Uma vez por outra "alguém" rejubila publicamente o seu estado de vida, a sua sorte, num espasmo de felicidade, contentamento e resposta às questões que se lhe vão deparando aqui e ali.
De quando em vez congratula-se a sorte pelos acontecimentos supostamente aleatórios que marcam contundente e positivamente um qualquer estado de alma exteriorizado por arrepios, sorrisos ternos e palavras de aconchego.
Contudo, parafraseando alguém que respeito, "a sorte acontece quando a qualidade encontra a oportunidade".
Esta máxima não poderia estar mais de acordo com o enquadramento que pretendo imprimir. Se esse alguém tem sorte, não é mais do que pelo simples facto de ser digno de tal. Se esse alguém congratula o acontecimento apelidando-o de sorte, será indubitavelmente pelas qualidades que lhe são inerentes, inatas, e que assinalam a receptividade a que se predispõe aos parâmetros elevados que a sua essência exige.
Não falo conceptualmente de "salpicos de sorte", situações efémeras que em nada estabelecem padrão de coisa alguma. Falo naturalmente de acontecimentos duradouros, prolongados e sustentados só disponíveis a quem esculpiu a sua génese à Luz de uma serenidade superior, espiritualmente elevada e com uma conduta de aprendizagem em nada serôdia.
Não me refiro a um histrião, sem nada de profundo para ofertar aos demais, ausente de elementos que acrescentem valor a quem o rodeia.
Falo de eremitas espirituais, não necessariamente religiosos, que aproximam-se do ermo para se aconchegarem em si próprios, longe do trato confuso do materialismo, carácter predominante da sociedade de consumo. Falo de seres que valorizam o sentir, o Amar, o cuidar.
Falo de ti que encontras o que mereces e não o que a sorte te ofereceu.
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Uma por dia tira a azia