«Em Abril pachachas mil» - Patife
Desde pequeno que ouço esta expressão e desde que comecei a pinar descobri que é a uma verdade insofismável. Há quem diga que a época mais propensa ao pinanço é o Verão e as suas feromonas em brasa, mas na verdade, o mês de Abril é que mete as chonas aos saltos encarpados. Ou isso ou sou eu que atinjo um pico de sensualidade neste mês que faz o Pacheco atrair pachachas com o mesmo magnetismo que o olhar hipnotizante da cobra atrai as suas presas. Mais uma vez, este ano comprova a minha teoria. Estava eu sentado, entretido comigo mesmo, a ler num café, ainda a descansar das sete horas de grandioso chavascal em chona nortenha, quando levanto o olhar e reparo que não uma mas duas gajas me estavam a observar com ar de devassa-que-já-levava-na-chona-lassa. Uma do lado esquerdo, a outra do lado direito. Como sou um cavalheiro ia respondendo ao olhar de uma e de outra indiscriminadamente, pelo menos até decidir qual é que iria afiambrar. Ainda pensei em ficar com as duas a preço de saldo mas elas estavam nitidamente a disputar-me e havia chamas quando os olhares das duas se cruzavam. Queria olhar para ambas para as comparar mas já estava quase a ficar estrábico. Tive inveja do camaleão. Pudesse eu esquinar as duas ao mesmo tempo sem estarem lado a lado. A da esquerda tinha ar de majestosa cavaleira, sábia dominadora na arte de me cavalgar no bacamarte. A da direita mandava ares de cabra brocheira, com uns lábios muito mais proeminentes do que lhe seria exigido pelas leis do abocanhamento da corneta. Analisei os índices de fodenguice, o glamour ao enrolar o cabelo, a forma como bebiam café, a forma de cruzar e descruzar as pernas, o sorriso e o Pacheco a sete e não me conseguia decidir. Na dúvida, fiz o que qualquer homem de sensibilidade e bom-senso faria: Escolhi a que tinha as mamas maiores.
Patife
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