Rouca, forte, expressão intemporal
Deusa poderosa em altar bendito
Arrastando o leito bravo do temporal
E... assim ficaste meia louca
Passando por mim sem me conhecer
Rasgando o peito, cerrando a boca
Perdendo a noite, no amanhecer
Amantes vagos visitam-te o corpo
Bailam-te vazios de nada e de ser
Pedem-te caprichos e sonhos vãos
Estendes-lhes as mãos... um copo
Lês-lhes nos olhos o desejo a arder
Seguras o tempo, buscando a razão
E dás-te a eles, sem te conhecer"
Bartolomeu
"Minha Santa Mónica!
Sonho, sim, com a curva nua de um grito
cheio da palavra mágica, essa, a intemporal
essa, a única, que a quase ninguém permito
deito-a aos pés do Deus do meu temporal.
E... assim sei que não fiquei louca
era o meu grito a reconhecer
o seu dono, a lançar-se na sua boca
dorme-te na língua, faz-te amanhecer.
Amantes vagos, nenhum me marcou o corpo
o vazio não baila, nenhuma música nesse ser.
Sabes, foram apenas corpos vãos
sem água nas veias, sem sangue no copo.
Leio-lhes no olhos, nem sabem arder
quebrei o tempo, rasguei-lhes a razão
dei-me a eles, por não te conhecer."
Joana Well
Ilustração: Replicação de DNA - ck12.org
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