29 dezembro 2010

Matemática

Uma noite, poderás dormir no meu lugar,
dar-te, no meu espaço, o espaço meu,
o lugar que me toca a pele na cama;
porque deve ser apenas assim que se ama,
de todo o espaço, a pequena coisa que cedeu,
é na fronteira do eu, é o espaço de na pele tocar.
Uma noite, quando sonhares, poderás deitar
o sonho teu, ali será o meu e o meu será o teu
como eu e a palavra nossa há-de ser a mesma,
essa palavra que junto à pele já nos soma;
não somos um, gosto que sejas tu, eu sou eu
mas, aqui, aprenderemos contas de somar.

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