"Todus us cu com a idadi çe priocupam
Devíom çaber da verdadi
Cum bucado belu de carni
Çó fica bom
çe for a lumi brandu grilhadu
Para quéim quereim shamas com preças
ardendeim fortis i imediatas
Fagulhas eim barda, tempraturas altas
e a carne neim goza, fica logu queimada
Agora veijam um broshe, ou pinadela traseira
a pila quaze mole a pedir lingua farta
a mão a paçar na tola i tumatada
e a alegria de sentir a marei a shegar alta
Ai melhéres, i depois já tod' ela tezada
Nu corpu meter, iscorrendo de baba
leva quaze um dia a shegar, a nau langonheira
e u Nelo a guzar que nem uma tonta, tonteira
Nelo"
Devíom çaber da verdadi
Cum bucado belu de carni
Çó fica bom
çe for a lumi brandu grilhadu
Para quéim quereim shamas com preças
ardendeim fortis i imediatas
Fagulhas eim barda, tempraturas altas
e a carne neim goza, fica logu queimada
Agora veijam um broshe, ou pinadela traseira
a pila quaze mole a pedir lingua farta
a mão a paçar na tola i tumatada
e a alegria de sentir a marei a shegar alta
Ai melhéres, i depois já tod' ela tezada
Nu corpu meter, iscorrendo de baba
leva quaze um dia a shegar, a nau langonheira
e u Nelo a guzar que nem uma tonta, tonteira
Nelo"
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O OrCa ode tudo o que se mexe... e o Nelo mexeu... os olhinhos:
de dares corpo e alma e força por prazer
e foder só por foder e ser fodido em cada dia
que amanhã mais outro dia irá nascer
e tens arte em ti que faz de ti um artesão
e cantando hás-de espalhar por toda a parte
o tesão que é dares-te assim a um teu irmão
para mais se ele for senhor de um bacamarte
um pouco mais de sol e tu ardias
um pouco mais de azul com outro alguém
e neste mundo azedo de agonias
ter-se um anelo assim - ó Nelo - é que está bem!"
O Bartolomeu ode uma ajudinha:
Em fodas loucas, delirantes
Pede à pixa para não murchar
Mesmo que lhe apliques uns tirantes
E se a memória te atraiçoar
E confundas sardo com chouriço
Engole-o até a respiração te faltar
Até que o nabo leve sumiço
Tu, ó Nelo, rei das bichas
Que no olimpo da paneleiragem
tem assento
Fazes parar a Terra, quando o cu espichas
sacodes a ramagem
quando do teu cu sai vento
Se é caralho que tu pedes, em tuas rimas
que acalme essa inflamação que te devora
Convida para uma festa as tuas primas
E pode ser que, no fim, leves no cu a tora"
O Santoninho acha que "isto está mesmo a melhorar... até o Nelo já serve de musa..." e o OrCa ode-o:
e não outra, ora agreste, ora confusa
que desliza entre matéria obtusa
e atiça e acossa e tira a tusa
este Nelo é aquele que nos apraz
registar cá se vir contra o silêncio
e por tanto gostar de levar atrás
sempre faz evocar o bom Terêncio
que dizia muito a rir mas sempre sério
que «- sou homem e nada me é estranho
do que humano é», em magistério
de criar um ser humano sem tamanho
o Nelo é assim e mesmo à rasca
neste mundo enredado em preconceito
ele grita aos quatro ventos que é panasca
mas não busca casamento... é o seu jeito!"
O Santoninho reclama: "Foda-se! Não se pode abrir a boca que nos odem logo! Não quero misturas com o Nelo, capisce?"
E o Bartolomeu... pimba:
à sua santa esposa tão amada.
mas para andar mais consolado
lá vai fazendo aqui e ali, uma mamada
Não cuspas para o ar, ó Santo Ninho
E do Nelo não desdenhes da peidola
Deixa que ele te faça um brochezinho
Vais ver o que é bom prá tosse, seu mariola
Dá o piço ao Nelo, bem levantado
E espera que ele faça a peneirinha
Vais ficar por aquele cu, enfeitiçado
Vais nomear o Nelo, a tua rainha!"
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