12 janeiro 2010

Conto das máscaras (V) - Acusações (II)

Habituaste-te à comodidade do aparente alheamento. O que sei eu? Quantas vezes o que começa por ser uma máscara deliberada, premeditada, se cola à pele do rosto e nos transforma o corpo em marionete? Não sei. Porque assim te suga o alheamento; é como adormecer, sabes que tens sono, depois adormeces e então não sabes que estás a dormir. Talvez uma suave percepção, raramente, se o sonho for muito estranho - mas o mundo é sempre um sonho estranho. E consegues acordar, quando percebes e quando queres? Talvez não exista a palavra amor para entregar mas, talvez, só talvez, contigo o sono fosse um pouco menos profundo. Talvez fosse. (E dispensou o amante)...

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