19 maio 2010

Ouvir é andar o discurso dos passos

Não, eu não quero, não quero desmanchar. Sei que se mancha com ilusões. Sei que... Anda, perto. Não, mais não, ainda não. Sim, já a sei. Não, não me contes. Ele veio e dizia: "deixa que respire pelo teu peito". Ouvir. Ouvir é andar o discurso dos passos. Tu agora só falas com palavras. Eu, antes, não. Não me toques mais assim, por baixo da roupa. Assim. Direito à pele, sem sequer despir e assim só te misturas na multidão. Os passos não andam e andam as tuas mãos; apertam o meu peito, vermelhas, e deixam o cheiro dos animais com dedos que gostam de arranhar.Agora és surdo como um mudo. Agora és feio. Eras? Não vi.

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