Garanto, pela bolinha da santa, que nem há aqui trucagem, nem arranjo de ocasião. E tenho testemunhas. Ali estavam, ele e ela, lado a lado, na bancada do quiosque onde vou em romagem diária em busca da redenção das notícias frescas.
De um lado o Courrier, do outro a Playboy, a quem faço aqui publicidade gratuita por me terem proporcionado um começo de dia algo diferente e vagamente polémico...
eu cá que nem sou de intrigas
ao passar pelo meu quiosque
dei de caras (bem ambíguas)
com um papa e um rabiosque
foi decerto mão divina
chamariz p’ra quem os lê
ao juntar naquela esquina
ao juntar naquela esquina
Playboy e Courrier
o pontífice discreto
na capa a cara nos vela
mas espreita circunspecto
o quanto a bela revela
malfadada informação
que causa tal desatino
… mas mais vale aquele senão
do que algum de algum menino…
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O Santoninho sai do seu santo ninho para oder também:
"Nem foi mão divina, decerto
Nem foi discreto o pontífice.
Arma-se em chico esperto
Com a técnica do artífice
E o que a bela lhe revela,
O espírito lhe ouriça.
Pudesse ele meter-lhe nela
Não os olhos... mas a piça!"
Ao abrigo do direito de resposta, o OrCa reode:
"faz-me tanta confusão
- vou até beber da Freeze -
ter um papa de roldão
aqui no meio da crise...
fará falta a quem o santo?
ao parlamento, à justiça
ao celibato, ao quebranto?
a quem faz ele falta, chiça?!
em gravadores, Alcochetes,
sucatas e o que mais salta
engraxadores, tiranetes...
ao Primeiro é que ele faz falta...
pelas crianças não digo
mas nem perdem p'la demora
apesar de ter comigo
que aqui há gato... ora... ora..."
A Olinda odeu na página da funda São no Facebook:
"Mas que tentador rabiosque
estava no teu quiosque
inocente Papa
só passeava no bosque
tu maldizente pensavas...
papa-a, papa"
E o Santoninho reode:
"De Prada, o papa se calça
Na calça que imita saia.
E que numa veste... realça
Vontade de um fruto: papaia!
De acordo... que papaia
É melhor do que mamão.
Está debaixo da saia
Mesmo ao alcance da mão!
Ratz... rato... fuças esconsas,
Linguajar... ora pro nobis!
Tontas lérias, meio sonsas...
Escalda a mão no clitóris...
Abrenuntio! Que pecado...
Esconde a boca com a mão.
Dá marradas no bocado
Truca truca... com tesão!
Dominus vobiscum... num aceno
De manifesta irregularidade.
Fodeu-se! E num gesto obsceno,
Perdeu-se... sem ver a idade..."
O OrCa desta vez até ode três:
"miraculosa mirada
entrefolhos de entreacto
anda a igreja aguada
à conta do celibato
vade mecum de sotaina
vade retro, Satanás
uma labuta - uma faina
p'ra salvar tanto rapaz
venha o Demo que os leve
ou Satã que os transporte...
a cruz não temem mas deve
haver quem lhes dê e forte
olhai bem para o que eu digo
a apregoar ladaínhas
mas fazer, deixem comigo:
«vinde a mim, ó criancinhas...»"
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