Olá Dor,
onde é que andavas?
Fica aqui, não vás embora,
tão longe já vai a hora
em que tão bem me abraçavas.
Olá Dor,
pensei que não me abandonavas!
Lembras-te? Contigo fiz amor,
tive tanto frio, tanto calor,
que bem que tu me cravavas.
Olá dor,
fica, por favor, não vás!
Que o meu corpo te afaga;
invade a minha alma,
como sempre,
com muita calma
mais nada é assim
tão vívido em mim
minha única amante
meu orgasmo triunfante
berrante
nítido
desarmante.
Lembras-te? Contigo fiz amor,
(tanto, tanto, estavas tão nua)
e eu, eu era tão, tão tua
(tive tanto frio, tanto calor).
Olá Dor,
olá Dor,
olá Dor,
tinha tantas saudades
de, submissa às tuas vontades,
me despir,
me deitar,
existir tanto
que só no pranto
se existe assim,
mais nada é assim
tão vívido em mim.
Olá Dor,
como tu, ninguém me adora,
porquê essa demora?
Minha amada mais velha,
entumescida, vermelha,
de sábios braços
abraças meus espaços
meus passos
meus espelhos
meus joelhos
como mais ninguém
como mais ninguém.
Olá Dor!
Vem! Volta! Vem!
Mais nada é assim
tão vívido em mim.
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Uma por dia tira a azia