Coisas pequenas, a que nem ligamos na maioria do tempo em que nos deixamos alienar por um conjunto de obrigatoriedades que nos impomos, ou assim o permitimos pela vida lá fora, e nos distraem das questões (verdadeiramente importantes) de pormenor.
Pode ser a luz de um sorriso de boas vindas como a constatação de ser sempre perfeita a primeira escolha, a reacção instintiva a um estímulo qualquer.
Pode ser uma coisa típica de mulher, uma simples manifestação da sua inteligência emocional ou da intuição fora do comum que as torna ainda mais fascinantes do que já resultam à vista desarmada de um corpo bonito ou de uma tirada brilhante que nos impressiona.
Pequenas coisas a que só damos valor quando nos deixamos levar pelo amor até à visão clara de tudo aquilo que alguém possui para nos presentear ao longo do tempo em que partilhamos um momento que seja da existência.
Gigantes na dimensão, quando abrimos o coração ao que interessa e renegamos aquilo que a cabeça nos propõe em alternativa, carregada do esterco normal que o papel social acarreta. A deturpação das prioridades que o quotidiano implica, mais os medos que a perda de confiança nos outros primeiro e em nós próprios em consequência nos somam quando a pressão se faz sentir com força demais.
A dificuldade extrema de gerir vidas a dois, num mundo talhado para uma atitude individual, solitária a bem dizer, e que torna cada história de amor numa missão (quase) impossível faz parte do mesmo problema, dessa amálgama de influências que nos dispersa e em última análise nos afasta da simplicidade das emoções. Uma catadupa de complicações nascida do nada, do exterior, que nos afasta aos poucos do amor genuíno e sem reservas, que nos inibe de aceitar que é normal esse perigo de alguém se apaixonar pela pessoa ou no tempo errados e que é bom sentirmo-nos apaixonados pois essa é uma das formas mais bonitas de percebermos como é bom ser feliz.
Coisas pequenas, ou nem por isso, que fazem toda a diferença perceber ou sentir. A alegria de fazer alguém rir das nossas chalaças, de constatar o prazer que provocam as nossas presenças na sua vida e tudo em vice-versa.
Coisas que sempre o coração e jamais a cabeça poderá descodificar para a linguagem acessível da felicidade que é mesmo possível quando sabemos distinguir a mensagem que o peito tenta transmitir da que o outro centro emissor (que nada percebe do amor) nos impinge para afinal nos arrastar para a má onda e a tristeza.
Mas eu tenho a certeza que um dia conseguiremos alcançar a vitória e assim mudaremos a História com o poder que o amor pode revelar quando nada interfere com a sua actuação.
Jamais na cabeça, sempre no coração.
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Uma por dia tira a azia