As minorias sexuais em Portugal
Nos meus tempos de estudante «apanhei» o 25 de Abril. Numa aula de educação física em que o professor faltou, resolvemos aproveitar estarmos equipados para fazer um jogo de futebol. Era preciso escolher as equipas:
- Quem quer ir para a baliza?
O Zé Gordo disponibilizou-se logo para uma delas. Faltava o outro guarda-redes... mas ninguém queria. O Paulo Mota teve uma ideia:
- Já que ninguém se oferece, vamos fazer isto de forma democrática. Com uma votação.
Como todos se calaram, ele iniciou o processo:
- Quem vota no Cruijff para ir para a baliza?
Todos levantaram o dedo indicador, excepto eu, que levantei o dedo médio e fui para os balneários mudar de roupa, sonhando em escrever um dia um livro sobre falácias.
Por que motivo me terei lembrado disto? Eu explico: os regimes democráticos não se dão lá muito bem com os direitos das minorias (já para não falar dos direitos individuais de cada um de nós). É que geralmente só em teoria "a nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros". E o caso das minorias sexuais não é excepção. A Cris, do blog Gengibre Lilás, escreveu o livro «A Lei do Desejo: Minorias Sexuais e Direitos Humanos em Portugal».
O lançamento terá lugar:
24 de Junho - na FNAC do Chiado em Lisboa
9 de Julho - na livraria Navio de Espelhos em Aveiro
Como ela é amiga, deixa-vos a todos convites para ambos os eventos.
Resumo do livro:
"Num tempo de crescentes globalizações, a cidadania sexual assume novos e estimulantes contornos. Hoje a cidadania alia-se à justiça como fonte de reconhecimento da dignidade humana, independentemente da orientação sexual e da identidade de género. No entendimento das principais instituições europeias, os direitos das minorias sexuais são direitos humanos. Partindo desta constatação, a autora examina o percurso do movimento lésbico, gay, bissexual e transgénero português à luz das suas práticas e discursos num Estado-membro da União Europeia, do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. O argumentário dos direitos humanos permite averiguar o modo como uma agenda transnacional suporta lutas que são fortemente condicionadas pelo contexto socio-jurídico de um país. Neste sentido, o movimento pela defesa dos direitos humanos das minorias sexuais em Portugal remete-nos para uma realidade complexa, heterogénea e fluida, onde o respeito pela dignidade do ser humano em toda a sua diversidade permanece um objectivo, mais do que uma aquisição."
Em antestreia, podem já memorizar a capa para localizarem melhor a obra nas livrarias:
18 junho 2005
Causas pelas quais vale a pena lutar
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Uma por dia tira a azia