– Há regressos que nunca se devem fazer. As coisas nunca voltam a ser as mesmas. Nós já não somos os mesmos. Se voltamos é porque esquecemos o porquê da separação; as razões da separação. A própria separação. Fantasiamos sobre um idílio que acabou e a que queremos regressar como se fossemos menos os que nos separámos do que os que estiveram juntos. Não há retornos felizes. As peças não tornam a encaixar. As peças depois de separadas, partidas, doridas, nunca mais se tornam a encaixar. Os regressos nunca se devem concretizar.
– Assim, definitivamente?
– Assim.
– Então… – Os olhares cruzaram-se. Ele fez uma pausa e perguntou: – O que estamos nós aqui a fazer?
– A despedirmo-nos.
– Definitivamente?
– Sim. – Ela sorriu, primeiro com os lábios e com os olhos, depois com todo o rosto, e completou: – Sim, definitivamente ou até à próxima despedida – e beijou-o, primeiro com os lábios e com a língua, depois com todo o corpo.
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