Pediu ao homem que lhe desse um título. Um qualquer, uma só palavra bastaria. Qual? Não importa, de um princípio tudo escreveria. Gostava que assim fosse, um caminho que iniciava de um ponto alheio, desconhecido, inesperado. Pediu ao homem que lhe desse um título, assim, de mãos estendidas, de olhos fechados, como uma boneca que espera um nome, que pede um nome para se sentir gente, para abrir os olhos e começar. Por que início me hás-de começar, homem, por que nome me hás-de animar? Não sei, que importa? Viro-me para todos os lados e os trapos começam a rasgar; tenho que me apressar, homem, tenho que me apressar; é assim que acontece a quem habita um corpo como o meu, se não começo a caminhar em breve nem conseguirei sair daqui, o que me enche vai caindo no chão e, quando estiver vazia, cairei eu. Viro-me para todos os lados, sei que me estou a rasgar. Homem?
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Uma por dia tira a azia