01 fevereiro 2007

Momento científodo

Às vezes lá se encarreira para a estante um verdadeiro pitéu de características técnico-científicas e de título aliciante, ainda por cima escrito por alguém que sabia da poda dado ter sido médico legista no Instituto de Medicina Legal de Lisboa e professor do curso superior de medicina legal.
Tudo isto vem a propósito de um livro que já tinha visto na biblioteca do
1313 e que fortuitamente veio parar à minha mão no alfarrabista do costume.
Não querendo fazer mais “suspense” com a estimada freguesia passo desde já a apresentar o referido compêndio:

AGUIAR, Asdrúbal de, 1883-1961
Ciência sexual (Contribuição para o seu estudo): Virgindade
Lisboa: Aillaud e Bertrand, 1924. - 258 p. ; in 8

Comecemos pois a dissecar o corpo do delito trazendo aos membros e membranas deste blog mais um pouco de instrução, começando assim e desde logo pelo Capítulo V que versa sobre Provas de Virgindade/seu exame.



Desde os tempos mais remotos, nos povos em que a virgindade foi e é apreciada, tem-se procurado por todas as maneiras adquirir a certeza da sua existência nas raparigas que se apresentam como possuindo-a.
(…)
Tem-se diligenciado determinar, desde épocas longínquas se uma rapariga está ou não desflorada servindo-se para isso de elementos obtidos pelo exame de varias regiões do corpo. Inúmeros tem sido os processos, múltiplos os meios utilizados, mas evidentemente nenhum tem o menor valor e somente a curiosidade histórica no-los faz apontar.
(…)
Provas de virgindade obtidas pelo exame do nariz. – No nariz tem-se pretendido encontrar certas marcas tendentes a provar a existência do desfloramento.
(…)
Demócrito referia que o vértice do nariz nas desfloradas se mostrava mais largo do que nas raparigas intactas sexualmente.
(…)
Provas de virgindade obtidas pelo exame dos olhos. – Também se tem tentado determinar pelo exame dos olhos duma rapariga se ela está ou não desflorada, fundando-se em que nas virgens os olhos são brilhantes e nas desfloradas despolidos.
(…)
Provas da virgindade obtidas pelo exame da penugem do rosto. – Alguns autores são de parecer que a penugem (duvet) que cobre as faces das raparigas desaparece quando das primeiras relações sexuais. Tal facto não é verdadeiro como se sabe.

Provas da virgindade obtidas pelo exame dos tegumentos.
(pele) - Alguns autores antigos emitiram a opinião que as carnes eram mais duras, consistentes, frescas e elásticas nas virgens que nas desfloradas.

Provas da virgindade obtidas pelo exame da voz. – Grande número de autores antigos baseavam-se na voz das raparigas para descobrir se elas estavam ou não desfloradas. (…)
Aristóteles garantia que a voz nas virgens era mais fina e mais alta que nas desfloradas. Nestas seria principalmente áspera.
(…)
Provas da virgindade obtidas pelo exame dos mamilos e seios. – Certos autores antigos afirmam que as aureolas mamilares se tornam mais escuras após o desfloramento.
(…)
Provas da virgindade obtidas pelo exame dos pelos. – Também os pelos e especialmente os do púbis se tem considerado como elementos importantes para decidir do estado de desfloramento ou de virgindade duma rapariga.
(…)
Albertus Magnus era da opinião que os pelos púbicos tinham maior comprimento, flexibilidade e lisura nas virgens e que eram mais curtos, duros e crespos e ruivos nas que já possuíam órgão sexuais íntegros.
(sic)

AGUIAR. 1924:121-125

(Para conatinuar)

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