30 maio 2011

A prostituta azul (XI) - Tabela de (a)preços

O afecto não se compra; sei, agora, porém, que, se o consigo encontrar genuíno dentro de mim, ele se pode vender. É evidente que é esta a resposta à tua pergunta; só isso me permitiu encarecer a "coisa"; o sexo comigo, por si só, não passa de um banal anel, o afecto foi a pedra que lhe juntei, só comprou quem considerou diamante. A construção da frase não foi à toa: eu encontro, ele vende-se, como uma pedra que devia estar cravada no teu anel recém-comprado.

(O homem olhou para as suas mãos esticadas, o seu anel ao peito não tinha pedra. Deixou todos os papelinhos coloridos de feio e foi-se embora muito depressa porque precisava de comprar uma nova vida para encher o lugar onde se encontrou com os seus vazios.)

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