13 março 2005

Serviço Público à CUltura


Domingos Monteiro d’Albuquerque e Amaral, transmontano nascido em 1744, parceiro das tertúlias de Filinto Elísio, foi um dos muitos poetas brilhantemente caídos no esquecimento da voragem dos dias...

Danadinho para a sátira e para a poesia burlesca, dele nos chegaram pouquíssimas obras, uma das quais irei divulgar aqui, conforme recente edição da Editora Apenas Livros (apenaslivros@oninetspeed.pt), com pedido de desculpas pela publicidade, mas o seu a seu dono.

Senhoras e Senhores, atentem no tom heróico das oitavas de “A Peidologia” e leiam bem alto, onde quer que se encontrem e verão como o vosso domingo ficará diferente:

A
É o Peido o ABC de uma cagada,
Porque todas por Peido principiam;
É Autómato de ouvir que fica em nada,
Arsénico de dores que roíam,
Arenga que o cu traz sempre estudada,
Aroma que os partos não desviam;
É aula que se cursa, e é Aurora
Que quando ri no cu, na fralda chora.

B
É Borrasca do sesso quando é forte,
Bacharel que palra sem ter arte,
Baixão que tange o cu de toda a sorte,
Bando que o rabo deita quando parte;
É Bombarda que fere e não traz morte,
Bomba que estoura sem se ver a parte,
Barbeiro que ensaboa com bafio,
Brejeiro que dá senha de assobio.

C
É Casquilho que traz consigo o cheiro,
Camaleão que vive só de vento,
Chamariz para pulhas de arrieiro,
Calo que pregam a nariz nojento;
É Criança que mama no berreiro,
Carapeta de velho flatulento,
Capitão posto em frente da cagada
E Censura em senhora delicada...

... e por aí fora, até à letra Z. Quem quiser mais, pode sempre encomendar o livro à editora.

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