Segura-te coração, segura-te bem, vamos fazer uma viagem
e vou levar-te comigo, vamos fazer a viagem dos loucos,
esta, sim, a dos tolos, dos mendigos, dos incertos
dos rios afogados em si que agora fogem da sua margem
Vamos morar noutro peito, vamos morar naquele amor
com o ritmo das feras que derrotaram a jaula e o domador
o ritmo único das meigas bestas ingénuas, elas rugem
poemas incompletos que recusam mais versos, palavras
em poemas imperfeitos que ignoram rimas e regras.
Segura-te coração, levo-te a ti para que a ti me levem
vamos morar noutro peito que, piedoso, nos há-de emboscar
há-de apoderar-se sem retorno e nós vamos para ficar
que os que te levam e voltam, eu sei, já nunca te trazem.
Segura-te coração, segura-te bem, vamos fazer uma viagem.
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