Eu sei o que estás a fazer,
eu sei o que estás a fazer agora,
em cima de um corpo demasiado quente,
em cima de um corpo demasiado frio,
em cima de um corpo que o teu só consente,
no vazio de desejo que te demora o rio
que te trai esse tão viril erguer;
serei do teu corpo já tão senhora?
Eu sei bem o que estás a acontecer
num outro corpo onde a tua fome não mora,
moro na memória da tua pele que me sente
moro no teu peito que nunca me traiu
e que nem permite que outra carne te tente;
a minha alma ao ver-te nela sorriu
por se sentir dona do vazio que te faz ceder
por te ver flectir fora da nossa hora.
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Uma por dia tira a azia