(atenção, este é um artigo de opinião, pois devo confessar que a panóplia de furações tira-me a ponta!... No fundo, cada um tem as suas fraquezas...)
o que tens tu contra o corpo?
sabes algo que eu ignoro?
furas – beliscas – trespassas esse corpo que eu adoro…
pára já ó criatura
dá de ti outras paisagens
para além dessas ferragens que penduras à cintura
nem receias tu que sujem
esse corpo teu tão belo
com manchas do amarelo que se solta da ferrugem?
tão belos os olhos claros
os lábios tão delicados
tão invadidos pelos aros que penduras sem cuidados
de lábios te falo eu
dos vaginais perturbados
essas réstias do meu céu a cadeado trancados
e são lábios são orelhas
sobrolhos seios e língua
tudo furado sem míngua sejam novas sejam velhas
e que dizer do umbigo
essa porta – ou dos mamilos?
onde me espanto contigo pelos ferros de dois quilos
serão talvez um abrigo
quem sabe? serão cabides
onde penduras recados dos teus encontros comigo
sei demais que o corpo é teu
furá-lo-ás com apreço
mas tu não cuides que eu me enleie em tanto adereço
porque do teu corpo eu gosto
singrar nele sem margem de erro
assim me perco - eu aposto – tonta a bússola tanto o ferro
trava-línguas a ferrete
vaginas a diamante
argolas no seio arfante onde se prende o ginete
talvez afinal o intuito
em seres assim ferrugenta
é saberes no fundo o muito que esse ferro me afugenta
se unires as partes enfim
com corrente bem ferrosa
ficarás segura assim – segura que não formosa
pois por ti os meus amores
serão como ao Sol sorvete
nessa cadeia de horrores que trancaste a aloquete…
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Uma por dia tira a azia