21 setembro 2010

Mergulho

Atrás dela, a confusão.
Vozes, burburinho, discussões, queixumes, gritos, sussurros, confusão.
À sua frente, a imensidão, a totalidade, o mar, a potência, o futuro cheio de presentes, o ribombar das ondas nas rochas. O tempo e o espaço abertos, sem quaisquer limites conhecidos.
Ficaria ali, em território confortavelmente conhecido, ou daria o salto?
Ser-lhe-ia permitido arriscar, ainda uma vez?

Sorriu.
Ao mesmo tempo que dava o impulso que lhe lançou o corpo para a frente, sabia que não poderia voltar atrás. E nem por um segundo se arrependeu, como nunca se arrependera dos passos que dera. Sempre em frente, rumo ao desconhecido, ao novo, à descoberta.

Quando despertou, pegou no telefone e marcou o número.
A voz do outro lado deu-lhe as boas vindas, do fundo do mar.

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