29 abril 2010

Onomatopeia

O grito seco de madeira. A mão contorna o ar.
Fugiu, encheu-se de vácuo. Outro circulo, o vácuo.
Enche-se de anéis, tocam os seios nus. Ajoelhar.
No início não tem fim. Começa num rosto ingénuo
feito de lábios. Dedos. Água. Vento. Fogo. Respirar.
É feita de sede, a língua; faz o tempo pingar, inócuo.
Violento. Manso. O cabelo molhado de instante a afogar
a boca na fome. Entrançar o lilás teu no cabelo. Destruo
o dois. A palavra dois. Um. Pernas. Espaço. Apertar.
Cerrar grades. Conter. Não sai mais. Guardar. Concluo.
Um grito seco de madeira estremece e não corta o ar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia