08 julho 2010

Junho

Junho, alva noite de primavera, aurora aberta. Mansa, num cálice de nectar tremulham tímidas asas do desejo. Alvo. O meu. Humano. O meu desejo. Desejando o nada do teu todo, arrancar de ti as portas do meu gozo. Movendo-me. Toda. Respiração toda que. Se alevanta de um sonho, com minucia e fervor.

Que Quente está o calor!

[Que transpire toda, que respire toda]

Junho, dos Deuses, onde as Deusas dançam a fonte, no toque profano, bem fundo, da dança. Vibração. Nos pontos de força, nos sítios culpados, onde eu vou buscar a minha inspiração. Timída. Sublimemente extasiada. Nas bermas ingénuas e acetinadas do sexo louco. Fosco. Alegreto. Garrudo . Sangrento.Uma alcateia de tesão. Raivosa. Se sente nela. Uma alcateia no tesão que se come nela.Rosaceamente!

Junho, poesia, que a poetisa dedilha na lira, nos seus suspiros quentes, ardentes, harpejando frases. Criando matérias. Orgânicas. Carnes .

Agradeço-te Junho, pelas letras humedecidas que brotam no jardim e libam as inspirações que eu sinto dentro de mim...

[Blog Vermelho Canalha]

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia