"Recomendo a publicação em «a funda São» deste poema do meu querido amigo e poeta Ildásio Tavares, que é um dos maiores poetas do Brasil – e que também, nos seus momentos de “saudável loucura” escreve poemas destes.
Foi o Ildásio quem prefaciou a minha antologia «Música do Mundo» editada no Brasil.
Casimiro de Brito, 4/3."
Autoputaria
O poeta é um fodedor
fode tão completamente
que chega a foder atrás
o que não fode na frente,
E os que fodem o que ele fode
na fodida sentem bem
não a foda que ele deu
mas as fodas que não têm.
E assim nas rodas da cona
gira a entreter a razão
este comboio de esperma
que se chama meu colhão.
Ildásio
_____________________________
Esta maltinha não pode ler nada de que goste, que ode logo:
"O Ildásio tem mesmo ar de quem gosta tanto de «bifes» que até lambe a frigideira... eita macho brabo!
Tesão é fogo que arde sem parar,
é ferida que dói, e não se acalma;
é um contentamento para dar
três ou quatro fodas com muita calma.
É um não querer mais que bem foder
é um andar de pau-feito entre a gente;
é nunca contentar-se só por ver;
Um cu, uma boca, uma cona bem ardente(s).
É querer estar com "ele" bem entalado;
É foder um cu bem apertado
Ou fazer um minete bem caprichado
Saber como causar forte desejo
Nas conas e nos cus humanos, o mesmo ensejo
Peço desculpa ao Luís Vaz, por lhe ter avacalhado as rimas...
Bartolomeu"
O Santoninho até ode a dobrar:
"Ah! Ildásio, poeta do caralho,
Que chamas foder a enrabar!
Certo é que vais ter muito trabalho
Para estes conceitos explicar!
No Brasil se fode na buceta,
E enrabar... é comer o cu!
Não sei o que chamam à punheta
Mas... podes explicar-me tu?"
"Um poeta fode como os outros
Em rimas mais ou menos apressadas!
Fode no céu, na terra, até na lua...
Em redondilhas, sonetos e quadras!
O poeta é quem come o cu da musa
Que lhe inspira os versos desbragados!
E pede um broche quando está com tusa
E vem-se em ais e uis declamados!
Um poeta fode noite e dia sem parar,
Esteja sol, vento, chuva ou neve!
O tesão de um poeta é poetar...
E a poesia cantar em foda breve!"
Como anda tudo de saco cheio, o Bartolomeu dá uma segunda (ode):
"Sem cuecas vou p'rá cama
Já de pixota bem dura
Vou comer a cona à Ana
Aquela cona tão pura
Levo o caralho na mão
E a língua aos saltinhos
Ela já geme de tesão
Eu, exibo os pergaminhos
- Dá-me o teu bacamarte -
Com voz rouca, diz-me ela
- Fode-me com toda a arte
Ou atiro-te pela janela
Foi-se-me abaixo o tesão
Perante tão grande ameaça
Mas para não lhe dar razão
Mandei-lhe a língua à conaça
Nas suas mãozinhas de prata
Depositei-lhe o mangalho
Depois, espetei-lho na rata
Nunca tive melhor trabalho
- Come-me o cu depressinha -
Ordenou-me com precisão
Fui buscar óleo à cozinha
E lambuzei-lhe o cuzão
Depois bem devagarinho
Apontei-lhe a carola
Comi-lhe o cu com carinho
E acabei na ratola!"
O Santoninho não pode ver nada e ode outra também:
"Um poeta faz amor, rimando...
Dedilhando os lábios pelos seios,
Sentindo o coração da musa, arfando...
E usando os dedos, sem receios!
Ah! O que o poeta não faz pela mulher...
Ao ouvido lhe diz versos por que ela anseia...
E lhe deixam os membros a tremer!
A mulher, para um poeta, é uma teia...
Segreda versos, canta-lhe a beleza...
De carícias quentes, o corpo lhe regala!
Em cada gesto que a prende, há certeza
De que o poeta quer a musa, p'ra mimá-la!"
O OrCa odeu lá em cima, mas vale a pena repetir a ode aqui:
"ó palavras que me encheis a boca tanto
quanto o pranto preenche a alma vazia
ó palavras que me encheis de tal quebranto
quanto a fome de comer me dá azia
ó palavras que abocanho verso a verso
num poema sem tamanho apetecido
ó palavras com que mordo o universo
ao ficar de tanta fome remordido
ó palavras vinde a mim – tomai-me todo
tende em mim no corpo todo uma guarida
ó palavras dai-me alento se não fodo
pois sem vós nem sei bem que faça à vida
ó palavras de cumprir cada destino
elegantes ou de perfil curto e grosso
ó palavras contra a fome que abomino
dai-me alento que estou pr’àqui que nem posso
ó palavras minhas irmãs ou amantes
masturbáticas solenes coniventes
ó palavras que não fique como dantes
tudo em volta ao sairdes dos meus dentes!"
Julgavam que isto ia arrefecer? O Santoninho não deixa:
"Olha! As palavras que se fodam!
Os pensamentos que se enterrem.
Os cus e as conas que se comam
E os lábios e as línguas... desemerdem!
E que os falos profanem os lugares sagrados,
Num contínuo vaivém de mete e tira...
E deixem cus e conas lambuzados
E a paisagem seja linda, p'ra quem mira!
E beija, beija a flor que se te oferece!
E deixa em cada beijo... um suspiro...
E aquece aquela boca que arrefece!"
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma por dia tira a azia