Morri com o coração a bater dor; deixei-o bater dor no papel e ressuscitei; agora sou feita de palavras.
Sim, é isso que eu sou: uma frase selvagem completamente nua e descalça; eu não conheço os teus livros, não conheço os teus filmes, não vejo os teus noticiários, não conheço os sítios que viste ou sequer alguma vez consegui levantar raízes como saias e correr para fora da casa minha terra.
Sou uma selvagem nua e descalça que nem sequer te pode jurar que não usa esse perfume-disfarce porque nem bem sei de que falas. Sabes, a única roupa que gosto de vestir é a sintaxe porque me torna o corpo mais suave, mais melódico e traz harmonia à minha nudez que poderia ser rude de outra forma.
Não procures outra porque eu sou só esta que aqui está a ser e se continuas a procurar outra que não é acabas por nem me ler.
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Uma por dia tira a azia