- Um bom cu não tem sexo.
- Tem, tem: cu de macho não tem dor de cabeça!
31 janeiro 2010
Os de 60
Com esse (sempre) ar ingénuo
pensas dizer-me o quê?!
- Que é monótono estar aqui,
que te cansaste (subitamente),
ou talvez me queiras dizer:
- quanto mais envelheces
melhor estás, em todos os sentidos...
Afinal queres o quê?!
- Ahhhh
julgo perceber:
tens quase 60 anos.
Eu não consigo acompanhar-te:
cheia de artrose (aos 55),
de algumas (outras) falhas físicas;
não te inibas, fala à vontade,
estás óptimo, lindo e maravilhoso,
e as meninas de 30 adoram-te!
- Então? O que esperas?! Vai em frente,
não hesites.
Dispenso-te. Para sempre.
- Que alívio!
Foto e poesia de Paula Raposo
«Palavras (O)usadas» e «Intimidades» de António Barroso Cruz
O António Barroso Cruz dá-nos o prazer de colaborar com este blog, publicando aqui alguns dos seus poemas (embora ultimamente se ande a baldar). Tem vários livros publicados. Dois deles já fazem parte da minha colecção, com dedicatórias do autor: «Palavras (O)usadas» e «Intimidades».
Os dois livros, que recomendo, em especial o «Intimidades», com fotografias de Eric Wayaffe com a modelo (Sétimo) Céu Melo.
A dedicatória do «Intimidades». Sim, sim, aquilo no canto superior direito, com a legenda «prova de ADN...», é mesmo um pintelhinho (presumo que seja dele mas não fiz a prova), colado com fita-cola. É a dedicatória mais original de todas as que já me fizeram!
Os dois livros, que recomendo, em especial o «Intimidades», com fotografias de Eric Wayaffe com a modelo (Sétimo) Céu Melo.
A dedicatória do «Intimidades». Sim, sim, aquilo no canto superior direito, com a legenda «prova de ADN...», é mesmo um pintelhinho (presumo que seja dele mas não fiz a prova), colado com fita-cola. É a dedicatória mais original de todas as que já me fizeram!
30 janeiro 2010
A nossa Raposita foi entrevistada para o suplemento Gente do Diário de Notícias de hoje...
... e eu é que estou toda molhadinha!
A jornalista, Isadora Ataíde, inspirou-se nos quatro poetas entrevistados e escreveu algumas liberdades poéticas, como dar mais 4 anos à Paula e dizer que ela é contabilista.
Alguns excertos da entrevista com anotações minhas:
«Para que serve a poesia? «Sobretudo para sonhar, sair da realidade e pensá-la sob outra perspectiva» responde a poeta e contabilista Maria Paula Raposo, 59 anos, com os olhos azuis [a jornalista não precisava de ser lésbica como eu para reparar nos olhos azuis da Paula... que entretanto me esclareceu que "os meus olhos são verdes"] semicerrados, como quem faz uma pergunta.
Não faz muito, Maria Paula reencontrou na casa da mãe o seu primeiro diário, de quando tinha nove anos. O filho resgatou-lhe cartas de amor do primeiro casamento e diários da mulher adulta. "Eu reconheço-me nos diários e cartas escritos há mais de 40 anos, são as minhas preocupações. Estive 18 anos sem escrever, voltei em 2005, e agora é como se todas as poesias estivessem a saltar de dentro de mim para o caderno em que as anoto." Com três livros publicados pela editora Apenas Livros, Maria Paula caminha para o quarto volume e escreve para blogues de poesia e erotismo [É este! É este!]. Acontece gravar estrofes nas páginas dos livros contábeis e pergunta-se se está a meter água nos números ou na poesia [desde que o débito fique igual ao crédito, pode estar errado mas bate certo]. A memória é o instrumento privilegiado de Maria Paula, dela extrai o seu ritmo poético, reconhece a sua poesia como "essencialmente" biográfica.»
Crica para conseguires ler.
Crica para conseguires ver melhor a Paula.
Parabéns, Paula! E obrigada por dares mais "loucura como beleza estética" (gostei desta) ao nosso blog.
A jornalista, Isadora Ataíde, inspirou-se nos quatro poetas entrevistados e escreveu algumas liberdades poéticas, como dar mais 4 anos à Paula e dizer que ela é contabilista.
Alguns excertos da entrevista com anotações minhas:
«Para que serve a poesia? «Sobretudo para sonhar, sair da realidade e pensá-la sob outra perspectiva» responde a poeta e contabilista Maria Paula Raposo, 59 anos, com os olhos azuis [a jornalista não precisava de ser lésbica como eu para reparar nos olhos azuis da Paula... que entretanto me esclareceu que "os meus olhos são verdes"] semicerrados, como quem faz uma pergunta.
Não faz muito, Maria Paula reencontrou na casa da mãe o seu primeiro diário, de quando tinha nove anos. O filho resgatou-lhe cartas de amor do primeiro casamento e diários da mulher adulta. "Eu reconheço-me nos diários e cartas escritos há mais de 40 anos, são as minhas preocupações. Estive 18 anos sem escrever, voltei em 2005, e agora é como se todas as poesias estivessem a saltar de dentro de mim para o caderno em que as anoto." Com três livros publicados pela editora Apenas Livros, Maria Paula caminha para o quarto volume e escreve para blogues de poesia e erotismo [É este! É este!]. Acontece gravar estrofes nas páginas dos livros contábeis e pergunta-se se está a meter água nos números ou na poesia [desde que o débito fique igual ao crédito, pode estar errado mas bate certo]. A memória é o instrumento privilegiado de Maria Paula, dela extrai o seu ritmo poético, reconhece a sua poesia como "essencialmente" biográfica.»
Crica para conseguires ler.
Crica para conseguires ver melhor a Paula.
Parabéns, Paula! E obrigada por dares mais "loucura como beleza estética" (gostei desta) ao nosso blog.
Conto da simbiose
Diz-me coração, porque me morres? Eu não entendo os pedaços de céu, sem ti. Porque matas a minha vela, essa do lume limonado de doce? Como escolhes onde morrer? Onde? São tantos os locais dos teus golpes; o cais do adeus, a falésia dos olás, o pontão das breves despedidas, a sombra onde te deitaste para amar. A meu lado dorme ele que é a força e a fragilidade da minha existência. A razão única. Existiam mais razões apenas quando esta existia, porque esta existia e para esta existir; agora, nenhuma existe, tudo cessou. A meu lado dormes tu.
Livro de Eros (fragmentos)
por Casimiro de Brito
538
O sexto sentido é o tesão, a tensão sexual, masculina e feminina. Não, como desejava Scaliger, o “alacritas” do homem mas o desejo álacre e nostálgico de ambos os sexos, a aspiração de fusão que experimenta o retorno de uma fusão antiga, na matéria, uma memória do êxtase material. O sexto sentido que todas temos naturalmente, pedaços que somos, restos de acaso, da Natureza, desejantes e expelentes. É o sentido que mais se aproxima e nos aproxima do caos primordial — mas há um caos mais primordial do que este, aqui, agora?
Fotos da colecção de Mafalda Bettencourt
O sexto sentido é o tesão, a tensão sexual, masculina e feminina. Não, como desejava Scaliger, o “alacritas” do homem mas o desejo álacre e nostálgico de ambos os sexos, a aspiração de fusão que experimenta o retorno de uma fusão antiga, na matéria, uma memória do êxtase material. O sexto sentido que todas temos naturalmente, pedaços que somos, restos de acaso, da Natureza, desejantes e expelentes. É o sentido que mais se aproxima e nos aproxima do caos primordial — mas há um caos mais primordial do que este, aqui, agora?
549
Acabo de chegar. A ilha do meu quarto está gelada. Nas tuas pernas frias estrelas eu beberia; estrelas que devolveria ao céu acolhedor da tua boca.559
Canto o ser, a carne desejante e sangrenta, ou é ela que me canta e fecunda?
Devoro as bocas que me devoram.
Devoro as bocas que me devoram.
938
Quando se faz amor devem-se destruir todos os relógios da casa.
963
Quando nos vimos regresso a países do antigamente. Tu, não sei o que sentes. Houve uma vez em que disseste que te sentias uma boca que me queria comer. E depois que me queria expulsar para poder comer-me mais vezes.Fotos da colecção de Mafalda Bettencourt
29 janeiro 2010
Estudo sobre atitudes e práticas da masturbação
Acerca do seu estudo, a mensagem da Inês Negrão:
"Sou aluna do Mestrado de Sexologia na Universidade Lusófona e estou a recolher a amostra para a minha tese. Como muitos devem saber, esta é uma fase complicada e uma corrida contra o tempo!
Apesar do tema ser ainda bastante controverso e um tabu entre a população, penso que cada passo que possamos dar para o tentar desmistificar, é uma grande
mais-valia. Os estudos que existem são poucos e alguns já muito antigos.
Pretendo com este trabalho perceber quais as atitudes dos portugueses em relação a este tema e a incidência deste comportamento nas suas vidas.
Quanto mais heterogénea for a amostra, melhor! A partir dos 18 anos todos podem responder.
Para aceder ao questionário, carregue neste link:
É simples, rápido e totalmente confidencial!
Por favor divulguem!
OBRIGADA!
Inês Negrão"
(Pintura da minha grande amiga Célia Bai Lambert)
"São mulheres como as outras"...
As prostitutas
são mulheres como as outras,
têm ninhos
e filhos que amparam,
tantos carinhos
fazem nas crias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras,
seios grandes ou pequeninos,
ancas que alargam
para moços grandes, tão meninos
quando recebem as colinas macias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras
e os meus amores pequeninos
dizem que sim, mas quando falam,
escondidos nos vossos cadernos
cheios dessas delícias,
nós somos nós e as outras são as outras.
são mulheres como as outras,
têm ninhos
e filhos que amparam,
tantos carinhos
fazem nas crias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras,
seios grandes ou pequeninos,
ancas que alargam
para moços grandes, tão meninos
quando recebem as colinas macias
delas e das outras;
As prostitutas
são mulheres como as outras
e os meus amores pequeninos
dizem que sim, mas quando falam,
escondidos nos vossos cadernos
cheios dessas delícias,
nós somos nós e as outras são as outras.
"As prostitutas
São mulheres melhores que as outras
Porque lhes recebem os maridos
e os filhos aflitos
Porque lhes entregam o corpo
a alma e os pitos
Porque os fazem sentir-se completos
e lhes recebem e acalmam os gritos
Porque os afagam e escutam
Sem lhes macular a alma guerreira
Sem lhes diminuir a virilidade masculina
Sem lhes fingir uma paixão fagueira
Não lhes pedindo mais que a propina
As prostitutas
São mais mulheres que as outras!
Eu devia era ter nascido gaja!"
28 janeiro 2010
Fruto proibido
Como um gaiato obeso, guloso, diante da montra de uma pastelaria, ele olhava mas tudo fazia para reprimir qualquer manifestação do desassossego que lhe provocava a mulher mais bonita que algum dia conhecera.
Sorvia cada minuto em que podia privar por algum pretexto com aquela criatura perfeita que o perturbava ao ponto de lhe alterar a pulsação, de descompassar o coração com o impacto do seu encanto de menina num corpo de mulher.
No entanto, sabia ser proibido qualquer sinal ou insinuação. Reduzia à contemplação a sua iniciativa, ainda assim num esforço tremendo para esconder no olhar tudo aquilo que ela fazia disparar nos bastidores do seu emocionário.
Pensava-a em muitos momentos, os mesmos em que se aplicava nos esquecimentos de que necessitava para controlar o efeito daquela imagem no seu peito acelerado e no cérebro agitado que cogitava por instinto as abordagens possíveis para tentar algo mais. Coisa pouca, talvez um pouco de tempo para com ela partilhar um momento longe dos papéis que lhes competiam, das peles que vestiam no contacto institucional...
Depois a vida continuava e ele sentia sempre que tardava a seguinte ocasião em que não permitia que se fizesse ladrão por temer as consequências de um desaire quase certo, sempre que estava tão perto daquela diva ao ponto de quase lhe sentir da pele o mesmo calor que os olhos dela irradiavam sob a forma de luz.
Temia-se absurdo por se atrever capaz de ignorar tudo aquilo que traz de inconveniente a uma pessoa um avanço despropositado, de arriscar um resultado mais desastroso ainda do que o embaraço de uma recusa liminar de qualquer passo que pudesse dar noutro sentido que não o admissível naquelas circunstâncias.
Mas adivinhava as consequências da sua decisão, daquele esforço de contenção de um impulso irreprimível de forçar um milagre possível, um desfecho positivo em potência.
Aquela mulher, por coincidência, era um anjo em versão humana e quase o fazia acreditar que talvez devesse avançar um pouco mais para não se concretizar depois o pesadelo que antevia de cada vez que percebia que o tempo que os aproximava não seria duradouro, iria acabar.
E ele, tão perto do tesouro, já sabia que estava marcado o dia em que se esgotariam as hipóteses de o tocar.
Sorvia cada minuto em que podia privar por algum pretexto com aquela criatura perfeita que o perturbava ao ponto de lhe alterar a pulsação, de descompassar o coração com o impacto do seu encanto de menina num corpo de mulher.
No entanto, sabia ser proibido qualquer sinal ou insinuação. Reduzia à contemplação a sua iniciativa, ainda assim num esforço tremendo para esconder no olhar tudo aquilo que ela fazia disparar nos bastidores do seu emocionário.
Pensava-a em muitos momentos, os mesmos em que se aplicava nos esquecimentos de que necessitava para controlar o efeito daquela imagem no seu peito acelerado e no cérebro agitado que cogitava por instinto as abordagens possíveis para tentar algo mais. Coisa pouca, talvez um pouco de tempo para com ela partilhar um momento longe dos papéis que lhes competiam, das peles que vestiam no contacto institucional...
Depois a vida continuava e ele sentia sempre que tardava a seguinte ocasião em que não permitia que se fizesse ladrão por temer as consequências de um desaire quase certo, sempre que estava tão perto daquela diva ao ponto de quase lhe sentir da pele o mesmo calor que os olhos dela irradiavam sob a forma de luz.
Temia-se absurdo por se atrever capaz de ignorar tudo aquilo que traz de inconveniente a uma pessoa um avanço despropositado, de arriscar um resultado mais desastroso ainda do que o embaraço de uma recusa liminar de qualquer passo que pudesse dar noutro sentido que não o admissível naquelas circunstâncias.
Mas adivinhava as consequências da sua decisão, daquele esforço de contenção de um impulso irreprimível de forçar um milagre possível, um desfecho positivo em potência.
Aquela mulher, por coincidência, era um anjo em versão humana e quase o fazia acreditar que talvez devesse avançar um pouco mais para não se concretizar depois o pesadelo que antevia de cada vez que percebia que o tempo que os aproximava não seria duradouro, iria acabar.
E ele, tão perto do tesouro, já sabia que estava marcado o dia em que se esgotariam as hipóteses de o tocar.
Imagem
As tuas mãos sobrevoam os meus sonhos,
pousam nos meus seios, são pássaros
finalmente livres da delicada gaiola,
mesmo que seja por curtos momentos
procuram a minha fonte, cantá-la, bebê-la,
levá-la em pingos nas penas e pensamentos.
Os teus dedos nadam nas minhas nascentes,
aportam nas minhas ancas, são peixes
finalmente livres do pequeno aquário,
mesmo que seja por curtos instantes
procuram entre as minhas pernas o santuário,
levar-lhe o gemido nas guelras reluzentes.
pousam nos meus seios, são pássaros
finalmente livres da delicada gaiola,
mesmo que seja por curtos momentos
procuram a minha fonte, cantá-la, bebê-la,
levá-la em pingos nas penas e pensamentos.
Os teus dedos nadam nas minhas nascentes,
aportam nas minhas ancas, são peixes
finalmente livres do pequeno aquário,
mesmo que seja por curtos instantes
procuram entre as minhas pernas o santuário,
levar-lhe o gemido nas guelras reluzentes.
«África» - de António Sabão (acrílico sobre papel)
O António Sabão (A. Ferreira dos Santos) é caricaturista, cartoonista, arquitecto... e um gajo muito fixe.
Quando vi esta pintura, perguntei-lhe se estava à venda, porque "ficaria muito bem na minha colecção". A resposta dele não podia ser mais simpática:
- Para ti, não vendo. Mas ofereço-ta.
E aqui está, bem juntinho de outras excelentes pinturas e desenhos originais da minha colecção.
Quando vi esta pintura, perguntei-lhe se estava à venda, porque "ficaria muito bem na minha colecção". A resposta dele não podia ser mais simpática:
- Para ti, não vendo. Mas ofereço-ta.
E aqui está, bem juntinho de outras excelentes pinturas e desenhos originais da minha colecção.
27 janeiro 2010
«O Ponto G já está de volta» - crónica de Luís Pedro Nunes no Expresso
O ponto G existe... afinal não... espera... dizem-me que sim, que existe... não, notícias de última hora revelam que... não... ou sim?!...
Isto faz-te confusão? Nada melhor que leres o que escreve quem sabe. Luís Pedro Nunes explica-nos nesta crónica que a alegada morte do Ponto G seria até um alívio, que sempre era menos uma pressão, mas que veio o contra-ataque da poderosa indústria do Ponto G e tudo ainda se tornou ainda mais perturbador, 60 anos depois de o médico alemão Ernst Grafenberg destapar esta caixa de Pandora ao descrever uma zona na anatomia feminina que seria baptizada como Ponto G em sua honra. E exige: "Nós, homens, queremos saber se podemos abandonar as buscas. De uma vez por todas".
Acham que isto é uma brincadeira?! O LPN sabe que "os investigadores franceses Odile Buisson e Pierre Foldès têm neste momento para publicação no «Journal of Sexual Medicine» um estudo com ultra-sons em casais a terem relações onde se garantem provas fisiológicas da existência do dito. The G show must go on!"
Enfim... só lendo!
Isto faz-te confusão? Nada melhor que leres o que escreve quem sabe. Luís Pedro Nunes explica-nos nesta crónica que a alegada morte do Ponto G seria até um alívio, que sempre era menos uma pressão, mas que veio o contra-ataque da poderosa indústria do Ponto G e tudo ainda se tornou ainda mais perturbador, 60 anos depois de o médico alemão Ernst Grafenberg destapar esta caixa de Pandora ao descrever uma zona na anatomia feminina que seria baptizada como Ponto G em sua honra. E exige: "Nós, homens, queremos saber se podemos abandonar as buscas. De uma vez por todas".
Acham que isto é uma brincadeira?! O LPN sabe que "os investigadores franceses Odile Buisson e Pierre Foldès têm neste momento para publicação no «Journal of Sexual Medicine» um estudo com ultra-sons em casais a terem relações onde se garantem provas fisiológicas da existência do dito. The G show must go on!"
Enfim... só lendo!
A nossa prima
"Vou mandar-te o meu melhor sorriso. Quero ver como te vais arranjar"
prima Idalina
Arranjei-me bem. Pedi sorrisos de frente. E vieram:
Antes que haja reclamações, informo que também há um primo.
prima Idalina
Arranjei-me bem. Pedi sorrisos de frente. E vieram:
Antes que haja reclamações, informo que também há um primo.
Elo quente @MissJoanaWell
Ley sobre o caso de devaça contra o delicto de pôr cornos, &c. De 15 de Março de 1751
"Dom Joseph por graça de Deos Rey de Portugal, e dos Algarves, dáquem, e dálem, mar, em Africa Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegaçaõ, Commercio de Ethiopia, Arabia, Persia, e da India, &c. Faço saber aos que esta Ley virem, que, por me ter ser presente que de alguns tempos a esta parte se frequenta o delicto de se porem córnos nas portas, e sobre as casas de pessoas casadas, ou em partes, em que claramente se entende se dirige este excesso contra as mesmas pessoas; e por desejar evitar estes delictos, contra quem se commettem, e grande perturbaçaõ á paz, e quietação necessaria entre os casados; e tendo outro sim consideraçaõ ao que sobre esta materia me foi presente em Consultas da Mesa do meu Desembargo do Paço; Hei por bem que este caso seja de devaça: e mando a todos os Corregedores, Ouvidores, Juizes, e mais Justiças, a que o conhecimento disto pertencer, que, succedendo este caso, ou tendo succedido de dous annos a esta parte, tirem devaça delles na fórma, que o devem fazer dos mais, de que por seus officios saõ obrigados a devaçar: e outro sim mando ao Doutor Francisco Luiz da Cunha de Ataide do meu Conselho, e meu Chanceller mór faça publicar esta Ley na Chancellaria, a qual se imprimirá, e inviará por elle assignada á Casa da Supplicaçaõ, e Relaçaõ do Porto, e a todos os julgaodres dos meus Reinos, para que procedaõ na fórma della. Lisboa, quinze de Março de mil setecentos e cincoenta e hum. REY."
Primeira página
(crica para ampliar)
Segunda página
(crica para ampliar)
Bem hajas, Lòrencinho, pela prenda!
Primeira página
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Bem hajas, Lòrencinho, pela prenda!
26 janeiro 2010
Lábios
Quando vi a foto
de sorriso entusiasmante(!)
e a grossura dos lábios,
vi-te no filme:
a boca ideal para o broche.
Imagino-te noutro cenário,
talvez uma casa abandonada,
os ossos no chão gelado
e tu, mesmo assim, empenado,
a pedires qualquer coisa.
Aqueles lábios, bolas,
mesmo num chão gelado,
numa casa abandonada
(nos confins)
têm que mostrar do que são capazes!
Ou não é?!
Foto e poesia de Paula Raposo
Quero o cheiro das rosas
Hoje, não quero falar de amor
Quero carícias sussurradas
Por entre os lençóis
Quero morder tua orelha
E beijar teu pescoço
Quero agarrar-me ao teu dorso
E puxar-te para mim.
Hoje, quero virar fera
Quero sentir tua língua
Entranhando na minha boca
O doce grado do teu beijo
Quero que sorvas do meu peito
E me arranques com jeito
Um grito deliciado de prazer
Hoje não quero falar do amanhã
Quero sentir-te no madrugar
E guardar bem a lembrança
Quero sentir os corpos embrenhados
Num abismo culminante
Hoje, quero o cheiro das rosas
Gravado num sorriso de alegria
Maria Escritos - 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com/
25 janeiro 2010
Quando for grande também quero ter uma fundação...
... como a F.I.N.A.L.E. - Fondation Internationale d'Arts et Littératures Erotiques, na Suiça, do meu amigo Michel Froidevaux, dono da editora e galeria de arte HUMUS e do Cabinet Érotique, "une librairie spécialisée dans la création inspirée du plaisir des corps. Avec un fonds de quelque 4'000 ouvrages, le Cabinet propose aussi gravures, dessins, photographies, cartes postales, bandes dessinées, bibelots. En robe ou en uniforme, les ecclésiastiques, procureurs et militaires sont dispensés de visite...".
Tal como a funda São, a fundação F.I.N.A.L.E. tem como objectivos "réunir les créations inspirées par l'érotisme, sous forme d'écrits, d'oeuvres d'art, d'objets ou de divers supports". "La Fondation désire être un centre de documentation et de conservation des expressions érotiques et des comportements amoureux". A fundação F.I.N.A.L.E. tem uma excelente colecção de ex-libris eróticos antigos e contemporâneos.
Podem ver algumas fotos do espaço aqui. Tem essencialmente obras em francês e também em alemão, inglês, espanhol "...mais presque rien en portugais". Pois a partir de agora já têm um exemplar autografado do «diciOrdinário ilusTarado». E o Michel gostou: "Il est drôle, plaisant, documenté et, certainement, très savant pour le langage et les jeux de mots. (...) J'ai beaucoup apprécié, au dos de la quatrième de couverture, la façon en hommage à Courbet avec laquelle le code barre a été adapté".
E não esteve com meias medidas: enviou-me uma grande caixa com onze livros da sua editora HUMUS, qual deles o mais delicioso.
Quem quiser pode comprá-los aqui.
Onze miminhos da HUMUS para a minha colecção
(há detalhes deliciosos, como o livro «Le sexe des anges» que traz uma pluma...)
Merci beaucoup, Michel! On se verra un de ces jours en Suisse ou au Portugal.
Boca de areia
Cede que quem cede quebra
a vontade de pedra,
e é na minha cama que cai,
e é na minha cama que se esvai;
cede-me nos lábios a palavra
do desejo que te trai.
Cede que quem me cede a sede
não seca a boca de areia,
e é no meu corpo que bebe
o liquido instável que o meu desejo cede;
cede-me esse sal na traqueia
onde escorre a tua vontade.
a vontade de pedra,
e é na minha cama que cai,
e é na minha cama que se esvai;
cede-me nos lábios a palavra
do desejo que te trai.
Cede que quem me cede a sede
não seca a boca de areia,
e é no meu corpo que bebe
o liquido instável que o meu desejo cede;
cede-me esse sal na traqueia
onde escorre a tua vontade.
A importância da auto-estima para a relação com os outros
Apesar de não lhe darmos o devido valor, a auto-estima tem uma grande influência na nossa vida e especialmente na nossa vida afectiva. Estarmos bem connosco permite-nos estar muito melhor com os outros.
Em consulta é muito frequente ver pessoas com uma auto-estima frágil, o que condiciona obviamente a intimidade com os outros. Esta constatação é muito frequente no sexo feminino. Para uma sexualidade satisfatória é preciso que a nossa auto-estima seja positiva e que o nosso auto-conceito seja igualmente positivo. Quando gostamos de nós, da nossa imagem, sentimos-nos mais atraentes aos outros.
A construção da nossa auto-estima começa muito cedo, com as primeiras experiências que trocamos com os nossos cuidadores; depois o sucesso ou o seu insucesso condiciona-nos para sempre.
Mostro-vos por isto a fantástica campanha da DOVE no Brasil que visa melhorar a auto-estima das jovens meninas.
Em consulta é muito frequente ver pessoas com uma auto-estima frágil, o que condiciona obviamente a intimidade com os outros. Esta constatação é muito frequente no sexo feminino. Para uma sexualidade satisfatória é preciso que a nossa auto-estima seja positiva e que o nosso auto-conceito seja igualmente positivo. Quando gostamos de nós, da nossa imagem, sentimos-nos mais atraentes aos outros.
A construção da nossa auto-estima começa muito cedo, com as primeiras experiências que trocamos com os nossos cuidadores; depois o sucesso ou o seu insucesso condiciona-nos para sempre.
Mostro-vos por isto a fantástica campanha da DOVE no Brasil que visa melhorar a auto-estima das jovens meninas.
24 janeiro 2010
A posta nas coisas pequenas
Coisas pequenas, a que nem ligamos na maioria do tempo em que nos deixamos alienar por um conjunto de obrigatoriedades que nos impomos, ou assim o permitimos pela vida lá fora, e nos distraem das questões (verdadeiramente importantes) de pormenor.
Pode ser a luz de um sorriso de boas vindas como a constatação de ser sempre perfeita a primeira escolha, a reacção instintiva a um estímulo qualquer.
Pode ser uma coisa típica de mulher, uma simples manifestação da sua inteligência emocional ou da intuição fora do comum que as torna ainda mais fascinantes do que já resultam à vista desarmada de um corpo bonito ou de uma tirada brilhante que nos impressiona.
Pequenas coisas a que só damos valor quando nos deixamos levar pelo amor até à visão clara de tudo aquilo que alguém possui para nos presentear ao longo do tempo em que partilhamos um momento que seja da existência.
Gigantes na dimensão, quando abrimos o coração ao que interessa e renegamos aquilo que a cabeça nos propõe em alternativa, carregada do esterco normal que o papel social acarreta. A deturpação das prioridades que o quotidiano implica, mais os medos que a perda de confiança nos outros primeiro e em nós próprios em consequência nos somam quando a pressão se faz sentir com força demais.
A dificuldade extrema de gerir vidas a dois, num mundo talhado para uma atitude individual, solitária a bem dizer, e que torna cada história de amor numa missão (quase) impossível faz parte do mesmo problema, dessa amálgama de influências que nos dispersa e em última análise nos afasta da simplicidade das emoções. Uma catadupa de complicações nascida do nada, do exterior, que nos afasta aos poucos do amor genuíno e sem reservas, que nos inibe de aceitar que é normal esse perigo de alguém se apaixonar pela pessoa ou no tempo errados e que é bom sentirmo-nos apaixonados pois essa é uma das formas mais bonitas de percebermos como é bom ser feliz.
Coisas pequenas, ou nem por isso, que fazem toda a diferença perceber ou sentir. A alegria de fazer alguém rir das nossas chalaças, de constatar o prazer que provocam as nossas presenças na sua vida e tudo em vice-versa.
Coisas que sempre o coração e jamais a cabeça poderá descodificar para a linguagem acessível da felicidade que é mesmo possível quando sabemos distinguir a mensagem que o peito tenta transmitir da que o outro centro emissor (que nada percebe do amor) nos impinge para afinal nos arrastar para a má onda e a tristeza.
Mas eu tenho a certeza que um dia conseguiremos alcançar a vitória e assim mudaremos a História com o poder que o amor pode revelar quando nada interfere com a sua actuação.
Jamais na cabeça, sempre no coração.
Pode ser a luz de um sorriso de boas vindas como a constatação de ser sempre perfeita a primeira escolha, a reacção instintiva a um estímulo qualquer.
Pode ser uma coisa típica de mulher, uma simples manifestação da sua inteligência emocional ou da intuição fora do comum que as torna ainda mais fascinantes do que já resultam à vista desarmada de um corpo bonito ou de uma tirada brilhante que nos impressiona.
Pequenas coisas a que só damos valor quando nos deixamos levar pelo amor até à visão clara de tudo aquilo que alguém possui para nos presentear ao longo do tempo em que partilhamos um momento que seja da existência.
Gigantes na dimensão, quando abrimos o coração ao que interessa e renegamos aquilo que a cabeça nos propõe em alternativa, carregada do esterco normal que o papel social acarreta. A deturpação das prioridades que o quotidiano implica, mais os medos que a perda de confiança nos outros primeiro e em nós próprios em consequência nos somam quando a pressão se faz sentir com força demais.
A dificuldade extrema de gerir vidas a dois, num mundo talhado para uma atitude individual, solitária a bem dizer, e que torna cada história de amor numa missão (quase) impossível faz parte do mesmo problema, dessa amálgama de influências que nos dispersa e em última análise nos afasta da simplicidade das emoções. Uma catadupa de complicações nascida do nada, do exterior, que nos afasta aos poucos do amor genuíno e sem reservas, que nos inibe de aceitar que é normal esse perigo de alguém se apaixonar pela pessoa ou no tempo errados e que é bom sentirmo-nos apaixonados pois essa é uma das formas mais bonitas de percebermos como é bom ser feliz.
Coisas pequenas, ou nem por isso, que fazem toda a diferença perceber ou sentir. A alegria de fazer alguém rir das nossas chalaças, de constatar o prazer que provocam as nossas presenças na sua vida e tudo em vice-versa.
Coisas que sempre o coração e jamais a cabeça poderá descodificar para a linguagem acessível da felicidade que é mesmo possível quando sabemos distinguir a mensagem que o peito tenta transmitir da que o outro centro emissor (que nada percebe do amor) nos impinge para afinal nos arrastar para a má onda e a tristeza.
Mas eu tenho a certeza que um dia conseguiremos alcançar a vitória e assim mudaremos a História com o poder que o amor pode revelar quando nada interfere com a sua actuação.
Jamais na cabeça, sempre no coração.
Raios
Quando começo a dizer
coisas sem ‘nexo’
(convictamente),
é precisamente quando a vontade
se impõe e toma conta
da racionalidade.
Chamam-lhe impulsividade,
falta de educação, loucura,
raiva, ciúmes;
um sem número de epítetos.
Nesse ponto:
quero que o raio te parta
e que te lixes.
Sem mais.
Foto e poesia de Paula Raposo
23 janeiro 2010
Outra margem de mim
E é nesta dormência demente
Que me assola o corpo inteiro,
Que estremeço e enlouqueço
Sentindo falta do teu toque
No espaço vazio
Deixado na minha pele.
Despojada assim do meu pensar
Vagueando à deriva
Nesta vasta imensidão
Ensandeço, atordoada
Ansiando avidamente
Pelo calor do teu olhar
Pousado suavemente em mim.
Grito em silêncio o teu nome
E tudo que escuto
É o eco emudecido
Desta demente dormência
Que me deixa adormecida,
Morando perpetuadamente
Neste êxtase sonhado,
Aguardando o teu corpo no meu
Extinguindo este defeito
De ter feito de ti
A nascente que me suporta
E me transporta
À outra margem de mim.
Maria Escritos – 2010
© Todos os direitos reservados
http://escritosepoesia.blogspot.com/
Eugénia
Desenhava almas mas disse que não queria desenhar. Nunca conseguiria esboçar o cheiro da transpiração do homem minúsculo na sua pele. Nunca conseguiria pintar as constantes lavagens, até que o cheiro dele se misturou no sabão e, depois, no banho - agora esfolado na sua pele. Nunca conseguiria contornar o peso, a força gelatinosa arremessada, o vai-vem duro, a lua vermelha quando apelava ao céu que ele não a magoasse muito, que acabasse depressa. Sr. Dr. - disse - eu consigo desenhar um cão e um homem, mas nunca conseguirei retratar a criatura híbrida parida do pior dos dois. Sou capaz, contudo, de desenhar a fome que tenho e o pão que me oferecer. Era um cavaleiro; montou-a nele para se salvarem e transformou-se num cavalo.
22 janeiro 2010
«Amo Agora» de Casimiro de Brito e Marina Cedro
Livro lindíssimo que apresenta em diálogo poético uma história de paixão, corpos, aromas, sabores e cores entre dois poetas - Casimiro de Brito e Marina Cedro
(um excerto)... para celebrar o desejo!
73 Mandas-me pétalas marítimas o amor que floresce nas ilhas gregas Nas tuas terras subterrâneas Mandas-me notícias do país do mar e dos deuses Mas deusa és tu nua quando te dispo e ajustas ao meu corpo Água e vinho e por isso me embriago E tu sorris e voas Casimiro | 74 Línea que en mí es sagrada y en tu cuerpo tuyo me abrigas brazalete de mi piel ligamento años luz tu vida y la mía Notas de Calypso abre puertas tus palabras decidías abrazarme en tu tierra Afrodita mar y tierra dios de mar alimentas mi mirada caigo absuelta en tus brazos Poseidón Marina |
Marina Cedro
cantora poeta pianista
Nascida em Buenos Aires, Argentina, Marina assume-se como
autora, compositora e intérprete, numa expressão da escrita, da voz e do piano, em perfeita fusão. A sua “voz”, íntima e
profunda, leva ao extremo a sua arte: primordial e nostálgica.
No seu último álbum, Itinerario (2007) associa o Tango, o Jazz e a Poesia. O seu repertório compõe-se por obras musicais e literárias por si criadas bem como de autores como Piazzolla, Gainsburg, Expósito, Cortázar e Verlaine.
Casimiro de Brito
poeta ficcionista ensaísta
Nasceu em Loulé e publicou mais de 50 títulos, em Portugal e no estrangeiro. Dirigiu revistas literárias, esteve ligado a Poesia 61, desenvolvendo depois um percurso muito pessoal através de vários discursos inerentes a um mundo (e a uma vida pessoal) cheio de mudanças. Representado em 190 antologias e traduzido em 26 línguas. Foi presidente da Association Européenne pour la Promotion de la Poésie e do P.E.N. Clube Português e é conselheiro daAssociação Mundial de Haiku, de Tóquio.
Mais poesia erótica no Estúdio Raposa
Mais de quarenta minutos com poesia erótica de António Salvado, Beatriz Barroso, Casimiro de Brito (5 poemas), Constança Lucas, Judith Teixeira (4 poemas), Luís Graça, Luís Pinto, 25 poemas da Índia, Rui Diniz e Otília Martel (5 poemas)... lidos pela voz d'ouro do Luís Gaspar.
Gold
Tenho todas as respostas. Espero só que me façam as perguntas certas.
Encontrei o tesouro, deitei fora o mapa e sentei-me à espera. O brilho do ouro chama por mim, mas não lhe posso tocar. Ainda não.
Estou aqui. Quero-te. Encontra-me.
Encontrei o tesouro, deitei fora o mapa e sentei-me à espera. O brilho do ouro chama por mim, mas não lhe posso tocar. Ainda não.
Estou aqui. Quero-te. Encontra-me.
Coisas
Tenho uma flor azul e branca colada num espelho, parece que flutua num lago; a minha imagem mergulhada atrás da flor e o rosto trespassado em nariz de pétalas. Olho à distância, pergunto-me porquê. Não sei. Colei-a porque representou algo importante que não queria esquecer, mas não me lembro; afinal, só me foi possível guardar a flor, perdi o significado. É isso que as coisas são: coisas, nada têm dentro delas que não esteja dentro de nós. E, aqui dentro, falta-me algo que eu sei que me faz falta - sinto o espaço vazio do que enchia a flor azul e branca - mas já não sei o que é. E se eu olhar fundo no lado - tão fundo que o espelho se chama memória - eu ainda acho (acho!) que, em vez do meu rosto, está um seio e as pétalas afagam um mamilo.
O cinema porno nos anos 70s era bem engraçado
Apreciem este filme (completo - 78 minutos) com uma versão porno musical do conto «Alice no País das Maravilhas» de Lewis Carrol.
«Alice no País das Maravilhas»
(abre numa nova janela)
«Alice no País das Maravilhas»
(abre numa nova janela)
21 janeiro 2010
Arte e manhas...
Disse que era um Rei. Prometeu amor, castelo, reino, Mundo. Ela nunca viu a coroa, nem sequer o cavalo ou, pelo menos, o dossel da cama; apenas um palheiro qualquer, onde a tomou.
Da(s) forma(s) geométrica(s): um esboço
Há um Carlos, um Vítor e uma Ana. Um triângulo amoroso clássico. O Carlos não sabe do Vítor e este não sabe que aquele existe. A Ana sabe dos dois mas não sabe de si. Há sms e mails. Há almoços e jantares. Há telefonemas furtivos e os normais encontros e desencontros que se associam a uma situação destas. Há música, muita música. E uma mulher que se multiplicava mas que agora se divide. Cada vez mais. E é cada vez menos. Que ri e chora. Um Carlos que não quer mais do que tem e um Vítor que não percebe o que tem. Há dias em que acorda com um e se deita com outro e semanas a dormir sozinha mesmo quando se encontra alguém ao seu lado na cama. “Nini” ouve-se trautear por vezes como se fosse uma personagem duma canção. Homens que sorriem com a sorte que têm, com a liberdade que julgam conquistar dia a dia e uma mulher que não se quer decidir. Há uma mulher com três escovas de dentes e que ocupa de forma diferente três espaços igualmente sufocantes, igualmente inexistentes. E, claro, onde há um triângulo há uma amiga, que tudo sabe e tudo esconde. Que censura sem censurar. Que deseja. Que ouve. Ouve sem sorrir. Que seca e mirra pelo irmão que, nem por acaso, gosta de Ana e não se quer intrometer entre aquela e Carlos, aquela e Vítor. Há um tempo e há um fim. E um homem que acorda sem uma escova de dentes no copo e outro que liga e pede e quer explicações e justificações e uma mulher que não as quer dar, que não as tem de dar.
Acabou!
Com ponto de exclamação.
Acabou.
Com ponto final.
E há uma mulher que renasce.
E uma mulher que, sem sorrir, acaba a consolar à vez dois homens que julgam sofrer, que partilham por conveniência um sofrimento que não sentem por uma mulher que não conheceram. Que nunca se deram ao trabalho de conhecer.
Acabou!
Com ponto de exclamação.
Acabou.
Com ponto final.
E há uma mulher que renasce.
E uma mulher que, sem sorrir, acaba a consolar à vez dois homens que julgam sofrer, que partilham por conveniência um sofrimento que não sentem por uma mulher que não conheceram. Que nunca se deram ao trabalho de conhecer.
20 janeiro 2010
Quarto Crescente
Deixa o mundo inteiro à porta deste quarto onde te dispo com os olhos e te perscruto com as mãos. Ignora tudo o que aconteça lá fora e confia tudo aquilo que és à minha vontade de te cuidar da cabeça aos pés e acredita que vale a pena entregares a tua mente à tarefa de te concentrares nas sensações a que somaremos as emoções que as sublimem.
Fecha os olhos por instantes e deixa-nos sermos amantes neste intervalo da existência que entendemos partilhar, neste quarto onde te quero dar o melhor de tudo aquilo que sou como percebes neste beijo que te dou e espero te transmita a segurança à altura da minha esperança de ser capaz de saber como se faz acontecer a perfeição.
Deixa que a tua intuição feminina te confirme que vale a pena seres minha neste lapso de tempo que conseguimos abraçar como o fazemos com os corpos deitados na cama deste quarto onde só tu existes para mim e eu anseio que me encares assim, um homem dedicado a ti por completo, capaz de te fazer sentir no deserto de uma ilha artificial para onde te arrastarei com o meu empenho total, com as coisas que farei para te agradar para assim me certificar que me gravarás na memória e quererás degustar depois esta história que nos une num momento a dois sagrado como o recordarei.
Deita-te ao meu lado e não hesites em pedir tudo aquilo que te apetecer nesta altura, aproveita enquanto dura e empenha-te também neste quarto que nos tem disponíveis para saborear os instantes agradáveis que queremos proporcionar ao outro sem medo algum, num espaço em que nos tornamos um, ligados à corrente onde reside a nascente desse rio que desaguas em partes do meu corpo que sentes como tuas quando me acolhes anfitriã sob a primeira luz de uma manhã a sós num mundo em que existimos nós e rigorosamente mais nada no final de uma madrugada feliz.
Ouve o que te diz o instinto e lê nos meus olhos o que não (des)minto de cada vez que te toco em busca da libertação de qualquer reserva ou grilhão que te iniba de usufruir em pleno de todo o prazer que nos demos com o amor que se fez.
Neste quarto crescente em que nos amamos e depois adormecemos a ver a lua partir até o sol incandescente nos acordar o desejo outra vez.
Fecha os olhos por instantes e deixa-nos sermos amantes neste intervalo da existência que entendemos partilhar, neste quarto onde te quero dar o melhor de tudo aquilo que sou como percebes neste beijo que te dou e espero te transmita a segurança à altura da minha esperança de ser capaz de saber como se faz acontecer a perfeição.
Deixa que a tua intuição feminina te confirme que vale a pena seres minha neste lapso de tempo que conseguimos abraçar como o fazemos com os corpos deitados na cama deste quarto onde só tu existes para mim e eu anseio que me encares assim, um homem dedicado a ti por completo, capaz de te fazer sentir no deserto de uma ilha artificial para onde te arrastarei com o meu empenho total, com as coisas que farei para te agradar para assim me certificar que me gravarás na memória e quererás degustar depois esta história que nos une num momento a dois sagrado como o recordarei.
Deita-te ao meu lado e não hesites em pedir tudo aquilo que te apetecer nesta altura, aproveita enquanto dura e empenha-te também neste quarto que nos tem disponíveis para saborear os instantes agradáveis que queremos proporcionar ao outro sem medo algum, num espaço em que nos tornamos um, ligados à corrente onde reside a nascente desse rio que desaguas em partes do meu corpo que sentes como tuas quando me acolhes anfitriã sob a primeira luz de uma manhã a sós num mundo em que existimos nós e rigorosamente mais nada no final de uma madrugada feliz.
Ouve o que te diz o instinto e lê nos meus olhos o que não (des)minto de cada vez que te toco em busca da libertação de qualquer reserva ou grilhão que te iniba de usufruir em pleno de todo o prazer que nos demos com o amor que se fez.
Neste quarto crescente em que nos amamos e depois adormecemos a ver a lua partir até o sol incandescente nos acordar o desejo outra vez.
Suspenso
Escuta-me; posso ter um momento da tua atenção
antes de me enterrares essa ventania seca bem fundo,
antes de me carregares nos ombros o bloco gelado da solidão?
Escuta-me; nem sempre foi assim, o sorriso que morre
e fica suspenso na boca, vazio, como um palhaço mudo;
nem sempre foi assim, o sangue que corre noutro dia escorre.
Escuta-me; ouve a minha mão agarrar-te com força pela adaga
enquanto a outra me protege os olhos, eu ainda vejo tudo,
eu ainda me corto; abre os olhos fundos, perdidos, da tua lâmina cega.
Escuta-me; ainda te lembras? Os cabelos amarrados, a face rosada.
Lembra-te de mim, eu recordo cada marca tua como um caminho ensinado
que cem mil vezes aprendi; como um caminho nunca esquecido
que cem mil vezes percorri. Escuta-me, ainda te lembras de mim, quando nada
mesmo nada nos poderia separar? Ouve, ainda sou eu, a mesma, a vida
partilhada que foi nossa quando nosso foi o desejo e desejámos um mundo.
antes de me enterrares essa ventania seca bem fundo,
antes de me carregares nos ombros o bloco gelado da solidão?
Escuta-me; nem sempre foi assim, o sorriso que morre
e fica suspenso na boca, vazio, como um palhaço mudo;
nem sempre foi assim, o sangue que corre noutro dia escorre.
Escuta-me; ouve a minha mão agarrar-te com força pela adaga
enquanto a outra me protege os olhos, eu ainda vejo tudo,
eu ainda me corto; abre os olhos fundos, perdidos, da tua lâmina cega.
Escuta-me; ainda te lembras? Os cabelos amarrados, a face rosada.
Lembra-te de mim, eu recordo cada marca tua como um caminho ensinado
que cem mil vezes aprendi; como um caminho nunca esquecido
que cem mil vezes percorri. Escuta-me, ainda te lembras de mim, quando nada
mesmo nada nos poderia separar? Ouve, ainda sou eu, a mesma, a vida
partilhada que foi nossa quando nosso foi o desejo e desejámos um mundo.
19 janeiro 2010
Livro de Eros (Fragmentos)
por Casimiro de Brito
Quando te disse que, de ti amava tudo e tudo queria, pensei numa certa arrogância, numa certa perversidade, na beleza do sujo, que por isso não é sujo, como poderias tu pensar que jamais me sentiria ferido, que tudo seria “belo e bom”! e no entanto começaste a ferir-me com os teus lábios-rosa, mais e mais, e essa verdade tão desejada transformou-se num vício, num dos caminhos preferidos de “eros”, meu senhor e infiel servidor.
Há sumos exóticos num tornozelo ou numa axila que não pressentias nesse tempo em que tudo se concentrava na fenda nem sempre amável.
Fotos de Jacek Pomykalski
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Como conciliar estas duas plantas que se cruzam no meu corpo? Um sexo libertino e um coração de mulher. Talvez se assemelhem mais do que parecem.430
Que te apareceu a período? Coisa linda, a púrpura! Para mim, quando a mulher que está comigo é naturalmente louca, é como se estivesse num atelier de pintura. Pois não coisa mais linda do que penetrá-la quando o escarlate a visita! O menino encharcado de vermelho e depois a pincelar uns seios gloriosos e depois a abraçarem-se e a ficarem marcados pelo mesmo sangue! Coisa de deuses!Quando te disse que, de ti amava tudo e tudo queria, pensei numa certa arrogância, numa certa perversidade, na beleza do sujo, que por isso não é sujo, como poderias tu pensar que jamais me sentiria ferido, que tudo seria “belo e bom”! e no entanto começaste a ferir-me com os teus lábios-rosa, mais e mais, e essa verdade tão desejada transformou-se num vício, num dos caminhos preferidos de “eros”, meu senhor e infiel servidor.
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Fotos de Jacek Pomykalski
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