Mas nada.
Népia.
Ficou sem os 25 tostões, sem as sandes e no fim, quando ela saiu... foi tocar uma daquelas punhetas que a adolescência tão bem conhece. E merece.
Deitou o sacana do resto do afrodisíaco fora.
P'ra madeira... já lhe bastava o pau com que tinha ficado.

Autor identificado mas que se reserva de o dizer.

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