03 outubro 2006

Fodei por amor à Pátria!

Ilha dos Amores - ilustração de Cícero Dias executada em 1880 comemorando o 3º Centenário da Morte de Camões

Ergam-se os nobres varões Lusitanos
Às canzanas e brochadas devotados
E partam pelo mundo, soberanos
De fodazes propósitos animados

Fodam Russas, Alemãs, Suecas, Inglesas
Propaguem por toda a terra esse tesão
Mostrem que Portugal não dá negas
Que somos uma grande e fodente nação

Sejam os embaixadores da enrabadela
Mineteiros incansáveis da Europa
Fodam a virgem, a feia e a bela
Comam a velha a rameira e a cachopa

Vão! Fodam por esse mundo todo a eito
Espalhem sem receio essa semente
Mostrai a todos nosso Lusitano peito
Engrandecei Portugal e a nossa gente!

Bartolomeu

Nisto de foder por amor à Pátria nunca houve falta de voluntários:

E também as vaginas gloriosas
Daquelas Cabras, que foram dilatando
O pénis, o prepúcio, e as vacas viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por fodas valerosas
Se vão do caldo leite libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte!


João Mãos de Tesoura

Há sempre uma pessoa que «sintetesa» o pensamento de Camões:

Os paus destes poetas assinalados
que a partir da Sãozinha lusitana
refundam a pátria tão hasteados
assim não se lhes esborrache a banana


Maria Árvore

Haja quem faça valer o novo acordo ortográfico:

Melhér Arvém que navegas suave
Neshtes mares doces de tezão fêitos
Dizes frazes e bem como nenguéim sabe
Metes Juno e Marte neçe mar a Jeito
De çurgir alguéim e cus enrabe
Mas nam çe percam em coizas moles
metóm iço onde milhor cabe
Venham de pau çem desvelo
Despejeim-me bem esses foles
No cu dum Deus: Que ei o Nelo


Nelo

Este tema desperta «a glória de mandar [umas quecas], a vã cobiça»:

Um falo na mão tenho... Mas, ó Nelo!
Eu, que o meto insano e temerário,
Em vós, Ninfas do Tejo e do Mindelo,
Por prazer tão árduo, longo e vário!
Vosso traseiro invoco, que navego
Por alto mar, com vento tão contrário,
Que, se não me ajudais, hei grande dedo
Que ante vosso batel se alague cedo.


João Mãos de Tesoura

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