Sabes São, no fim de semana passado um casal amigo convidou-me a ir a um clube de swing, onde oficialmente se pode cobiçar o homem e a mulher do próximo e lá fomos os três, Vasco da Gama abaixo, com os máximos ligados.
No lusco fusco daquele enorme salão, encostámo-nos ao bar e apresentaram-me a vários conhecidos seus, beijinho para cá, beijinho para lá e escorregou-me da boca um “muito prazer” para uma face de olhos morenos e penetrantes que prontamente me retorquiu “querida, agora é muito gosto que o prazer fica para depois”. Apeteceu-me dizer-lhe que querida era o raio que o parta mas numa questão de segundos ponderei que não seria apropriado contrariar o dialecto local.
Fui beberricando o meu vodka com laranja, com os olhos na pista de dança. No tubo, uma ruiva de formas arredondadas ora espreguiçava os braços longos ora chocalhava os seios como assadeiras de castanhas. Mulheres com meias de cinto de ligas e saias a raiar o fundo das nádegas dançavam com homens de polo de navegação à bolina. Mulheres de blusas apertadas até ao último botão do pescoço, com fios e medalhinhas a pender, enfiavam os seios pelos peitos adentro de homens de gravata e calças de pinças. Os corpos das fêmeas afixavam-se nos machos em ritmos encrespados.
Uma rapariga de pernas atléticas, tapada num top que mostrava o piercing do umbigo, ondeava as ancas como se fosse árabe a música de fundo enquanto um homem ajoelhado abanava a cabeça por entre as pregas da sua saia. Outro jovem, cabelo completamente rapado e tatuagem a despontar nos ombros, por entre a camisola de alças, estava colado à espinha dorsal dela e segurava-a, preenchendo os dedos longos com a polpa das mamas arrebitadas das quais sobrassaiam os mamilos mais escuros no corpete translúcido.
Depois, continuando a ondear o ventre, ela puxou a cabeça das suas pernas e arrastou-a, em passos compassados de mambo, até à outra sala escurecida que dava acesso aos quartinhos escuros.
E São, acho sinceramente que devia ter bebido antes vodka com cola, para não ter ficado ali especada a ver os corpos dos outros a dançar.
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Uma por dia tira a azia