Sorriu aos rios que subiam. Nada soube até então, como eles. Talvez ainda nada soubesse. Mas sabia que, se eles não sabiam sequer se desciam ou subiam, também poderia não o saber. Era pequena, infinitamente pequena e ignorante; era ainda mais pequena que o rio, talvez tão pequena como a folha embrulhada na corrente. Uma folha que pensava. Demasiado pequena e embrulhada na corrente do rio para ver o todo. Para ver o caminho. Para ver o mar. Para ver o mundo, as margens, a floresta. Ah! Mas podia imaginar. Mas podia virar-se. Mas podia deslizar mais rápido se mergulhasse mais na corrente ou deslizar mais devagar ao ficar mais à tona. Podia chegar-se mais à margem. Podia, afinal, tantas coisas e todas com alguma influência no percurso e no fim. Muita influência? Pouca? O que interessa? Bastava saber-se. E mergulhou mais no rio de perguntas para deslizar mais rápido na corrente.
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Uma por dia tira a azia