"Li no jornal a notícia
que me causou admiração
Li que foi preso pela polícia
o Zé, no Uzbequistão.
Logo no texto se lia
a causa daquele feito.
Um português que fodia
Uzbequistonas a eito
Telefonei prá embaixada.
Não quis crer no que ali lia.
Atendeu-me a chamada
Uma Uzbequistona que ria
- Ris de quê, ó malandrona?
- perguntei eu, descarado.
- É o Zé. Lambe-me a cona
- respondeu. - Desde há bocado.
O Zé, preso por foder?!
Não queria acreditar.
Ó menina, pode dizer
como o posso contactar?
A Uzbequistona em ré
histérica e desafinada
passou o telefone ao Zé
ainda com a beiça inchada
Diz-me o Zé, meio a guinchar:
- Desliga o telefone, caralho!
Quero hoje aproveitar
Esta trombada de «estalo».
Bartolomeu"
Seja como for, aqui estão as declarações do Zé, ao abrigo do direito de resposta (mesmo sabendo que ninguém lhe fez pergunta alguma):
"Chegou a fatal notícia
Vinda da Ásia Central,
Foi preso pela Polícia
Um cidadão nacional.
Foi logo posto a correr
Um pedido de clemência
Não podia o País perder
Uma tal Inteligência!
Foram-se apurar os factos
Passíveis de condenação,
Mas foram muitos os actos
Lá no Usbequistão!
Um país meio emprenhado
Por um português do caralho,
Que fodeu por todo o lado
Em férias e no trabalho!
Conta-se que enrabou um curdo
Que estava com ele no gozo,
Por não perceber que era surdo
E um travesti famoso...
E levado a julgamento
No Supremo Tribunal,
Foi condenado no momento
À pena mais capital!
Ergueu-se na Praça Central
Uma forca bem montada,
Para que a pena capital
Fosse ali executada!
Mas as mulheres usbeques
Fizeram uma manifestação!
E cobertas de pechisbeques,
Pediram a absolvição!
E foi tanto o clamor...
Feito com tanta paixão,
Que pela primeira vez o Amor
Mandou no Usbequistão!
E os Juízes do Tribunal
Em decisão que faz fé,
Deixam vir para Portugal
O nosso querido Zé!
E pesaram a consequência
Da decisão assim tomada,
É que tiveram consciência
Do que é a vesícula inflamada!
Quando chegar a Portugal
E sem foder há três dias,
Vai ter um lindo Natal
De conas lindas e frias!
Não que isso seja um mal
Que o Zé vem com o pau bem quente.
Tem pena de não passar o Natal
Na linda e bela Tashkent!...
Mas vai andar bem e mal,
A ver se engana a memória,
Não se lembre o Tribunal
Duma carta precatória...
É que me lembro agora
Da mulher do Presidente...
Meti-lho mais de uma hora
Até ela ficar bem quente!
E até que isto acabou bem
Tratando-se do Usbequistão,
Pois quem muitos amigos tem
Agradece-lhes na FundaSão!
Zé"
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