20 abril 2005
Maré quente
O corpo quente. Ardia.
Uma fogueira acesa dentro.
O fogo queimava a pele.
“Ay, abraza-me esta noche …”
A pele roçava o lençol.
A pele sensível ao toque. Ao pensamento do toque.
A pressão no peito. O coração acelerado.
A respiração entrecortada.
“Aún que no tengas ganas… Prefiero que me mientas…”
Quente.
O desejo entre as coxas. Tão presente.
Os músculos contraíam-se. A pressão no baixo-ventre.
O corpo erguia-se com a intensidade do desejo.
Em desejo.
“Acerca-te a mi... Abraza-me a ti por Dios...”
O desejo solto. Percorrendo-a.
Vagas quentes.
Uma maré de lava corria-lhe na pele.
Ardia.
“Ay, abraza-me esta noche…
Acerca-te a mi...
Abraza-me esta noche...”
(Ouvindo "Passion" - Rodrigo Leão)
Encandescente
O OrCa não consegue ler nada disto que ode logo:
À Encandescente, que nos traz tantos hinos à vida:
quanta brasa no calor de cada abraço
que em se dando se demoravam a dar-se
e ardiam na braseira do compasso
tão intenso
no enlace dos enlaces
que se davam
tardando a entregar-se
tanto frio naquele arrepio ardente
que queimava as suas peles
em cada impulso
cada grito mais mordido
tão intenso
na tremura do orgasmo
mais convulso
e no espasmo
no soluço
no abandono
saciados e ansiosos e sedentos
se perderam na braseira desse abraço
se encontraram na paixão
por fim silente.
OrCa
Mas a Encandescente não se fica atrás e ode também o OrCa:
Ao Orca que ode como ninguém:
Quando
Quais guerreiros no final da batalha
Jogadores no fim do jogo
Extinto o fogo
Calado o corpo
Saciado o desejo
O grito solto
E o orgasmo
Calor que os envolve ainda
Chega a hora do cansaço
Chega a hora do abraço
Da entrega da ternura
Da partilha do amor palavra
Que mantém o desejo aceso
E sem a qual
Nenhuma paixão perdura.
Encandescente
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Uma por dia tira a azia