A primeira vez é sempre um cabo dos trabalhos. Parece que tudo atrapalha e um gajo fica com a carola tão cheia de anseios e de preocupações que quase perde a ponta pelo caminho. A ponta da lapiseira virtual, quero eu dizer.
Sim, porque isto de apanhar o comboio em andamento só tem a vantagem de se poder ficar na última carruagem e assim se evitar algum engate à canzana na traseira do vagão.
Este paleio de ferroviário serve acima de tudo para dizer, nesta minha estreia, que vou andar sempre na linha. Ou seja, lá por lidar com cona (a palavra) todos os dias isso não implica que a vá utilizar a torto e a direito nas minhas postas aqui publicadas. Não senhores. Serei esmerado na utilização da língua (pelo menos quando não tiver aftas), um exemplo em matéria de decência e de decoro que até poderá garantir-me o estatuto de menino de coro num espaço onde se cantam músicas de embalar as ancas no leito e onde os contos não são de fadas mas sim de modas (com ph neutro). Camisas sem mangas, lingerie arrojada, mini-saias pelo umbigo.
E eu que estou habituado a lidar com esse buraquinho tão saliente na malta que bloga, terei agora que estender (em comprimento) o âmbito das minhas palavras aos restantes orifícios psicológicos no queijo em que se transformam as nossas mentes massacradas pelos constrangimentos (cuecas demasiado apertadas e assim) que o quotidiano nos impõe.
É esse o grande desafio que a São me propõe, quando deixa a passarinha (sem asas) pensar por ela e me agarra pelos tomates (é a parte mais fácil de agarrar em qualquer salada), arrastando-me para o centro (um nadinha abaixo do umbigo que referi) da mesa, neste furacão onde sopram ventos de Suão feitos de palavras e de imagens cheias de, sei lá, calor humano.
Essa temperatura elevada fará, certamente, com que eu me dispa (de preconceitos) e acabe todo nu perante vós que buscais neste espaço tão sincero uma abordagem directa ao assunto tabu, sem conversa de ir à traseira do comboio em que me refugiei parágrafos atrás.
E o assunto é vasto na gama e não casto na cama, pelo que tentarei ser versátil no futuro e dar menos à língua do que nesta penetração inaugural pelos meandros da coisa.
A Funda São nunca dispensa os preliminares mas gosta de levar com ele (o cerne da questão) sem rodeios, bem o sei.
E cá estou eu de joelhos, com a boca cheia de pequenas provas do meu valor e da minha capacidade de integração nesta comunidade cheia de talento para a coisa.
Como para aprender é preciso praticar, cá estou, cavaleiro de espada em riste, pronto para enfrentar os dragões sem que me chamusquem os brasões.
Com tanta nobreza já fiquei com a chama acesa. E preciso de limpar depressa esta imagem vagamente fálica mas tão cheia de floreados.
Ò São, chega-me aí a pedrinha de gelo antes que pegue fogo aos cortinados…
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