25 abril 2011

Num referendo às partes, o sim tinha maioria absoluta


Ao contrário das coisas e dos coisos agarrados a nós, as passarinhas e as pirocas não tem qualquer dificuldade de comunicação. O segredo está na nossa sinceridade brutal, na nossa espontaneidade sem merdas. Uma passarinha jamais diria não quando lhe apetece dizer sim, pois ela melhor do que ninguém sabe quando é sim ou sopas. O mesmo se passa connosco, pirocas, que nunca diríamos não quando, é meu caso, por exemplo, até queremos sempre dizer sim.
No fundo connosco é pão, pão, queijo, queijo. Que é como quem diz se é para comer não vale a pena inventar fastio só para dar uma pala qualquer ou porque é assim que deve ser.
Mas deve ser porquê?
Se as coisas ou os coisos percebem, e não há como fazerem-se desentendidos nessas cenas, que as evidências reclamam determinada atitude não faz sentido optarem pela inversa.
Claro que a gente, lá em baixo, ouvimos as suas argumentações e as razões que julgam assistir-lhes e por isso estamos habilitadas, passarinhas e pirocas, a formular opiniões fundamentadas na lógica de ambas as partes interessadas. E não há grande volta a dar quando alhos e bugalhos entram num debate a sério em igualdade (forjada) de circunstâncias, às vezes com as questões teóricas a sobreporem-se ao que a prática tão bem releva.
Desabafava comigo há tempos uma passarinha velha conhecida que no fundo é um desperdício nós, equipamentos de série, sermos funcionais e prestáveis e depois termos a desdita de o destino nos agarrar coisas e coisos que pouco ou nada usam e/ou usam mal e porcamente estes utensílios ainda mais vocacionados para o prazer do que as bocas que usam tanto para disparatar e tão pouco para complementar o nosso trabalho e se constituírem as mais-valias que qualquer coisa ou coiso menos complicativos sabem bem avaliar.

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