14 janeiro 2018

Um gajo prafrentex


Eu até sou um gajo prafrentex que compro a Time Out e tudo e até leio a crónica completa do RAP na Visão mas tenho de pôr esta gaja a andar que me dá cabo da moleirinha.
A gaja tem opinião sobre tudo, o que vá lá, até podia ser uma coisa normal mas fá-lo com uma tal assertividade, que é uma palavra cujo significado aprendi há pouco tempo com ela, que me chego a sentir pequenino no meu metro e oitenta e cinco de altura. Não sei explicar mas não há ali uma pontinha de humildade, uma maneira de dizer em que se peça desculpa por o afirmar e se estenda a quem ouve uma passadeira para mostrar que sabe mais sobre a matéria. Bem sei que quando erra é a primeira a puxar o assunto para o reconhecer mas até isso já me irrita porque bem que podia ser hipócrita e escondê-lo para me dar a oportunidade de ser eu a levantar a lebre e a brilhar.
E depois não é que eu queira que ela ande na rua toda tapada como as islâmicas que vá lá ver eu sou um gajo aberto mas a ousadia dos seus decotes e as saias e as calças que escolhe parecem propositadas para lhe destacar o rabo e põe-me a matutar que se eu vejo, todos os gajos vêem, capazes até de bater uma à conta dela como se ela estivesse disponível e não fosse minha. Como quem não quer a coisa já lhe fiz alguns comentários ao que veste mas ela como quem bebe um copo de água retrucou-me com um sorriso irónico que como fazia questão de não dar palpites sobre a forma como eu me vestia aceitava ter o mesmo direito.
Mais a mais, tem ainda o péssimo costume que a princípio eu até achava graça de me apalpar o traseiro na via pública e todos os dias mostra vontade de, o que à partida é o sonho de qualquer gajo, desde que não seja sempre a primeira a fazê-lo sem me dar hipótese de saborear a sua conquista e isto tudo somado, martela-me os nervos todos os dias.

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