11 maio 2006

Armar a tenda

Quando o vi assim esguio, roupinha apurada e esmerada educação, quase britânica, soldada nas quentes margens do Zambeze, percebi que não me podia chegar a ele frontalmente, encostar-me e entrelaçar a perna esquerda na sua anca, preenchendo o espaço entre as minhas coxas com a sua perna, num rito de fertilidade milenar e rematar-lhe nos amplos pavilhões auriculares, faz de mim a tua puta e fode-me toda.

Precisava de batidas de tambor como nos rituais de iniciação e convidei-o para tomar uma cervejinha que os diminuitivos dão sempre um ar inocente à coisa. Até lhe permiti que gentilmente me abrisse a porta para passar diante dos seus olhos de espanto juvenil a mini-saia que me arredondava o rabo e descobria a firmeza das pernas e do passo.

O lúpulo desentaramela facilmente a língua e confere um brilho nos olhos que me facilitou pedir-lhe histórias da sua África natal, dando ao seu ego a sua natural vocação, apenas entrecortada pelo desvio óbvio das suas vistas para a minha camisola justa como uma segunda pele que quando me aproximava mais, suspendia os seios sobre a mesa, como uma travessa de gambas a chegar.

E falando ele e eu à boa maneira latina, com as mãos, facilmente elas se encontraram nos volteios aéreos, a fazer cócegas na macieza das palmas e garanti-lhe que o seu polegar tinha a firmeza de um embondeiro pelo que só faltava optarmos se o admirávamos na tenda dele ou na minha.

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