15 abril 2005

Graças ao sofá


Não sei se a culpa não foi do sofá, São! Eu apenas o ouvi a desfiar os seus problemas no sofá fronteiro, ao ritmo de cervejas mornas e cruzei e descruzei as pernas vezes sem conta, dando-lhe alento em palavras feitas tremoços.
E ele São, veio direito a mim e desabou a beijar-me o pescoço, a deixar escorregar as mãos pelo meu peito e pelos intervalos das minhas calças. Perante o meu espanto mudo, abriu-me o fecho e resvalou a sua mão direita do monte para o interior dos lábios até o seu indicador chocar com as minhas nádegas. Ergueu o queixo para me indagar com os olhos se tinha aval para continuar, sinal a que retorqui com um longo beijo de línguas. E vai daí, ele afundou-se em espirais no meu botão de sintonia, pulou dos grandes para os pequenos como linha de cerzir, enquanto as minhas mãos o despenteavam atabalhoadamente. Aprimorou-se a passear a língua monte acima, monte abaixo, com o rigor de uma toalhita enquanto a sua mão esquerda me espremia as nádegas para o indicador e médio direitos se enfileirarem vulva adentro. Voltou para tragar o meu clitóris, em pedacinhos pequenos e tanto petiscou que me contorci, abraçando a sua nuca com os meus joelhos. Peguei-lhe a cabeça com ambas as mãos e debruei-lhe os lábios e o céu da boca com beijos.
Foi aí São que ele me agradeceu e eu ainda zonza, nem queria acreditar nos meus ouvidos. Apenas lhe dei a minha atenção. Oh São, há necessidade de pagar a amizade?...

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