07 abril 2010

Ética para uma prostituta

Na eventualidade das duas únicas respostas que se possam dar a determinado problema serem péssimas, a questão coloca-se em como escolher a menos má. O que é do mau o menos mau? Refiro-me especificamente ao dilema que experimento quando sou contactada por mulheres determinadas e decididas a enveredar por este caminho. Não falo das que estão hesitantes, falo das que tomaram a decisão e já ultrapassaram as hesitações, ponderações, etc... Contactam-me, nessa fase, para saber como entrar, como fazer: portas, segredos, procedimentos... Eu não quero apontar portas de entrada a ninguém, isso faz-me sentir péssima, terrível. Eu não quero explicar a ninguém o que tem de fazer, como e onde, para se prostituir; sinto-me responsável e culpada. E se eu não explicar? Eu sei que quem quer acaba por fazer. Nesse caso, acabará por fazer, sem saber quase nada e contando apenas com a sorte. Quando ninguém nos guia e não sabemos onde estão os buracos, podemos cair neles. Mas eu não quero. Eu não quero explicar casas, independentes, valores, sites, sítios, clientes... Mas se não explicar... E agora?

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