03 novembro 2010
Vendedoras de virtudes
Há muitos anos atrás, teria eu talvez 18 ou 19 anos, dirigia-me a pé em direcção à Costa do Castelo, com auriculares, ouvindo a minha música. É possível que fosse Pink Floyd. Ao passar na João das Regras (perto da Praça da Figueira) apercebo-me de uma mulher que me dirige a palavra. Estava encostada a uma porta. Ainda dei meia dúzia de passos em frente enquanto tentava perceber se era mesmo alguém a falar comigo, e se devia dar-lhe atenção. Decidi recuar. Tirando os auriculares perguntei à senhora: “Desculpe, falou comigo?”, e ela disse qualquer coisa que eu não percebi. Retorqui: “Como?”, e eis que entendi, finalmente, o que ela me estava a dizer “Jovem, não queres ir ali ao Hotel dar uma voltinha?”. Disse-lhe que não, que estava a fazer a digestão, e segui em direcção à Costa do Castelo, incrédulo.
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Uma por dia tira a azia