pouco páro p’rò enredo
parto ao alto e com fundura
sobressalto e meto o dedo
apalpando a comissura
que perturbo e enovelo
percorrendo a criatura
entra o pulso e o cotovelo
entre o lábio e a fundura
entre a lábia e o cabelo
mergulho nessa aventura
passo o cabo e o cabedelo
outra a mão que porventura
se entranha nessa vertigem
alongada em tal lonjura
e de braços na voragem
na vertigem da loucura
vou de bruços na viagem
vou de braços à procura
e por entre a vadiagem
contra o tempo de secura
entre as pernas tenho os braços
mergulhados na tal lura
onde se perdem meus passos
onde o prazer se esconjura
ambos os braços me acalmas
minha flor feita rainha
e quando vou bater palmas
dentro da humidade terna
diz-me a tua voz de andorinha
“ – palmas não batas, palerma,
que eu sou muito apertadinha!...”
________________
E para o Alcaide, quem ode é odido:
"corre corre palavrinha
corre como o pensamento
corre não percas momento
corre para a ladainha
que eu corro para a vizinha
corro menos que sou lento
correr mais só um jumento
corro com esta perninha
corro em ti que és docinha
corro mas sinto o teu vento
corro que é fedorento
corro para a tua maminha
corro já p´ra buraquinha
corro já com grande aumento
corro corro não aguento
corro e escorro qual vaquinha
corro no teu corrimento
corro mas não me lamento
corro e morro pela vizinha!
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Fiquei cansado de correr tanto!"
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia